Lição 4 – Missões Transculturais no Antigo Testamento
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – O DEUS MISSIONÁRIO REVELADO NO NOVO TESTAMENTO
II – MISSÕES NOS EVANGELHOS E EM ATOS DOS APÓSTOLOS
III – A MISSÃO CUMPRIDA NAS CARTAS E NO APOCALIPSE
CONCLUSÃO
Esta lição tem três objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
1. Revelar o Deus missionário no Novo Testamento;
2. Mostrar as Missões nos Evangelhos e em Atos dos Apóstolos;
3. Enfatizar a Missão Cumprida nas Cartas e no Apocalipse.
Missões é a suprema tarefa dada à Igreja por Deus e que ela, seguindo o exemplo de Cristo, deve proclamar com palavras e ações o Reino de Deus, chamando todos ao arrependimento e à fé em Cristo.
Enquanto no Antigo Testamento tinha a tendência centrípeta, o Novo Testamento demonstra claramente a atitude ativa, ou seja, a centrífuga. Agora a Igreja tem que sair para alcançar o resto do mundo.
No Novo Testamento, encontramos a Igreja realizando missão centrífuga que, em física, é a força rotativa que impele os objetos de um centro para fora; ou seja, é a Igreja Primitiva enviando missionários para fora dos seus limites culturais com o objetivo de atingir outros povos. Em Lucas 10.2, a palavra “enviar” no grego é ekballo e dá o sentido de “tirar com força” ou “lançar para fora”.
Portanto, a natureza da missão da Igreja é a missão centrífuga, que requer ir a outras gentes e ganhá-las, onde quer que se encontrem, para Cristo. Depois de ganhá-las para Cristo, devem ser formadas extensões da Igreja no seu próprio país. Em seguida, esse mesmo povo levará a cabo missões centrífugas, saindo a pregar.
A Teologia do Novo Testamento é evidentemente missionária. Enquanto o povo de Israel falhou no seu propósito missionário, Deus decidiu organizar um novo povo, que é a Igreja no Novo Testamento, que designou a tarefa missionária. O clímax dos propósitos universais de Deus para a redenção do homem é atingido no Novo Testamento.
A Palavra de Deus ensina que a responsabilidade primeira da Igreja é executar a obra missionária. Entendemos claramente que tal responsabilidade é tanto coletiva como individual. Enquanto responsabilidade coletiva, a Igreja é vista como reunião ou assembleia dos salvos. Já como individual, refere-se a cada crente como membro integrante da Igreja.
O clímax dos propósitos universais de Deus para a redenção do homem é atingido no Novo Testamento, através da Nova Aliança, na pessoa de Jesus Cristo. Desde a promessa da semente da mulher (Gn 3.15), passaram-se cerca de quatro milênios.
O missiólogo europeu Johannes Verkuyl (1908–2001) diz o seguinte acerca do Novo Testamento:
Do começo ao fim, o Novo Testamento é um livro missionário. Ele deve sua própria existência ao trabalho missionário das igrejas cristãs primitivas, tanto a judia como a helenística. O Novo Testamento é um livro missionário em discurso, conteúdo, espírito e desígnio. O Novo Testamento é mais a Teologia em ação do que Teologia em razão e conceito. Trata-se de uma Teologia missionária. Os Evangelhos são “recordações vivas” da pregação missionária, e as Epístolas, mais do que uma forma de apologética missionária, são instrumentos atuais e autênticos do trabalho missionário. (Contemporary Missiology, 101-2)
No Novo Testamento, o Senhor Jesus foi o primeiro missionário enviado pelo Pai (Jo 20.21). Pelo fato de ter sido enviado de Deus, Ele trouxe consigo um plano de resgate da humanidade que envolve todos os seus seguidores.
Jesus disse aos seus primeiros apóstolos: “[…] Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19). José Satírio dos Santos e Judson Canto, na obra Missão em Cúcuta (CPAD), observam: “Cada crente no Senhor é um missionário cultural entre os não-salvos do seu próprio povo em sua própria cultura e língua”. Missionário é uma pessoa com chamada divina para o ministério, que deixa o seu país para ministrar a um povo de cultura ou civilização diferente. A Igreja de Cristo é o instrumento de Deus para atingir os seus propósitos na terra. Ela recebeu a ordem de evangelizar o mundo, e esse é o grande desafio da Igreja de Cristo antes de subir aos céus. O Senhor deixou a ordem mais importante aos seus discípulos (Mc 16.15). Fazer missões é, portanto, uma ordem, um mandamento bíblico, e não meramente uma opção, um parecer ou uma recomendação.
O Espírito Santo é o poder para as missões. Os discípulos deveriam ficar em Jerusalém até serem revestidos desse poder, pois não podiam começar a obra de Deus sem o revestimento de poder. O Espírito Santo conduz os discípulos a entenderem que o evangelho também é para outros povos (At 10.44,49). Ele guia os obreiros ao campo missionário (At 8.26; 16.6,7) e chama os obreiros às missões transculturais (At 13.2).
Texto extraído da obra, “ATÉ OS CONFINS DA TERRA”, livro de apoio ao 3º trimestre, publicado pela CPAD.