Lição 10 – Segunda Carta a Timóteo
Prezado(a) professor(a), para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio da semana. O conteúdo é de autoria do pastor Silas Queiroz, comentarista do trimestre.
INTRODUÇÃO
A Primeira Carta a Timóteo é fechada com o capítulo 6, que trata dos deveres dos servos e exortações finais ao jovem pastor, reforçando a necessidade de zelo com a doutrina e recomendações gerais, especialmente relativas ao valor da piedade e o perigo de perdição em função do amor ao dinheiro.
Timóteo é exortado a apegar-se à vida de adoração e serviço a Deus, contentando-se com o necessário para o seu viver (“Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes” — 6.8) e guardando a fé e o evangelho (“o depósito”, v. 20) que lhe foram confiados.
Enviada essa primeira carta da região da Macedônia (Europa), a expectativa de Paulo de retornar à Ásia Menor (atual Turquia) e rever a Timóteo não se confirmou. Ele foi preso, provavelmente em Nicópolis, cidade localizada na costa ocidental da Grécia, por volta do ano 65 d.C. e levado a Roma por ordem de Nero, imperador romano de 54 a 68 d.C.12
Recordemos que o mundo vivia uma profunda agitação diante da primeira grande perseguição aos cristãos, iniciada logo depois que foram culpados por Nero pelo incêndio de Roma, ocorrido entre os dias 18 e 24 de julho de 64 d.C., muito provavelmente a mando do próprio imperador.
O contexto da Segunda Carta de Paulo a Timóteo é, bem provavelmente, o ano 67, quando o apóstolo já estava consciente de que o tempo da sua partida estava próximo. Preso em cadeias, o grande pregador dos gentios escreve a sua última carta, endereçando-a ao seu mais próximo cooperador, convocando-o a que viesse rapidamente a Roma para assisti-lo. É, portanto, o texto mais pessoal de todos os escritos por Paulo. O velho apóstolo manifesta a sua profunda afeição ao seu fiel cooperador e emite claros sinais de que lhe está passando a tocha ministerial.
Na ordem cronológica, a carta a Tito foi escrita antes de 2 Timóteo, que aqui é estudada na sequência de 1 Timóteo para que tenhamos uma continuidade imediata do processo histórico de comunicação entre Paulo e o seu mais próximo auxiliar. Aliás, é nessa ordem que as cartas estão organizadas na Bíblia: 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito.
A Firmeza de Paulo
Dos 13 livros de autoria paulina, a Segunda Carta a Timóteo é o último deles. O prefácio da obra apresenta-nos Paulo chegando ao fim da sua vida e, consequentemente, do seu ministério com a mesma firmeza que demonstrou ao longo da carreira. Mesmo preso e tratado como um criminoso (2 Tm 2.9), ele identifica-se como “apóstolo de Jesus Cristo”.
Paulo converteu-se por volta do ano 35 d.C. Desde então, experimentou terríveis sofrimentos por causa da sua fé e do apostolado que abraçou. Um relato parcial das suas aflições está em 2 Coríntios 11.23-27. A passagem inclui açoites, prisões, apedrejamento, naufrágios, fome e sede, frio e nudez. Cerca de 32 anos depois (provavelmente em 67 d.C.), ele permanece firme na fé e na missão apostólica.
Paulo jamais pôs o seu interesse em “negócio[s] dessa vida” (2 Tm 2.4), o que incluiu abster-se dos debates políticos da sua época. Não que Paulo não fosse conhecedor da realidade do seu tempo! Aliás, ele estava preso por ordem de Nero, que, como já assinalado, governou Roma de 54 a 68 d.C. A cidade havia sido incendiada talvez pelo próprio imperador sanguinário, que, contudo, pôs a culpa nos cristãos. O mundo estava em grande agitação.
Paulo passa distante disso tudo. O seu texto não faz uma referência sequer a esses fatos, nem mesmo indiretamente. Envolver-se com os temas do mundo só prejudicaria o exercício do seu ministério. Ele entendeu até o fim que era “apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus”.
