Lição 08 – A autenticidade, um antídoto contra as paixões deste mundo
Prezado(a) professor(a), para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio da semana. O conteúdo é de autoria do pastor Eduardo Leandro, comentarista do trimestre.
INTRODUÇÃO
o quarto capítulo da Carta de Tiago encontramos uma advertência incisiva sobre os perigos de uma aliança com os valores e práticas do mundo. Um cristianismo autêntico não possibilita amizade com o sistema mundano, e Tiago 4.1-7 aborda a tensão entre a busca pelos desejos mundanos e a fidelidade a Deus. Este capítulo explorará três pontos principais: a natureza da amizade com o mundo, as consequências da inimizade com Deus e o chamado à submissão a Deus. Tiago inicia com uma profunda reflexão sobre a fonte das contendas e os conflitos entre os crentes. Ele aponta que esses problemas não são externos, mas se originam dos desejos egoístas e das paixões que guerreiam dentro de cada pessoa. A busca incessante pela satis- fação pessoal, longe de Deus, é um caminho que leva à destruição e ao afastamento espiritual. Assim, é necessário compreendermos a verdadeira natureza desses desejos para podermos combatê-lo. Somos chamados a uma resposta prática: a submissão a Deus. Esse ato de humildade é fundamental para resistirmos às tentativas e ataques do Inimigo. Somente ao nos submetermos a Deus podemos receber sua graça, que é a base para uma vida de pureza e devoção. A humildade e a oração são apresentadas como ferramentas necessárias para mantermos nossa fé autêntica e nossa comunhão com Deus intacta. Estudaremos um alerta claro sobre os perigos da amizade com o mundo e as consequências de se tornar inimigo de Deus. A natureza dos desejos carnais leva a conflitos e distanciamento de Deus, enquanto a verdadeira submissão a Ele resulta em resistência ao Diabo e uma vida de pureza e devoção. Como crentes, somos chamados a viver uma fé autêntica, rejeitando as paixões mundanas e buscando um relacionamento íntimo com Deus. A submissão a Deus e a purifi cação do coração são essenciais para uma vida que glorifica ao Senhor e reflete seu amor e santidade no mundo. Ao nos afastarmos das influências mundanas e nos aproximarmos de Deus, encontramos a verdadeira paz e satisfação A importância de entender a natureza de nossa batalha espiritual não pode ser subestimada. Tiago nos mostra que a raiz dos nossos conflitos está em nossos próprios desejos desordenados. Quando esses desejos não são alinhados com a vontade de Deus, eles resultam em uma vida de frustração e insatisfação. Portanto, considerar e submeter esses desejos a Deus é o primeiro passo para experimentar a verdadeira liberdade e paz. Além disso, o chamado de Tiago à submissão e à humildade destaca um princípio crucial na vida cristã: a graça de Deus é concedida aos humildes. Deus resiste aos orgulhosos, mas conceda graça aos que decidem viver em total dependência dEle. Essa graça não apenas nos fortalece para resistir ao Diabo, mas também nos capacita a viver de maneira que honre a Deus. Portanto, ao final deste estudo, somos desafiados a examinar a nossa vida, identificar áreas de orgulho e egoísmo e, humildemente, buscar a ajuda de Deus para viver em completa submissão a Ele.
