Lição 13 – Aviva, ó Senhor, a tua obra
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – A VIDA NO ESPÍRITO
II – O CONFRONTO ENTRE A CARNE E O ESPÍRITO
III – O AVIVAMENTO PELO FRUTO DO ESPÍRITO
CONCLUSÃO
Esta lição tem três objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
1. Apresentar o clamor pelo avivamento do profeta Habacuque;
2. Enfatizar a Palavra de Deus como elemento fundamental do avivamento;
3. Conscientizar a respeito da necessidade de um verdadeiro avivamento.
Neste capítulo, tomamos como base para discorrer sobre o tema do avivamento espiritual — indispensável para a Igreja do Senhor Jesus Cristo neste tempo em que vivemos — o texto de Habacuque, 3.1-2,16-19, em que o profeta clamou ao Senhor por um avivamento para o seu povo, tendo em vista a situação deplorável em termos espirituais que se encontrava Israel. O tempo presente é chamado desde 1950 de período da Pós-Modernidade pelas análises da sociologia, sendo denominado na Palavra de Deus de “o fim” (Dn 9.26; 11.27; Lc 21.9), “tempos trabalhosos” (2 Tm 3.1) e “últimos dias” (At 2.17; 2 Tm 3.1; Tg 5.3; 2 Pe 3.3). Todas essas expressões bíblicas apontam para a realidade histórica e espiritual em que se encontrará o mundo antes da segunda vinda de Jesus.
Os discípulos de Jesus tiveram a curiosidade de indagar-lhe sobre quando ocorreria a “sua vinda e o fim do mundo” e que sinal seria visto (Mt 24.3). Jesus respondeu-lhes indicando vários sinais que marcariam de forma evidente quando ocorreria a sua vinda e o fim do mundo, ou seja, das chamadas “ordens mundiais”, que haveriam de ser estabelecidas até a consumação dos séculos. Dentre esses sinais, Jesus falou sobre o surgimento de falsos cristos e da eclosão de “guerras e rumores de guerras”. Ele falou de “fomes, e pestes, e terremotos em vários lugares” e alertou-os de que tais sinais não seriam “o fim”, mas “o princípio das dores”. Após mostrar mais sinais, Ele concluiu (Mt 24.4-14).
Além dos eventos de ordem espiritual, dos falsos cristos e falsos profetas, dos sinais de ordem política, prevendo os conflitos entre as nações, e os eventos de ordem social, como fomes, pestes e outras catástrofes, Jesus acrescentou dois dos maiores sinais, indicadores dos prenúncios da sua vinda para buscar a sua Igreja, que foram a multiplicação da iniquidade e o esfriamento do amor entre muitos. Esse aumento da iniquidade ou da pecaminosidade humana na Terra foi citado por Jesus em outra ocasião, quando Ele disse que a sua vinda seria como nos dias de Noé, quando a corrupção tornou-se global, e resolveu destruir toda a humanidade de então (Mt 24.37; Gn 6.11-13). E Deus enviou a catástrofe hídrica do Dilúvio, que eliminou todos os seres vivos que havia sobre a Terra, exceto Noé e a sua família (Gn 7.17-24). De igual modo, Jesus alertou que a sua vinda seria como “nos dias de Ló”, em que a depravação moral era tanta que não mais havia sequer casamentos. O que prevalecia era a prática abominável da homossexualidade (Lc 17.28-30).
Foi com essa antevisão que Jesus declarou, antes da sua volta, que com o aumento da iniquidade, da depravação, do materialismo e da iniquidade, tal estado de coisas afetariam até mesmo os crentes. Paulo, como profeta de Deus, recebeu a revelação do que haveria de acontecer nos últimos tempos (1 Tm 4.1).
Nos dias que antecedem o arrebatamento, haverá grande ocorrência da apostasia, que é o desvio ou abandono da fé cristã, da sã doutrina.
Assim, no tempo do profeta Habacuque, este teve que clamar a Deus por um avivamento na sua obra diante da terrível iniquidade que assolava Israel e Judá por volta dos anos 605–597 a.C. Com angústia na alma, Habacuque clamou ao Senhor e pediu a sua intervenção na caótica situação espiritual da nação eleita (Hc 1.2-4).
Deus não deixou Habacuque sem resposta. Ele prometeu que enviaria uma grande nação, a Babilônia, para servir de juízo contra a desobediência geral do seu povo. Essa decisão deixou o profeta muito confuso. Como poderia Deus, o Senhor, usar uma nação mais ímpia que Judá para exercer os seus juízos? Mas Deus sabe o que faz. Naquelas circunstâncias, Ele quis usar uma nação ímpia, cruel e violenta para corrigir os graves desvios espirituais e morais de Judá (1.5-11). O profeta argumentou com o Senhor e resolveu confiar nEle, que tudo sabe e que tem o controle de tudo.
[…]
Ele pediu o avivamento para a “sua obra”
Por causa da desobediência e da iniquidade nacional, Judá estava destinada à destruição, pois sem a presença e o poder de Deus, a nação não sobreviveria, não só em termos espirituais, mas também em termos humanos. Ela sucumbiria ao cativeiro e perderia a sua identidade nacional. Compreendendo essa trágica realidade, Habacuque clama a Deus para que avive a sua obra, ou seja, a sua ação poderosa, no relacionamento com a nação eleita, que estava sendo destruída pelo pecado da transgressão, da apostasia, da idolatria e de tantos outros males a que dera lugar. Ele pedia a Deus que avivasse “a sua obra” “no meio dos anos”. No seu entender, Judá estava vivendo um período intermediário na sua história.
Se o profeta vivesse hoje, provavelmente a sua oração teria outro teor. Diante da situação de decadência espiritual que tem dominado as igrejas em muitos lugares, como na Europa, nos Estados Unidos e em outras partes do mundo, ele clamaria a Deus pedindo pelo avivamento “nos fins dos anos” ou “nos fins dos tempos”. Essa oração deveria ser feita nos dias presentes em todas as igrejas chamadas cristãs. Assim como as igrejas históricas — as que resultaram da Reforma do século 16 — tornaram-se formalistas, dominadas por uma teologia academicista, caracterizada por “palavras persuasivas de sabedoria humana”, em que não há lugar para “demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2.4), grande parte das igrejas evangélicas passa por uma frieza espiritual tão grande que já chega a ser uma mornidão, tipificada pela igreja de Laodiceia, a quem se dirigiu Jesus (Ap 3.15-17).
Texto extraído da obra Aviva a Tua Obra, editada pela CPAD.