O Engajamento Político
O engajamento dos cristãos na política não tem produzido nenhum resultado positivo duradouro ao longo da história. Conquanto seja possível a participação do cristão em toda e qualquer área lícita da vida humana, o que inclui a vida pública, o engano está em acreditar que esse ativismo tem o poder de “redimir” as estruturas políticas ou culturais, “resgatando” a sociedade.
Há muita literatura sobre Cosmovisão Cristã que prega a crença na restauração da cultura no tempo presente através do engajamento da igreja.
Esses autores, porém, não apenas defendem a restauração presente das estruturas da vida humana como uma missão da igreja. Refutam o pensamento das igrejas evangélicas que defendem a ação evangelística, apontando para o mundo o caminho para o Céu
Ocorre que, de fato, a missão da Igreja é pregar o evangelho para a salvação individual das pessoas, o que certamente influencia na melhoria do corpo social. Isso não pode ser confundido com uma suposta cristianização de governos, atividades culturais, economia ou qualquer outra área da vida humana. A expressão joanina é muito contundente: “Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno” (1 Jo 5.19).
O mundo é irregenerável como sistema. Por isso a pregação de Pedro era estimulando as pessoas a afastarem-se do meio corrupto em que viviam: “Salvai-vos desta geração perversa” (At 2.40), a exatamente a “salvação extramundana” que Goheen e Bartholomew veem como insuficiente. Mas não há outra saída senão esta, diante do mais nítido anúncio do avanço da maldade nos últimos tempos, e não da restauração que certos setores evangélicos esperam. Nas próprias cartas de Paulo a Timóteo, está bem claro o aprofundamento do pecado nos últimos tempos, com terrível reflexo dentro das próprias igrejas (1 Tm 4.1-7; 2 Tm 3.1-5). E o conselho de Paulo ao homem de Deus é: “afasta-te” (2 Tm 3.5).
Não se trata, portanto, de ser pessimista, mas, sim, de compreender a realidade espiritual do mundo e firmarmo-nos na promessa redentora contida nas Escrituras, que vai além desse mundo e aponta para novos céus e nova terra, como escreveu o apóstolo Pedro (2 Pe 3.11-13).
Essa sempre foi a crença que orientou a vida e a missão das igrejas pentecostais, que sempre enfatizaram o evangelho quadrangular: Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo e breve voltará, como consta na Declaração de Fé das Assembleias de Deus (CPAD, 2017). Com uma escatologia pré-milenista, os pentecostais creem que o mundo avança de mal a pior, até que ocorra o arrebatamento da Igreja e o Anticristo manifeste-se na terra (2 Ts 2.8-12). A terra somente terá um tempo de verdadeira paz e justiça com a vinda de Jesus para o julgamento das nações e implantação do seu reino milenial (Jd 14; Lc 21.27; 1.32,33; Ap 20.2,3; Is 2.3; Mq 4.2-4).
Por mais bem intencionados que sejam os agentes públicos, não nos deixemos enganar: há um sistema mundano influenciado pelo Diabo que domina as estruturas humanas em função do pecado. Todo esse sistema caminha rumo à perdição. A saída não está aqui. O caminho é para cima; é para o Céu. Sempre que a Igreja deixa de considerar essa realidade e desenha um cenário de restauração e domínio pela política, há grande frustração.
A igreja brasileira ainda se ressente de uma intensa espiritualização do processo político, que levou muitos a um verdadeiro fanatismo, esperando mais do que se deveria de figuras públicas. A política secular é importante, mas é preciso haver muito cuidado para que não a tornemos uma religião ou parte dela, pois isso produz gravíssimos prejuízos pessoais e para a igreja.
