Lição 6 – As nossas armas espirituais
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – AS ARMAS DO CRENTE
II – AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO
III – JESUS CRISTO: O NOSSO MAIOR MODELO
CONCLUSÃO
Esta lição tem quatro objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
1. Enfatizar o sentido que as armas do crente recebem nas Escrituras;
2. Esclarecer a respeito das três principais armas espirituais do crente;
3. Mostrar Jesus Cristo como o nosso maior modelo de quem usou as armas espirituais;
I – As Armas do Crente
As armas
Dentro do contexto bíblico, há vários relatos sobre as armas naturais que eram usadas em batalhas nos tempos antigos, armas muito diferentes das que são usadas atualmente, mas era o que se dispunha naqueles dias. Essas armas são descritas assim: instrumento de ataque ou de defesa. Podemos enumerar as de ataque: espada, que ficava presa ao cinto (1 Sm 17.45; 2 Sm 20.8), vara (Sl 23.4), funda (1 Sm 17.40) arco e flecha (2 Rs 13.15), lança (Js 8.18) e dardo (2 Sm 18.14). As armas de defesa: escudo (Ef 6.16), capacete (1 Sm 17.5), couraça (1 Sm 17.5) e caneleiras (1 Sm 17.6).
O armamento para a batalha espiritual não é físico ou militar. Paulo diz que as armas dos que fazem parte do exército de Cristo para o combate são espirituais (2 Co 10.4). Ao falar de armas espirituais, logo se conclui que a batalha é de outra natureza, que o inimigo é outro, descartando qualquer ideia de se fazer guerra em nome de Jesus ou do evangelho para fins humanos. Está claro que o inimigo a ser vencido é Satanás e seus demônios (Ef 6.12).
Descartando o arsenal deste mundo, o cristão se vale da armadura espiritual, que pode ser encontrada em diversas passagens das Escrituras. A primeira que podemos mencionar é a Palavra de Deus, conhecida como espada do Espírito (Ef 6.17). Com ela se vencem as mentiras, os enganos, se conhece a vontade de Deus e promove santidade (Jo 17.17). Outra arma poderosa é a oração, visto que por meio dela se mantém contato com Deus, firma-se a comunhão (Ef 6.18). É pertinente lembrar que, pela leitura que se faz de Efésios 6.13-17, tem-se um conjunto completo da armadura que o cristão precisa ter para enfrentar a batalha e ficar firme. Nesta lista consta o cinto da verdade, a couraça da justiça, as sandálias da preparação do evangelho da paz, o escudo da fé e o capacete da salvação. Neste capítulo, trataremos especificamente de três armas poderosas que nos ajudam na nossa jornada espiritual para o Céu: Palavra, oração e jejum.
As estratégias do Inimigo
O nosso Inimigo, Satanás, é perigoso, sagaz. Por isso Paulo falou que não é bom ignorar seus desígnios, isto é, o seu propósito vil (2 Co 2.11), que pelo entendimento do apóstolo havia um propósito maligno para contaminar a fé dos irmãos e desfazer a boa ordem na Igreja. Esse Inimigo se vale de suas estratégias para criar desunião na Igreja, afastar o cristão de sua boa caminhada na jornada da fé. Quando lemos Gálatas 5.7, os irmãos da Igreja estavam correndo bem, mas de alguma forma foram impedidos, contaminados. Isso nos mostra que, se não orarmos e não vigiarmos, podemos ser fisgados pelas estratégias desse adversário maligno.
Podemos descrever oito estratégias do Inimigo que procura destruir o povo de Deus e impedir sua marcha para o Céu. A primeira estratégia dele é fazer uso da mentira e do engano, levando as pessoas a se afastarem da verdade, pois confunde a mente dos cristãos poluindo as verdades divinas. Foi assim que ele agiu e afastou de Deus Adão e Eva (Gn 3.4,5). A segunda estratégia dele é a tentação, e faz isso por intermédio de desejos aparentemente inofensivos, belos, atraentes, mas tudo é mentira, ilusão, aparência.