A Natureza da Amizade com o Mundo
Fica evidente que há uma ligação entre o final do capítulo 3 e o início do capítulo 4. Ou seja, se a inveja (amargura) e os sentimentos de disputas encheram o coração, se tal pessoa se afastou de Deus, logo, está envolvida em toda sorte de “perturbação e toda obra perversa”. Com isso, consequentemente (e de forma frequente), há guerras e contendas. Os versículos 1 e 2 descrevem a fonte dos conflitos entre os crentes como resultado de desejos egoístas: “De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês? Vocês cobiçam coisas, mas não as têm” (NVI). Essa amizade com o mundo é marcada por uma busca incessante para satisfazer as paixões carnais. No versículo 3, Tiago explica por que muitos pedidos em oração não são atendidos: “Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres” (NVI). Os desejos centrados no próprio eu e as intenções egoístas são obstáculos à verdadeira comunhão com Deus. Tiago está repetindo o ensinamento de Jesus no Sermão do Monte (Mt 7.7,8). Deixar de pedir a Deus em oração é deixar de receber. É preciso pedir sabedoria com fé, isto é, sem duvidar da força e da bondade de Deus para conceder sabedoria em meio as provações (Tg 1.5-8). Nesse caso, ao que parece, os leitores aos quais Tiago se refere, não pedem com fé por causa do orgulho, da cobiça e da inveja que colocam em dúvida a bondade divina. Deus não é uma máquina de conceder desejos e muito menos uma força cósmica que concede desejos àqueles que lhe oferecem orações. As bênçãos de Deus não são para serem gastas em prazeres humanos e mesquinhos. O versículo 4 utiliza a metáfora do adultério para descrever a infidelidade espiritual: “Adúlteros, não sabem que a amizade com o mundo é inimizada com Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus” (NVI). Essa metáfora é poderosa porque compara a busca pelos prazeres mundanos a uma traição ao com- promisso com Deus. Na perspectiva bíblica, a nossa relação com Deus é comparada a um casamento, um compromisso sagrado e exclusivo. Quando os crentes se voltam para os prazeres e valores do mundo, é como se estivessem cometendo adultério espiritual, rompendo a fidelidade devida a Deus. Uma ideia semelhante está em 1 João 2.15-17: “Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (NVI). Assim como os valores do mundo, o dinheiro, a fama, o sucesso, o reconhecimento e o poder, são prejudiciais para a vida espiritual do crente. Esses valores mundanos promovem a inveja, o orgulho e a ambição egoísta, que levam a crises interiores e desavenças exteriores.
A busca por esses valores mundanos não apenas desvia a fé de seu compromisso com Deus, mas também deteriora a harmonia comunitária e pessoal. A inveja e o orgulho criam barreiras entre as pessoas, fomentando rivalidades e conflitos. A ambição egoísta coloca os desejos pessoais acima do bem-estar coletivo, resultando em uma sociedade fragmentada e cheia de discórdias. Esses comportamentos são contrários aos ensinamentos de Jesus, que nos chama para amar ao próximo, a buscar a paz e a viver de maneira humilde e servil. Portanto, a metáfora do adultério espiritual serve como um severo aviso contra a adoção dos valores contrários ao evangelho. Os crentes são chamados a manter sua lealdade a Deus, resistindo às tentações do mundo e vivendo de acordo com os princípios do Reino de Deus. Ao agir assim, não apenas permanecem f éis ao seu compromisso com Deus, mas também são envolvidos na edificação de uma comunidade mais amorosa e unida, que reflete verdadeiramente o caráter de Cristo.
Conclusão
Nessa lição, vimos um alerta claro sobre os perigos da amizade com o mundo e as consequências de se tornar inimigo de Deus. A natureza dos desejos carnais leva a conflitos e distanciamento de Deus, enquanto a verdadeira submissão a Ele resulta em resistência ao Diabo e uma vida de pureza e devoção. Como crentes, somos chamados a viver uma fé autêntica, rejeitando as paixões mundanas e buscando um relacionamento íntimo com Deus. A submissão e a purificação do coração são essenciais para uma vida que glorifica a Deus. Ao nos afastarmos das influências mundanas e nos aproximarmos de Deus, encontramos a verdadeira paz e satisfação espiritual. A importância de entender a natureza de nossa batalha espiritual não pode ser subestimada. Tiago nos mostra que a raiz dos nossos conflitos está em nossos próprios desejos desordenados. Quando esses desejos não são alinhados com a vontade de Deus, eles resultam em uma vida de frustração e insatisfação. Portanto, considerar e submeter esses desejos a Deus é o primeiro passo para experimentar a verdadeira liberdade e paz que só Ele pode oferecer.
Além disso, o chamado de Tiago à submissão e humildade destaca um princípio crucial na vida cristã: a graça de Deus é concedida aos humildes. Deus resiste aos orgulhosos, mas conceda graça aos que se submetem a Ele. Essa graça não apenas nos fortalece para resistir ao Diabo, mas também nos capacita a viver de maneira a honrar a Deus. Portanto, ao final deste estudo, somos desafiados a examinar nossas vidas, identificar áreas de orgulho e egoísmo, e humildemente buscar a ajuda de Deus para viver em completa submissão a Ele.
Telma Bueno
Editora da Revista Lições Bíblicas Jovens
Para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: LEANDRO, Eduardo. A Verdadeira Religião: Um Convite à Autenticidade na Carta de Tiago. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.