Lição 8 – Missionários fazedores de tendas
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – A VIDA PROFISSIONAL DE PAULO E SUA VOCAÇÃO MINISTERIAL
II – MISSIONÁRIOS FAZEDORES DE TENDAS
III – VOCAÇÃO, PROFISSÃO E MISSÕES
CONCLUSÃO
Esta lição tem três objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
1. Relacionar a vida profissional de Paulo com a ministerial;
2. Explicar a expressão “Missionários fazedores de tendas”;
3. Discutir vocação, profissão e missões.
III – VOCAÇÃO, PROFISSÃO E MISSÕES
1. Deus é quem chama
Muitas são as oportunidades de estarmos envolvidos com os trabalhos em nossas comunidades de fé locais, grupos com trabalhos evangelísticos de grande impacto, organizações missionárias relevantes em nosso contexto e até em outros países.
A palavra vocação vem do latim vocatio, vocationis e significa chamamento, ato de chamar (vocare) ou escolher, que supõe disposição ou aptidão inerente para algum ofício.
Para nós, cristãos, quem vocaciona obviamente é Deus. Ele mesmo é quem capacita e comissiona cada um para uma determinada missão no mundo. É também Ele quem gera em nós habilidades, talentos, sentimentos de envolvimento com causas específicas que nos levarão a trabalhar em atividades que fazem sentido e, inclusive, realização pessoal.
2. Exercendo a vocação
Quando respondemos de forma prática a esse chamado, colocando em execução nossa vocação, encontramos nosso propósito. A vocação é a missão única para a qual cada um de nós foi preparado e entregue a fim de prestarmos serviço a nosso Criador; é a razão pela qual cada um de nós foi efetivamente criado por Deus, sendo Ele mesmo quem nos dá condições reais para realizarmos tais tarefas através de nossos dons e virtudes, tornando-nos parte integrante dos seus planos para a sua honra e glória.
Alguns podem ser chamados para realizar tarefas específicas. Na Bíblia, temos diversos exemplos disso, como, por exemplo: Abraão, que foi chamado para ser iniciador de uma grande nação (Gn 12.2); Jonas, que teve de ir à Nínive anunciar o juízo de Deus (Jn 1.2); e Paulo, que foi enviado aos gentios, indo para além de Israel (At 22.21). Paulo foi um grande homem de fé, obediente e comprometido com o chamado que teve para a salvação e para anunciar a mesma a outros povos. Ele compreendeu que a morte, crucificação e ressurreição de Jesus era algo para cada cristão experimentar, mas também anunciar aos outros (2 Co 4.11-14). Paulo exercia a sua vocação anunciando sobre Jesus e testemunhando do evangelho por onde Deus o enviava.
Ao longo da História da Igreja, Deus tem chamado homens e mulheres para realizarem tarefas específicas. Martinho Lutero (1483–1546) foi levantado para reformar a igreja; David Livingstone (1813–1873) foi levantado para missões na África; John Paton (1824–1907) foi levantado para levar o evangelho nas longínquas ilhas do Pacífico; Lillian Trasher (1887–1961) foi levantada para cuidar de centenas de crianças no Egito, a ponto de ser chamada a “Mãe do Nilo”; Gunnar Vingren (1879–1933) e Daniel Berg (1884–1963) foram enviados por Deus para o Brasil para pregar o batismo com o Espírito Santo. A todo instante, milhares de crentes estão sendo chamados por Deus para as mais diversas tarefas.
Somos todos vocacionados para servir a Cristo com o que somos e com o que temos, sendo o objetivo principal glorificar o nome de Deus Pai (Rm 16.25-27) dentro e fora da igreja. Tudo o que temos vem de Deus e deve ser usado para a honra e glória do nome dEle!
Hoje, com a diversidade de trabalho que os campos missionários exigem não somente na área eclesiástica (como pastor, capelão, educador cristão e ministro de música), mas também na área profissional (como empresário, professor, enfermeiro, médico, dentista, assistente social, dentre outras profissões), aumentou o número de cristãos na busca de profissionalizar as suas habilidades (1 Co 9.16,17).
Enquanto vocação vem do latim vocare e significa chamar, missão é o ato de enviar ou de ser enviado. Assim, toda pessoa tem uma vocação, e a consequência disso é a missão. No entanto, nem toda pessoa exerce a sua missão, mesmo tendo sido chamada por Deus.
A palavra “missão” vem do verbo latim mito, que significa “enviar”. No Novo Testamento, essa palavra vem do grego apostello, que tem o mesmo significado na sua essência. Missões é a transmissão da mensagem salvadora de Cristo. A melhor definição de missões foi dada por John Leonard:
Missões é a obra de Deus confiada à Igreja, que seguindo o exemplo de Cristo, proclama por palavras e ações o Reino de Deus, chamando todos ao arrependimento e à fé em Cristo, ensinando-os a serem discípulos dele, integrando-os em igrejas locais.
Missões são iniciativas religiosas destinadas a propagar os princípios do cristianismo entre os povos não monoteístas. Baseiam-se em princípios da teologia cristã e em imitação do ministério de Jesus Cristo e em cumprimento do mandamento que Ele deu aos seus apóstolos para pregarem o evangelho pelo mundo.
Participar da missão significa participar ao lado de Deus da sua intenção de promover e amar o ser humano. Nesse sentido, a missão da Igreja — com a evangelização ao seu lado — será sempre um movimento voltado para a promoção da vida e da dignidade do ser humano no seu mais alto nível.
3. Minha profissão, meu campo missionário
Somos todos vocacionados para servir a Cristo com o que somos e com o que temos, sendo o objetivo glorificar o nome de Deus Pai (Rm 16.25-27) tanto dentro quanto fora da igreja. Deus está chamando cada vez mais profissionais, testemunhas cristãs, para que levem a mensagem de salvação até os confins da terra, especialmente aos povos que carecem de ouvir o evangelho e experimentar a sua ação transformadora.
Nem todos os que se sentem atraídos a fazer tendas estão qualificados para a tarefa. É necessário examinar os motivos e avaliar a disposição espiritual. A menos que os fazedores de tendas sejam relativamente maduros e saibam como se sustentar espiritualmente, é bem provável que a sua missão não seja bem-sucedida. O que é fundamental a todo processo é um sentido claro de chamado para a missão transcultural.
O crescimento espiritual ocorre mais plenamente no contexto de uma igreja saudável, acompanhado de um programa pessoal, com o objetivo de levar a pessoa a desenvolver o conhecimento de Deus e das Escrituras. Uma vez que a base está firmada, é importante aprender habilidades ministeriais, especialmente como levar outros a Cristo e discipulá-los.
Caro “fazedor de tendas” deste tempo chamado de Pós-Modernidade, tenha como lema este pensamento: “Servindo a Deus e aos outros através de sua profissão aonde quer que você vá”!
Texto extraído da obra, “ATÉ OS CONFINS DA TERRA”, livro de apoio ao 3º trimestre, publicado pela CPAD.