Lição 1 – A Igreja diante do espírito da Babilônia
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – BABILÔNIA E SEUS SIGNIFICADOS
II – O ESPÍRITO DA BABILÔNIA
III – A POSIÇÃO DA IGREJA DIANTE DO ESPÍRITO DA BABILÔNIA
CONCLUSÃO
Esta lição tem três objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
1. Apresentar os significados de Babilônia;
2. Elencar os sistemas que formam o ‘espírito da Babilônia’;
3. Demarcar a posição que se espera da Igreja nesse contexto.
II. O ESPÍRITO DA BABILÔNIA
1. No Sistema Religioso
Como já estudado, a Babilônia representa um conjunto de práticas reprováveis diante de Deus. O sistema religioso da Babilônia era literalmente nefasto e mitológico. Em virtude disso, o mensageiro angelical fez uso de um simbolismo perfeitamente entendível pelo apóstolo João e os seus contemporâneos (Ap 17.1).
Nesse sentido, a Bíblia de Estudo Pentecostal (STAMPS, 1995, p. 2.003) arrazoa que a “Babilônia religiosa abrange todas as religiões falsas, inclusive o cristianismo apóstata […] os termos prostituição e adultério, quando empregados figuradamente, normalmente denotam apostasia religiosa e infidelidade a Deus”.9
Nessa direção, o espírito da Babilônia faz com que as pessoas sejam seduzidas pela “prostituição espiritual” (Ap 17.2). Não se adora mais o Deus Todo-poderoso, mas há um culto ao próprio ego, o que torna o ser humano amante de si mesmo, do dinheiro e dos deleites desse mundo (2 Tm 3.2-4).
Nesse entendimento, o Comentário Esperança (POHL, 2001, p. 168) registra que:
A premissa básica dessa cultura e civilização, por meio da qual a Babilônia mantém sob o seu fascínio os povos, é a prostituição, o desenfreamento. Para ela a rigor tudo é permitido e nada constitui uma verdade compromissiva. Toda espécie de vínculo com os mandamentos de Deus é queimada, de modo a desenvolver sobre essa cratera de vulcão um modo de vida sem Deus e sem Cristo.
Dessa maneira, sob o argumento de suposta liberdade, estimula-se a devassidão por meio do afrouxamento da moral. Para os adeptos desse conceito, não existe valor absoluto. Tudo passa a ser questionado: a autoridade da Bíblia, os valores da família, as leis, os costumes, as regras cristãs e até mesmo o divino e o sagrado. Em contraponto, a verdadeira Igreja professa e ensina que “a Bíblia é a mensagem clara, objetiva, entendível, completa e amorosa de Deus, cujo alvo principal é, pela pessoa do Espírito Santo, levarmos a Redenção em Cristo Jesus”.10
Somam-se aos males da falsa religiosidade: o ecumenismo doutrinário, que provoca a erosão da fé bíblica (Gl 1.6,8); o relativismo, que rejeita as doutrinas bíblicas (2 Tm 4.3); o humanismo, que ressignifica os mandamentos (2 Pe 3.16); e o sincretismo religioso, que mistura o sagrado e o profano (2 Co 6.16,17). Tudo passa a ser permitido, e a verdade é desconstruída (2 Tm 3.7). Em consequência, a igreja é brutalmente perseguida (Mt 24.9). Na lista de perseguições, citam-se o cerceamento da liberdade religiosa, a supressão do culto e a criminalização da ortodoxia.
2. No Sistema Político, Cultural e Econômico
Como já observado, João arrazoa que “o mundo inteiro jaz do Maligno” (1 Jo 5.19, ARA). Significa que, embora Deus seja Soberano sobre tudo e todos, o mundo está sob o domínio de Satanás em rebelião ao governo divino (Lc 13.16; 2 Co 4.4).
A Bíblia de Estudo Pentecostal (STAMPS, 1995, p. 1.965) arrazoa que:
Na presente era da história, Deus tem limitado seu supremo poder e domínio sobre o mundo. Esta autoeliminação é apenas temporária, porque no tempo determinado pela sua sabedoria, Ele destruirá toda a iniquidade e o próprio Satanás (Ap 19.20).
Em função disso, enquanto o tempo determinado não se cumpre, o espírito da Babilônia exerce forte influência na política, na cultura e na economia. As pautas progressistas de inversão de valores são impostas ao cidadão em afronta aos valores cristãos, tais como: apologia ao aborto, ideologia de gênero, legalização das drogas e da prostituição.11
[…] Portanto, em tempos de ataques ideológicos contra a cultura judaico-cristã em pleno século XXI, a Igreja não deve furtar-se de ser o “sal da terra” e a “luz do mundo” (Mt 5.13,14). Por isso, ratifica-se que a Bíblia é o fundamento para o viver ético-moral dos cristãos. É a única regra infalível de fé e de conduta para o cristão (2 Tm 3.16).
Ademais, salienta-se que o “deus deste século” (2 Co 4.4), o Adversário, influencia esse mundo juntamente com as suas hostes malignas (Ef 6.12). Em razão disso, o espírito da Babilônia é perceptível na cultura, na política, na economia e nas demais áreas do saber.
Nessa perspectiva, o livro de Apocalipse registra o enriquecimento dos mercadores por meio da exploração da luxúria e da licenciosidade do espírito da Babilônia (Ap 18.3). O comércio e o governo subornam os cidadãos por avareza, dinheiro e poder (Mq 2.1-3; Ap 18.12,13). As pessoas são motivadas a levar vantagem financeira, ilícita e imoral em prejuízo do próximo provocando injustiças e caos social. Em consequência, o cidadão instigado a confiar no materialismo e na autossuficiência mantém-se afastado de Deus.
A grande mídia, as artes, a literatura e a educação promovem o doutrinamento contrário à fé cristã (Jo 15.19). Coagida pelo “politicamente correto”, a sociedade assimila e defende a “nova cultura” (1 Jo 4.5,6). Nesse contexto, cristãos genuinamente bíblicos são perseguidos e julgados (Lc 21.16,17).
Os que controlam a economia impõem embargos, tributos e multas em desfavor de quem adota os princípios bíblicos (Tg 2.6,7; Ap 13.16,17). Não obstante, o espírito que escraviza o homem na incredulidade e pecaminosidade finalmente será derrotado quando Cristo retornar em glória, ocasião em que Ele extirpará a grande Babilônia e o domínio do Anticristo (Ap 18.2-19.21).
NOTAS
9 STAMPS, Donald (ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 2.003.
10 SOARES, Esequias (org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 29.
11 Para mais informações sobre esses temas, recomenda-se a leitura do livro Valores Cristãos: enfrentando as questões morais do nosso tempo, publicado pela CPAD.
Texto extraído da obra, “A Igreja de Cristo e o Império do Mal”, livro de apoio ao 3º trimestre, publicado pela CPAD.