Lição 7 – O relacionamento entre nora e sogra
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – CRISE ECONÔMICA NA TERRA DA JUDEIA
II – SUPERANDO AS CRISES EXISTENCIAIS
III – FÉ E TRABALHO NUMA PERSPECTIVA
CONCLUSÃO
Ainda no tempo dos juízes de Israel, surge a história de uma família que sobreviveu num tempo sombrio e deprimente em Israel e em Moabe. Essa história se passa “nos dias em que os juízes julgavam” (Rt 1.1), quando as famílias de Israel se dispersaram e “cada um fazia o que parecia direito aos seus olhos” (Jz 17.6). Dessa história, duas mulheres se destacam depois da perda de seus maridos e filhos. Noemi e Rute são as personagens com as quais a fé e o amor se tornam virtudes que lhes dá forças para superar dificuldades. Temos nessa passagem das Escrituras uma das mais belas histórias bíblicas em que exalta o amor e a virtude de mulher moabita chamada Rute. É a história de um drama familiar de luto, subsistência e desesperança. É a história de uma crise generalizada de pobreza, doença, morte e viuvez.
Nesse drama se destaca a tenacidade de Rute, nora de Noemi, que foi capaz de superar as dificuldades com atitudes de fé, inteligência, lealdade, persistência e esperança. As atitudes de Rute são um exemplo para o relacionamento sadio e amoroso dentro da família. Sua história exemplifica a perseverança para o trabalho em busca do suprimento das necessidades básicas de subsistência física, mas, acima de tudo, uma mulher que aprendeu a confiar no Deus de sua sogra, Noemi, mesmo sendo uma estrangeira. É a história de uma nora cujo coração não só respeitava a sua sogra, mas que foi capaz de enfrentar a crise da escassez de alimentos com inteligência e disposição.
A outra nora, Orfa, voltou para os familiares depois que ficou viúva, mas Rute decidiu cuidar da sogra naquela terra inóspita e comer com ela o pão de cada dia. Ao acompanhar sua sogra de volta a Belém, Rute tinha no coração um grande amor por Noemi e não a desamparou.
[…]
O texto declara que a terra da Judeia passava por uma sequidão e não produzia nenhuma semente. A terra ficou escassa, não só de alimentos básicos de subsistência das famílias que viviam na região, mas era uma terra sem chuvas, nem orvalho. Toda a terra da Judeia parecia um deserto desolado. Era a mão de Deus agindo para punir um povo que havia abandonado ao Senhor e “fazia o que bem lhe parecia”. O mau governo dos últimos juízes de Israel que abandonaram Deus propiciou essa situação de fome e escassez. Belém, cujo nome significa “casa do pão”, ou seja, “celeiro”, não estava produzindo trigo suficiente para suprir as necessidades primárias do seu povo; estava vazia, sem o pão que representava o sustento físico e material daquela nação.
Belém, a terra de origem de onde Noemi saíra com seu marido Elimeleque, era o lugar que anteriormente estivera seca e escassa. A cidade deixou de ser um celeiro de grãos para ser um lugar de desprovimento e fome. Carestia e seca por toda a parte da terra de Canaã. Subentende-se, às vezes, que a fome era um modo da disciplina de Deus por seu povo haver pecado contra Ele (Lv 26.18-20; Dt 15,23,24). Deus não é um carrasco que pune sem misericórdia aqueles que não querem servi-lo. Naqueles tempos, quando ainda Elimeleque e sua família viviam em Belém da Judeia, o povo de Israel havia se afastado da comunhão com Deus, chegando a aderir aos cultos aos ídolos pagãos. A mão misericordiosa de Deus não se afastou totalmente da vida do seu povo, mas o Senhor permitiu que aquela geração sofresse as consequências de sua rebelião contra Deus. Nem todos agiam do mesmo modo, mas a disciplina era para todos.
Texto extraído da obra RELACIONAMENTOS FAMILIARES, editada pela CPAD.