Como Paulo, devemos ficar em nossas trincheiras, conhecendo a vontade de Deus e cumprindo-a até ao fim. Assim fazendo, trabalharemos pela implantação do Reino de Deus por meio de atitudes justas e honestas, fundadas no amor de Deus. Não se trata de ter uma atitude conformista ou passiva, mas, sim, de compreender a natureza espiritual dos problemas da humanidade (Rm 12.2) e usar as armas próprias: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2 Co 10.4,5).
A Promessa da Vida
A firmeza de Paulo quanto à sua fé e ao exercício do seu ministério estava na compreensão do propósito escatológico da sua conversão e chamado. O que nutria o apóstolo e fazia-o permanecer firme na sua carreira era “a promessa da vida que está em Cristo Jesus” (1.1). Essa “vida em Cristo” tem o caráter presente, mas tem, acima de tudo, o caráter futuro, o da eternidade (1 Tm 4.8). Como Paulo já dissera aos coríntios: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Co 15.19).
A grande tônica dessa segunda carta é a esperança escatológica do apóstolo em relação a ele mesmo e a todos os que amarem a vinda de Jesus (2 Tm 4.8). Se não fosse assim, as circunstâncias vividas por Paulo seriam absolutamente desanimadoras.
Como um jovem judeu devoto e culto (Fp 3.4-8; Gl 1.13,14), Paulo deixou uma carreira pessoal altamente promissora e abraçou um ministério que lhe trouxe intensos sofrimentos e agora o fazia viver desamparado numa terrível cadeia romana (2 Tm 4.9-16). Se não fosse a esperança celestial, teria valido à pena?
Conservando a Esperança
Paulo deixa-nos um exemplo inspirador de como devemos conservar a esperança em Cristo para a vida eterna (2 Co 4.16-18; 1 Tm 1.16; 6.12); uma vida além dessa passageira realidade terrena (Ec 12.1-8; Tg 4.13,14). Não podemos deixar que essa esperança que aponta para a “cidade [que] está nos céus” (Fp 3.20,21) seja sufocada por nada.
Nos últimos tempos, teologias importadas pela igreja evangélica brasileira têm difundido uma cosmovisão muito voltada para o presente século. A pregação escatológica — do Jesus que breve voltará! — tem sido substituída, em grande parte, por discursos sobre temas seculares, com ênfase no aqui e agora.
A crença numa “redenção da cultura” tem ganhado muito espaço, e a sua verbalização vem expondo o enfraquecimento da esperança no Reino celestial. Todos esperamos uma redenção de todas as coisas. A diferença está na crença no tempo e no modo dessa restauração, ou seja, quando e como isso acontecerá.
Não há dúvida de que as Escrituras apontam para um mundo restaurado e um Reino eterno; não, porém, a partir da mesma estrutura de vida ora existente, mas de “novos céus e nova terra” (Ap 21.1), após uma destruição cataclísmica de tudo o que hoje está aos nossos olhos (2 Pe 3.10).
O Amado Filho Timóteo
Na primeira carta, Paulo dirige-se a Timóteo usando a expressão “meu verdadeiro filho na fé”. Agora, há uma expressão ainda mais afetuosa. O tratamento de “amado filho” revela o profundo sentimento de Paulo pelo seu principal cooperador, certamente acentuado em função do tempo longe de Timóteo e a expectativa da sua morte. Tudo isso produziu em Paulo lembranças singulares e ainda mais afetivas do seu fiel cooperador (1.4).
Não é incomum a nenhum ser humano tornar-se mais afável quando chega a velhice ou quando passa a viver qualquer circunstância que o torne mais sensível, especialmente a iminência da morte. Já havia algum tempo que Paulo considerava-se velho, como vemos em sua autoapresentação na carta a Filemom: “Todavia, peço-te, antes, por amor, sendo eu tal como sou, Paulo, o velho e também agora prisioneiro de Jesus Cristo” (Fm 6).