A terceira estratégia que esse adversário usa para enfraquecer o povo de Deus, criando sentimento de culpa nos crentes, fazendo-os sentir-se não perdoados é a acusação (Ap 12.10). Dessa forma, a pessoa não tem paz nem desenvolve uma vida de comunhão perfeita com Deus, mas devemos entender que todos os nossos pecados foram perdoados (1 Jo 1.7,9). A quarta arma dele é distorcer as verdades divinas. Como já falamos anteriormente, ele fez isso com Adão e Eva, mas também com Cristo, citando as Escrituras totalmente fora do seu contexto, mas perdeu.
A quinta estratégia de Satanás é provocar nos cristãos desânimo e fraqueza, por meio de seus argumentos perversos, afirmando que a vida não tem sentido e é sem propósito. Diante de lutas e sofrimentos, perdas que alguns sofrem nesta vida, o Inimigo afirma que Deus não se importa com o sofrimento das pessoas. Logo, é preciso estar com a mente protegida pelo capacete da salvação (Ef 6.17).
Ainda falando das estratégias do Maligno contra o povo de Deus, temos a sexta, na qual ele se vale de cientistas, filósofos e sistemas mundanos para se levantar contra a Igreja. Age assim porque seu alvo é levar o crente a desistir da fé, porém, somos alertados por Cristo a perseverar até o fim (Mt 10.22).
A sétima estratégia do Maligno é encher o coração e a mente das pessoas de egocentrismo, levando-as a não confiar em Deus, na sua Palavra, mas em si mesmas. Não foi à toa que Paulo escreveu que nestes últimos dias as pessoas seriam amantes de si mesmas, egoístas (2 Tm 3.2). Por fim, a oitava estratégia de Satanás é enganar as pessoas com suas falsas religiões e idolatria, levá-las a adorar ídolos como se fossem deuses, tudo isso para que jamais elas venham a conhecer e adorar ao verdadeiro Deus, Criador dos Céus e da terra.
Não precisamos em nada temer ao Inimigo, posto que temos em nossa vida a presença do Espírito Santo, a orientação da Palavra de Deus e todo um armamento ao nosso dispor, porém não deve haver descuido, não podemos baixar a guarda, pois ele é sagaz e não dorme, a qualquer instante pode espalhar o joio no meio do trigo. Paulo era consciente das estratégias desse Inimigo feroz, por isso nos alertou da necessidade de nos revestirmos da armadura e ficarmos firmes (Ef 6.11), e para resistir é preciso sujeitar-se a Deus. Pedro nos aconselha a sermos sóbrios e vigiarmos, pois esse adversário busca a quem possa tragar (1 Pe 5.8).
O chefe de toda força do mal
Já descrevemos em um capítulo sobre a personalidade de Satanás, porém, bíblica e teologicamente sabemos que ele é o chefe de toda força do mal. Seus títulos e nomes expressam de fato quem ele é, um ser totalmente maligno que se opõe aos projetos de Deus e do seu povo.
Esse chefe maligno é descrito em algumas partes da Bíblia como aquele que se opõe a Deus, buscando estragar a obra realizada por Cristo na vida das pessoas, isto é, a salvação (At 13.10). É tentador, trabalha constantemente para fazer as pessoas se afastarem de Deus, serem desobedientes, viverem totalmente desviadas. Não deseja que as pessoas tenham uma vida marcada pela piedade, santidade, verdade, amor, perdão e compaixão. Mesmo sendo o chefe de todo mal, jamais ele é páreo para Cristo e seus servos, que desenvolvem uma vida de comunhão perfeita com o Pai. João mostra que Jesus veio para desfazer as obras do Diabo (1 Jo 3.8). Assim, todos quantos vivem em Cristo Jesus têm a vitória contra esse inimigo (Tg 4.7; Ef 6.10-18).
Há muitas pessoas que pensam que os crentes servem a Deus ou Cristo Jesus com medo do Diabo — nada disso. Nós servimos ao Pai poderoso e a Jesus Cristo, seu Filho, por compreender a imensidão do seu amor para conosco e o plano de salvação (Jo 3.16; Rm 5.8; 1 Tm 2.4). Todavia, somos conscientes pela Palavra de que esse Inimigo quer desfazer todo esse plano para nos afastar de Deus. Mesmo assim, temos o que é necessário da parte divina para o enfrentarmos e resistirmos sem temer.
Texto extraído da obra A Carreira que nos Está Proposta, editada pela CPAD.