Lição 2 – Avivamento no Antigo Testamento
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – PANORAMA DOS AVIVAMENTOS NO ANTIGO TESTAMENTO
II – CONFISSÃO DE PECADOS E RETORNO À PALAVRA DE DEUS
III – O AVIVAMENTO E A PALAVRA DE DEUS
CONCLUSÃO
Esta segunda lição tem três objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
1. Analisar exemplos de avivamentos no AT;
2. Constatar a importância da confissão de pecados e do retorno à Bíblia;
3. Desenvolver o aspecto corretivo da Palavra de Deus e o perigo do formalismo.
HUMILDADE, CONFISSÃO DE PECADOS E RETORNO À PALAVRA DE DEUS
Por causa da desobediência ao Senhor, o povo de Israel, com as suas dez tribos (Reino do Norte), foi levado cativo à Assíria, no reinado de Peca, em 740 a.C., e o restante, em 721 a.C.;[1] em 597 a.C., no reinado de Joaquim (Dn 1.1), foi a vez de Judá (Reino do Sul) ser levado à Babilônia, por ordem de Nabucodonosor.[2] Ali, os cativos tiveram certa liberdade religiosa com Daniel, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, mas o seu filho, Belsazar, orgulhou-se e perdeu o reino para os medos e os persas (Dn 5.28-31), que foi conquistado por Dario, o medo. Foi um tempo de grande crise espiritual e moral para o povo de Israel.
1. Deus Chamou Neemias
A missão de Neemias era reconstruir os muros de Jerusalém que estavam fendidos “e as suas portas, queimadas a fogo” (Ne 1.3). Já temos uma grande lição aqui. Não adianta nada ter um templo bonito se os crentes estão em desobediência ao Senhor Deus. O resultado é miséria espiritual, que pode levar à ruína moral e material. Templo sem muro é igreja sem doutrina, sem proteção. Portas queimadas são sinônimos do liberalismo que domina muitas igrejas; são portas que permitem a entrada do mundanismo. Por acaso, não é o que está ocorrendo com grande parte das igrejas evangélicas em nosso país, as quais perderam a sua identidade e os padrões norteadores da conduta cristã?
Ele orou com lágrimas
Neemias orou durante quatro meses: “[…] assentei-me, e chorei […]” (Ne 1.1,4). Crise significa tanto ameaça quanto oportunidade. Neemias era um honrado oficial do rei da Pérsia. Ao tomar conhecimento da situação do seu povo em Jerusalém, sentiu-se tocado para fazer alguma coisa, mas, antes, orou a Deus. A sua longa oração (Ne 1.5-10), com lágrimas, lamento, jejum, adoração, súplica, confissão de pecados e intercessão, é um exemplo de como um homem de Deus deve colocar-se em momentos de crise. Ele seguiu o que o Senhor falou em 2 Crônicas 7.14. Hoje, no meio evangélico brasileiro, há muitos pregadores, diversos cantores, mas são poucos os que gostam de orar. Para orar, não se cobram cachês, não se disputam lugares. Muitos falam, mas são poucos os que se quebrantam em oração.
Ele intercedeu pelo seu povo
Antes de pedir a Deus o que desejava em favor do seu povo, Neemias suplicou que o Senhor ouvisse a oração que ele estava começando a fazer. Neemias queria interceder por Israel. No tempo presente, há uma necessidade enorme de intercessores. Há abundância de faladores e de murmuradores em muitas igrejas, mas há poucos intercessores. Com a chamada “teologia da prosperidade”, muitos aprendem a “decretar”, a “determinar” e até mesmo a “exigir” as bênçãos de Deus!
2. Ele Fez Confissão de Pecados
“[…] e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti; também eu e a casa de meu pai pecamos” (Ne 1.6b). Esse, certamente, foi um dos pontos altos da oração de Neemias. Ele tinha consciência do pecado do seu povo, da sua desobediência e rebeldia perante Deus. E, na condição de um intercessor, ele confessou que se incluía entre os pecantes, incluindo a casa do seu próprio pai. Nessa hora, as sementes da vitória já estavam sendo lançadas. Neemias não orou como certos crentes, inclusive obreiros, que encobrem os pecados do povo, da sua família e deles próprios. Ele confessou mais: “De todo nos corrompemos contra ti e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo” (Ne 1.7).
3. O Avivamento que Veio pelo Ensino
Neemias mandou que a Palavra fosse lida de modo didático, pausadamente, para que o povo entendesse o que o Senhor Deus requeria dos que o serviam naquele momento crucial para a história de Israel após anos e anos de cativeiro em terra estranha. Diz o texto: “E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei” (Ne 8.3). Além da leitura, havia a explicação do significado de cada expressão. E o povo entendeu. Como resultado, sobreveio poderoso avivamento entre todos. Houve quebrantamento verdadeiro, e não simples remorso. Houve alegria, houve festas, e o povo dispôs-se a trabalhar na reconstrução. O texto bíblico revela-nos que houve uma fome e uma sede de ouvir a Palavra de Deus (Ne 8.l). Ali, na praça principal, “diante da Porta das Águas”, iniciou-se um poderoso avivamento na história de Jerusalém. Como resultado do grande avivamento, o Templo foi reconstruído, e os muros foram restaurados. Os arautos tocavam as suas trombetas, convocando os habitantes de Jerusalém e cidades vizinhas para um grande evento no centro da cidade. Certamente, a praça estava arborizada. Havia um cenário apropriado para a grande reunião festiva em que todo o povo deslocou-se dos lugares onde habitavam para chegar ao centro de Jerusalém.[3]
NOTAS
1 R. N. CHAMPLIN & J. M. BENTES. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, p. 675.
2 Ibid., p. 675.
3 RENOVATO, Elinaldo. Livro de Neemias – Integridade em Tempo de Crise. Rio de Janeiro: CPAD, pp. 17-19; 75,76.
Texto extraído da obra Aviva a Tua Obra, editada pela CPAD.