Lição 06 – O Filho é igual com o Pai
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – A DOUTRINA BÍBLICA DA RELAÇÃO DO FILHO COM O PAI
II – A HERESIA DO SUBORDINACIONISMO
III – COMO O SUBORDINACIONISMO SE APRESENTA HOJE
CONCLUSÃO
Esta primeira lição tem quatro objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
I) Mostrar a doutrina bíblica da relação de igualdade de natureza e autoridade entre Deus Pai e o Filho Unigênito;
II) Apresentar e refutar biblicamente a heresia do Subordinacionismo;
III) Exemplificar como o Subordinacionismo está presente na atualidade.
A DOUTRINA BÍBLICA DA RELAÇÃO DO FILHO COM O PAI
Significado bíblico geral
O Antigo Testamento emprega dois termos para “filho”, um hebraico bēn: “filho, neto, membro de um grupo”, e outro aramaico, bar. A palavra hebraica apresenta um sentido mais amplo do que nas línguas modernas do Ocidente. Não indica apenas descendente como filho, neto, bisneto etc. É empregado à cria de animais (Sl 147.9), o termo bēn aparece, também, como ramo ou broto de árvores, como em Gênesis 49.22, duas no singular e uma no plural: “José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus galhos se estendem sobre o muro”. É usado para representar um grupo, como “filhos de Israel, filhos de Sião (Sl 149.2), filhos de Babilônia (Ez 23.15); serve para indicar o gênero, como “filho do homem”, representar o gênero humano: “que é o homem, para que dele te lembres? E o filho do homem, para que o visites?” (Sl 8.4) e também para indicar uma classe, como os filhos dos profetas (1 Rs 20.35; Am 7.14).
O Novo Testamento emprega cerca de dez termos gregos para filho: huios, “filho”, que aparece trezentas e setenta e nove vezes, está presente em quase todos os livros do Novo Testamento, exceto em Efésios, nas epístolas pastorais, em Filemon, 3 João e Judas; em segundo lugar, vem teknon, “filho, criança”, noventa e nove vezes; em terceiro, paidion, “criança pequena”, cinquenta e duas vezes; em seguida, pais, “criado, criança, filho”, vinte e quatro vezes; as demais aparecem de uma a duas vezes.
A expressão “filho(s) de Deus”, bēn ’ĕlōhîm, em hebraico, aparece em Gênesis 6.2, 4 e Jó 1.6; 2.1; 38.7, ou, ’ēlîm, plural de ’ēl, “Deus” (Sl 29.1; 89.6), traduzido por “poderosos” na ARC e a ARA traduz por “Deus” (Sl 29.1) e “seres angelicais” (Sl 89.6). A forma aramaica é bar-’ēlāhîm, “filho de deus” (Dn 3.25). Em todas essas passagens, a expressão é de significado incerto. Em Gênesis, há os que defendem a ideia de anjos, nós entendemos tratar-se dos descendentes de Sete; em Jó, uns afirmam que são anjos, outros, de humanos tementes a Deus e alegam que Deus nunca chamou anjo de filho: “Pois a qual dos anjos Deus em algum momento disse: ‘Você é meu Filho, hoje eu gerei você’?” (Hb 1.5). Porém, Jó 38.7 parece retroceder a um período anterior à criação do homem.
O conceito de filhos de Deus no Antigo Testamento, com respeito aos filhos de Israel, denota relação mediante aliança, concerto, de maneira coletiva, a Israel como um todo (Os 1.11). O hebreu devoto, naquela época, não se apresentava individualmente como filho de Deus. Os judeus não ousam chamar a Deus de Pai, embora o Antigo Testamento apresente Deus como o Pai de Israel (Êx 4.22; Jr 31.9). Os muçulmanos prostram-se diante de Alá, sua divindade, como escravos e não como filhos. Dizem que é blasfêmia chamar Deus de Pai.
No Novo Testamento, essa filiação é por adoção e é individual, por isso clamamos “Aba, Pai” (Rm 8.15), ou seja, “Papai”; é a relação espiritual de Deus com os seres humanos mediante o sacrifício do Calvário. Não é uma filiação de maneira coletiva, como Israel, nos tempos do Antigo Testamento. A expressão “Filho de Deus”, aplicada a Jesus, tem um sentido diferente de quando se aplica a nós. Temos tal posição por adoção, e não se trata de uma questão de substância ou essência. Deus concedeu-nos essa posição pelo mérito da obra redentora de Cristo “a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao nosso coração, e esse Espírito clama: ‘Aba, Pai!’” (Gl 4.5,6).
Texto extraído da obra Em Defesa da Fé Cristã, editada pela CPAD.