O apóstolo também se sentia abatido naquela circunstância, certamente por estar na prisão, onde conheceu Onésimo, em favor de quem escreve ao seu senhor, a quem chama de “amado Filemom” (Fm 1). Isso pode parecer irrelevante, só que a sutil diferença entre a saudação da primeira carta a Timóteo e a segunda pode, sim, estar revelando um estado de espírito ainda sensível de Paulo. Na primeira carta, Timóteo é “verdadeiro filho na fé”. Na segunda, “amado filho”.
O sentimento entre ambos tornou-se mais intenso, movido pela recíproca afetividade e pela correspondência de dedicação e fidelidade de um para com o outro. Quando refletimos a respeito do bem que alguém faz por nós, isso geralmente produz um sentimento de profundo amor e afeição. Por outro lado, o apelo veemente que Paulo faz a Timóteo na segunda carta também está sinalizado, desde logo, pela maneira como o apóstolo dirige-se ao seu fiel cooperador.
“Fortifica-te na Graça”
Outra característica específica dessa segunda carta é a emissão de claros sinais de que Paulo está passando a tocha ministerial para Timóteo: “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem outros” (2.1,2).
Para atender a esse comissionamento, Timóteo precisaria fortificar-se. No grego, “fortifica-te” é endynamoõ e quer dizer “crescer em força” ou “continue a fortificar-te”. Isso exigiria de Timóteo uma resposta pessoal contínua. Crescer com a ajuda de Deus sempre; fortalecido pela graça divina.
Do grego charis, graça é “favor imerecido”. Por meio dela, Cristo opera em nós no aspecto salvífico (Ef 2.8) e no aspecto capacitador, habilitando-nos a viver a vida cristã e a servi-lo, como disse Paulo aos coríntios: “[…] trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus, que está comigo” (1 Co 15.10).
Paulo tinha plena consciência do quanto a graça de Deus era imprescindível para uma vida cristã vitoriosa e para o exercício de um ministério eficaz. Uma das suas mais profundas experiências com o poder da graça foi quando recebeu o “espinho na carne” (2 Co 12.1-10).
“Sofre, pois, comigo”
A vida cristã é um chamado ao sofrimento (Lc 9.23; Jo 15.18,19; 17.14- 16; 1 Pe 4.12-16). Paulo disse a Timóteo: “[…] todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3.12). Abraçar o evangelho de Cristo e vivê-lo na sua inteireza impõe-nos uma luta constante contra nossa própria natureza e o mundo hostil, que está sob o poder do maligno (Rm 12.1,2; 1 Jo 5.19).
Confrontar o sistema mundano com atitudes individuais de amor, pureza, justiça e honestidade é um desafio diário para todo cristão (Mt 5.38-48). Mais do que um mero ativismo religioso, político ou ideológico, nosso grande desafio é cumprir a vontade de Deus em nossa vida, como indivíduos. Os reflexos disso na sociedade são consequências de nosso viver como sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-16).
A vocação ao serviço cristão traz-nos responsabilidades ainda maiores. Por isso, Paulo encoraja Timóteo a compartilhar das suas aflições: “Sofre, pois, comigo, como bom soldado de Cristo” (2 Tm 2.3). O sofrimento de Timóteo, assim como de todos quantos compreendem o que é servir a Cristo e aceitam isso com resignação, será recompensado por Jesus no seu Reino eterno (2 Tm 2.11,12).
Tempos Trabalhosos
A expressão “últimos dias” aparece no Novo Testamento como “a era cristã na sua totalidade”.5
5 Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1180.Em Atos 2.17, Pedro cita “últimos dias” como a era da Igreja, já presente no dia de Pentecostes. Donald Guthrie entende que tem aplicação em muitos períodos ao longo da História da Igreja.
Embora seja verdadeiro que períodos de profunda corrupção moral são confirmados em todos os tempos da história, há claros indicativos de um agravamento do quadro de degradação ao longo das eras, e há textos bíblicos que indicam que esse período mais crítico trata dos tempos do fim, os dias que antecedem a volta de Cristo, quando o quadro moral da humanidade seria ainda mais tenebroso (2 Pe 3.3; 1 Tm 4.1; Jd 17,18).
