Lição 05 – O ensino e a igreja
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. O QUE É ENSINO
2. OBJETIVOS DO ENSINO CRISTÃO
3. O QUE PRECISAMOS APRENDER
4. APRENDENDO UNS COM OS OUTROS
OBJETIVOS
DEMONSTRAR que Jesus era um grande Mestre e valorizava o ensino;
PONTUAR os objetivos do ensino bíblico;
DESTACAR que o cristão deve ter um coração ensinável.
Querido (a) professor (a), aproveite esta aula para levar seus alunos a refletirem sobre um assunto muito importante que é o ensino na Igreja. Jesus é o nosso maior exemplo de sabedoria e conhecimento da Palavra.
“Chegando a Nazaré” (Lc 4.14–21). Jesus escolheu a sinagoga de Nazaré para anunciar publicamente que Ele era o esperado Messias de Israel. Ele fez isso lendo parte de uma bem conhecida passagem messiânica de Isaías. Tanto o que Jesus leu, como o que Ele não leu são palavras importantes. Ele se concentrou na capacitação do Espírito para anunciar as Boas Novas, especialmente pregando aos pobres, aos cativos, aos cegos, e aos oprimidos — todos os que não tinham esperança, exceto pela esperança em Deus — que o momento do favor de Deus havia chegado. A vinda de Jesus significava, e ainda significa, que há esperança para os desesperançados.
O que Jesus deixou de fora foi uma frase encontrada no texto original de Isaías: “o dia da vingança do nosso Deus”. A primeira vinda de Cristo foi para derramar o favor de Deus sobre a humanidade. Somente na Sua segunda vinda a vingança e a ira transbordarão.
Neste anúncio Jesus também estabeleceu o programa para a igreja. Nós somos chamados para anunciar a graça de Deus hoje — e demonstrá-la como fez Jesus, em atos de amor e bondade.
“E todos, na sinagoga, ouvindo essas coisas, se encheram de ira” (Lc 4.20-29). Por que os vizinhos de Jesus reagiram dessa maneira? O povo já estava perturbado, primeiro devido ao fato do Filho de um de seus vizinhos ter ousado fazer tal reivindicação (v. 22), e segundo, pelo fato de Jesus ter deixado de lado o dia da vingança para falar apenas da graça (por exemplo, “palavras de graça”). Quando Cristo prosseguiu, sugerindo que a Sua mensagem se mostraria uma bênção para os gentios (vv. 25-27), e não seria reservada somente para Israel, o povo ficou irado o suficiente para tentar matá-lo (v. 29).
Jesus havia desapontado as esperanças mais otimistas do povo, e rejeitado a reivindicação que eles faziam de serem os únicos que possuíam o favor divino. Os judeus queriam um Messias que removesse o jugo romano e exaltasse a sua nação. Eles não queriam um Messias que meramente curasse e perdoasse pecados. O pensamento de que eles não seriam favorecidos acima dos odiosos gentios deixou a multidão ensandecida.
Sejamos advertidos pela reação dos vizinhos de Jesus. Devemos tomar o cuidado de irmos a Deus sem condições ou expectativas. Não podemos ditar a Ele o que Ele fará. E devemos perceber que o amor de Deus é universal. Embora sejamos especiais para Ele, outros são tão especiais quanto nós.
É necessária uma verdadeira humildade para se relacionar com Deus nesta era da graça. Devemos ser humildes em relação ao Senhor, buscando apenas fazer a Sua vontade. E nós devemos ser humildes em relação aos outros, e estar dispostos a colocá-los em primeiro lugar.
“Como sabe este letras, não as tendo aprendido?” (Jo 7.14-16). Este é um versículo que seria melhor não aplicarmos a nós mesmos!
Naturalmente, no contexto, “os judeus” (por exemplo, a “oposição de Cristo”) estavam falando do sistema bem estabelecido pelo qual alguém conseguia o reconhecimento como rabino, ou mestre. Este sistema pedia que o aprendiz se ligasse a uma autoridade reconhecida na Lei judaica e estudasse com ela por anos. Cristo não havia passado por este processo de aprendizado; contudo exibia um surpreendente domínio da Escritura.
Jesus explicou que recebera Seu ensinamento diretamente Daquele que o “enviou”. Era uma dupla afirmação: ter sido “enviado” por Deus significava falar com Sua autoridade. Ter sido ensinado por Ele significava que Jesus era um canal de revelação!
Você e eu devemos decidir estudar o que foi revelado. Cristo tinha conhecimento e sabedoria “sem ter estudado”; mas você e eu nunca aprenderemos, a menos que nos apliquemos ao estudo da Palavra de Deus.
“Se alguém quiser fazer a vontade dele” (Jo 7.17). A palavra “quiser”, aqui, é forte. Ela representa uma determinação estabelecida de fazer a vontade de Deus. Somente tal determinação conduzirá ao entendimento espiritual e à fé estabelecida.
Se algumas vezes você se perguntou por que tantas pessoas inteligentes podem saber tanto sobre a Bíblia e ainda assim não crer em Cristo nem nas Escrituras, eis uma explicação: Descobrir que o ensinamento de Jesus vem de Deus depende de nosso compromisso de fazer a vontade de Deus.
Descobrimos a verdade da Escritura não pelo intelecto, mas pela obediência.
A abordagem da vida espiritual pelo homem sempre foi aprender para poder fazer. A fórmula divina é: “Faça para poder saber”.
“Tens demônio” (Jo 7.18-20). Boa parte do Evangelho escrito por João vale-se do pano de fundo encontrado nos outros três Evangelhos. Como último a escrever, parece provável que João não sentisse necessidade de reafirmar material de outros trabalhos, amplamente distribuídos.
Vemos este uso do pano de fundo aqui. A acusação da multidão, “Tens demônio”, reflete a acusação feita contra Jesus pelos fariseus e governantes na tentativa de explicar Seus inegáveis poderes espirituais (cf. Mt 9.34; 12.24; Mc 3.22; Lc 11.15). Embora Jesus soubesse que a oposição estava determinada a matá-lo, rumores sobre isto haviam apenas começado a circular entre o povo (cf. João 7.25).
Se as pessoas hoje ao menos parassem para pensar, perceberiam que devem tomar alguma decisão sobre Jesus. No século I, seus milagres exigiam uma explicação. Hoje, 2000 anos de fé persistente, da parte de milhões de pessoas, em que Jesus é o Filho de Deus também exigem explicação.
Como um carpinteiro obscuro, de um atrasado distrito de um império há muito reduzido a poeira pode continuar a afetar tantas vidas humanas? Este talvez seja o maior milagre de todos, e qualquer pessoa que pense deve ser impelida a procurar alguma explicação.
(RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp. 626-27,679)
Oramos para que esta aula renda muitos frutos, para a glória do Senhor.
Deus abençoe a sua aula e seus alunos.