Lição 11 – Cultivando a Convicção Cristã
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – CONVICÇÃO ESPIRITUAL
II – CONVICÇÃO MORAL
III – CONVICÇÃO SOCIAL
CONCLUSÃO
Esta lição tem três objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
1. Estimular a convicção espiritual nos cristãos a partir da confiança em Deus;
2. Compreender a necessidade de uma vida irrepreensível de modo que glorifique a Deus;
3. Reconhecer que o amor sacrificial e o abnegado trabalho são essenciais para o crescimento do Reino.
III. CONVICÇÃO SOCIAL
1. Bem-Estar Comum
O bem-estar comum alcança o homem nas suas necessidades físicas e espirituais. O bem comum constitui-se ao mesmo tempo de um direito e de um dever do cidadão. A consciência de ser responsável pelo bem comum na sociedade pertence à tradição cristã. Nossa Declaração de Fé (SOARES, 2017, p. 28) ensina que a Bíblia é o manual de Deus para toda a humanidade e que as suas instruções também visam à felicidade humana e ao bem-estar espiritual e social de todos os seres humanos (2 Tm 3.16,17). O papel da Igreja é o de proclamar o evangelho (Mt 28.19) e aliviar o sofrimento promovendo bem-estar social (Tg 2.15,16).
No âmbito social, por exemplo, a Igreja pode e deve somar esforços no combate à fome, ao desemprego, à violência, à injustiça e à discriminação, dentre outros. Reitera-se que a justiça social sempre foi uma bandeira defendida pelo cristianismo (Tg 1.27; 2.15-18). A pauta social, todavia, foi sequestrada pelo espectro secularista-ideológico e também pelo liberalismo teológico que reivindica para si a paternidade das questões sociais.
Carl Henry (2007, p. 228) analisa que:
Na América do século dezenove, parece que os evangelistas e os revivalistas que viajavam até a fronteira não só pregavam o evangelho da salvação interna como também defendiam os desempregados, desprovidos, ébrios, analfabetos, a viúva, o órfão, ameríndio caçado e o negro escravizado. […] O avivamento teológico ligado a Karl Barth havia trazido, no final das décadas de 1940 e 1950, uma forte reavaliação do idealismo social […] não será exagero dizer que o evangelho social teria se tornado prisioneiro de interesses radicais. Faltando a correção das Escrituras e a direção do Espírito Santo, ele deixou de ser uma expressão saudável da consciência social da igreja e, mutas vezes, tornou-se refúgio para extremistas e anarquistas.
O profeta Habacuque registra que os problemas sociais da sua época eram resultado dos pecados cometidos, tais como inversão de valores; violência e injustiças (Hc 1.1-4). Assim, o mal social tem origem no pecado, por isso, deve ser denunciado e abandonado por meio da pregação do evangelho. A prática do amor cristão é antídoto para as injustiças sociais. Ciente disso, Paulo escreve: “[…] quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda a nossa própria alma” (1 Ts 2.8).
Esse sentimento paulino para com a igreja é comparado ao cuidado de uma mãe que se preocupa e protege os filhos (1 Ts 2.7). Também é equiparado ao proceder de um pai amoroso que se interessa pelos problemas dos filhos (1 Ts 2.11b). Era assim que Paulo encorajava, confortava e servia de exemplo à igreja (1 Ts 2.11a). Nessa direção, o dever cristão engloba a moral e o social. Salienta-se, porém, que o exclusivismo moral em detrimento de pautas sociais e, por sua vez, a causa social em prejuízo da moral não retratam o genuíno evangelho de Cristo (Tg 4.17).
2. Dedicação Altruísta
Paulo dedicou-se com profundo altruísmo na propagação do evangelho (At 20.24). Apesar do direito inerente ao seu apostolado, ele decidiu nada receber: “[…] ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados” (1 Ts 2.6b). Paulo teve uma dedicação altruísta em favor do Reino de modo que, sempre que possível, ele recusava ajuda financeira (At 20.33,34). Isso não significa que, quando necessário, ele não tenha recebido de bom grado o apoio pecuniário da Igreja (1 Co 16.17; Fp 4.18).
Contudo, em boa parte do seu ministério, o apóstolo valeu-se do seu ofício de fabricante de tendas para prover o necessário sustento (At 18.3). E, acerca disso, recordava aos irmãos do seu “trabalho e fadiga; pois, trabalhamos noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós” (1 Ts 2.9). Para não se tornar um fardo para a igreja, Paulo desgastou-se numa atividade laboral extenuante.
A Bíblia não condena a provisão financeira para os obreiros. O próprio Paulo escreveu: “[…] aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1 Co 9.14), e ainda: “[…] Digno é o obreiro do seu salário” (1 Tm 5.18). O apóstolo explica que não usou dessa prerrogativa porque conhecia a extrema pobreza da igreja (2 Co 8.1,2), que suportou as restrições para não criar obstáculo ao evangelho (1 Co 9.11,12); que tudo fez para ganhar o maior número possível de almas (1 Co 9.19).
Nesse contexto, French Arrington (2003, p. 1.375) enfatiza que:
A história do modelo de liderança sacrificial de Paulo ressoa através dos séculos, e pode ser claramente ouvida por todos os que são chamados para as posições de liderança, quer sejam remuneradas ou não. Deve-se esperar que o ministério demande muita força de vontade, seja um trabalho árduo e exija muito daqueles que nele trabalham. Aqueles que sinceramente cuidam de pessoas e honram o chamado de Deus serão considerados imitadores da dedicação de Paulo.
Assim sendo, todos quantos possuem plena convicção da sua salvação e chamado são motivados a trabalhar não por vanglória humana, mas para a glória de Deus (1 Co 10.31). O amor sacrificial e o abnegado trabalho são essenciais para o crescimento do Reino. Quanto ao galardão, o escritor aos Hebreus declara que Deus não é injusto para esquecer-se da vossa obra e deseja que “cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança” (Hb 6.10,11).
Texto extraído da obra, “A Igreja de Cristo e o Império do Mal”, livro de apoio ao 3º trimestre, publicado pela CPAD.