Esse agravamento é indicado por Paulo a Timóteo também pelo uso da expressão “de mal a pior”, contida em 2 Timóteo 3.13. Os dias de Paulo e Timóteo já eram difíceis, só que dias ainda mais trabalhosos estavam por vir. Essa escalada do mal é infelizmente crescente e não será eliminada senão com o retorno triunfal de Cristo para julgar as nações e implantar o seu reino milenial, como já assinalamos (Is 9.6,7; Mq 4.1-8; Zc 14.1-9; Mt 25.31,32; Ap 20.1-6).
“Haverá Homens”
A expressão usada por Paulo reforça o que temos afirmado: o grande problema da humanidade começa com o pecado de cada indivíduo, assim como a falência do corpo começa com a degeneração das células. Paulo era bem consciente de que a origem do problema da humanidade não era estrutural ou coletiva, mas individual. Por isso, não nutria esperança alguma em estruturas humanas. Os “tempos trabalhosos” são uma consequência da perversão pessoal (3.2).
As características apontadas por Paulo são um nítido retrato do que vivemos em nossos dias: egoísmo (“amantes de si mesmos”), materialismo (“avarentos”), arrogância (“presunçosos, soberbos”), rebeldia (“desobedientes a pais e mães”), ingratidão, profanação, desprezo aos valores familiares (“sem afeto natural”), hostilidade, calúnia, crueldade, ódio ao bem e apego ao mal, busca desenfreada de prazeres (hedonismo) (2 Tm 3.2-4).
Hans Bürki observa que, “em cada caso, a estrutura de pecado do indivíduo e no indivíduo cria estruturas pecaminosas na sociedade que ‘confirmam’ o pecador e o amarram ao pecado (cf. 2Tm 2.26)”.7 O texto paulino citado por Bürki refere-se à prisão dos indivíduos pelos “laços do diabo”. Assim, a solução somente se obtém com a libertação desses mesmos indivíduos dos “laços do diabo”, e não pelo enfrentamento de estruturas coletivas, pois as tais foram criadas pelos indivíduos aprisionados às práticas pecaminosas.
Há uma história de certo pregador que precisava preparar uma mensagem para o culto da noite, mas havia ficado responsável por cuidar do seu filho. O garoto a todo o momento ia ao escritório do pai para perguntar-lhe alguma coisa ou chamá-lo para brincar. O pai usou várias maneiras para entreter o filho, mas ele sempre voltava a procurá-lo. O tempo passava, e o pregador não conseguia preparar a sua mensagem. Foi então que teve uma ideia: lembrou-se de que havia um quebra-cabeça de um mapa-múndi na casa. O pai pegou as peças e entregou-as ao filho:
— Filho, monta esse quebra-cabeça do mapa do mundo e depois traz ele aqui para o papai.
Poucos minutos depois, o garoto já estava de volta com o mapa-múndi montado. O pai, todo surpreso, perguntou:
— Mas, filho, como é que você conseguiu montar isso tão rápido?!
O filho então lhe mostra o outro lado do mapa e diz ao pai:
— Pai, eu vi que a parte de trás das peças eram do corpo de um homem. Eu só juntei essas peças.
O pregador então entendeu que estava recebendo a mensagem de que precisava para aquela noite: Restaure o homem, e o mundo será restaurado.
É por isso que podemos afirmar com segurança que o papel da Igreja numa sociedade tão corrompida continua sendo o mesmo: pregar o evangelho a toda criatura (Mc 16.15), pois o evangelho é “[…] poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). Todos os que são libertos dos seus pecados passam a viver uma nova vida, influenciando positivamente a sociedade que os cerca.
Professor(a), para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: QUEIROZ, Silas. Sejam Firmes: Ensino Sadio e Caráter Santo nas Cartas Pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.