Lição 1 – Avivamento Espiritual
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – O QUE É AVIVAMENTO ESPIRITUAL
II – AS CONDIÇÕES PARA O AVIVAMENTO ESPIRITUAL
III – A NECESSIDADE DE UM AVIVAMENTO ESPIRITUAL
CONCLUSÃO
Esta primeira lição tem três objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
1. Conceituar avivamento;
2. Elencar as condições para um avivamento espiritual;
3. Justificar a necessidade de um avivamento espiritual;
AVIVAMENTO ESPIRITUAL
Nos dias presentes, mais do que nunca, a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo necessita de avivamento espiritual. Em muitos lugares no Brasil e no mundo, tem-se a impressão de que uma “frente fria” tem passado por muitas igrejas. As chamadas igrejas históricas, oriundas da Reforma Protestante do século XVI, de modo geral, nunca buscaram um avivamento com poder de Deus por intermédio do Espírito Santo. A Reforma foi um movimento extraordinário promovido por Deus para sacudir as bases das igrejas consideradas cristãs, que se haviam acomodado ao formalismo religioso. De modo especial, o Senhor levantou homens e mulheres, inclusive no meio da igreja católica, para promover mudanças marcantes na estrutura religiosa daquela igreja, que se dizia cristã, mas que se afastara da ortodoxia neotestamentária.
As igrejas oriundas da Reforma tornaram-se formalistas e academicistas por terem ignorado ou se esquecido do papel maravilhoso do Espírito Santo. As proposições básicas e fundamentais da Reforma adotaram as expressões latinas para indicar o seu corolário de fé. Tais proposições foram denominadas Sola Fide, Sola Gratia, Solus Christus, Sola Scriptura e Soli Deo Gloria. Vê-se que tais declarações de fé honraram o Pai, o Filho, a Palavra, a fé e a graça, só que os reformadores esqueceram-se de um “Sola” tão importante quanto as outras. Esqueceram-se do Solus Spiritus! Não queremos dizer que eles não conheciam o Espírito Santo, mas, sim, que se esqueceram de contemplar e valorizar a sua pessoa no meio das proposições características da fé dos reformadores.
O resultado dessa omissão ao valor, à necessidade e à importância do Espírito Santo para a Igreja do Senhor Jesus foi que, durante cerca de duzentos anos, as igrejas que adotaram os princípios da Reforma foram dominadas por um formalismo tal, misturado com academicismo teológico, que se tornaram formalistas e sem poder. As discussões teológicas causaram grande acirramento nas percepções que os reformadores tinham da Palavra de Deus. Divisões e fragmentação das igrejas causaram profundas diferenças no contexto eclesiástico pós-reforma na Europa e no mundo. Esse formalismo tem atravessado os séculos e manifesta-se até os dias atuais, causando frieza ou mornidão no meio de muitas denominações.
Antes da Reforma, o Senhor Deus levantou homens que se comprometeram com a fidelidade à sua Palavra, que levantaram a voz contra o formalismo religioso, sem graça e sem poder para provocar mudanças na realidade espiritual das nações e das pessoas. Deus chamou homens inconformados com a letargia espiritual, que foi provocada pelo catolicismo romano, para promover mudanças na vida dos que se diziam cristãos. Dentre esses homens, em 1315, destacou-se Jan Huss (1369–1415), um professor da Universidade de Praga, homem cheio de fé e amor ao evangelho de Cristo, que condenou os desvios e a apostasia da igreja católica. Como resultado, Huss foi preso e lançado na fogueira, deixando, porém, muitas almas salvas por Cristo e com a chama do avivamento nos corações.
Entre 1330 e 1384, Deus levantou outra testemunha poderosa, cheia do Espírito Santo, para despertar os cristãos contra os ensinos heréticos do catolicismo romano. Esse homem foi John Wycliffe (1328–1384), que proclamou que a sua fé baseava-se no que está escrito na Palavra de Deus e na obediência aos ensinos de Cristo, nos Evangelhos, e dos seus apóstolos, nos Atos e nas epístolas. Depois de Wycliffe, Deus levantou Girolamo Savonarola (1452–1498), homem culto, Superior do Convento, que, conhecendo a Bíblia, protestou contra os desmandos, a corrupção e as orgias promovidas pelo clero desviado. Ele foi excomungado pelo Papa Alexandre VI e, em 1498, foi queimado vivo na fogueira, mas o seu testemunho não morreu, está queimando até hoje nas consciências dos que desejam ver a Igreja de Jesus no centro da sua santa vontade.
A Reforma Protestante não atingiu a igreja cristã. Pode até parecer impertinência de nossa parte afirmar isso, mas a Igreja de Jesus nunca precisou de reforma alguma. Ela sempre existiu desde a Igreja Primitiva, como vemos em Atos dos Apóstolos e nas epístolas. Deus, todavia, levantou homens cristãos, como Martinho Lutero (1483–1546), Ulrico Zuínglio (1484–1531), João Calvino (1509–1564) e outros, para promover o movimento contra os desmandos e apostasias da igreja deformada — esta, sim, precisou de reforma. A Reforma trouxe grande contribuição a todos os que desejavam uma mudança real nos rumos da igreja católica, mas depois se tornou mais um movimento político do que espiritual. O formalismo e a frieza tomaram conta das igrejas que aceitaram o movimento reformista. Diante daquela realidade espiritual das igrejas reformadas, houve uma reação à frieza e ao conformismo dominante no seio das diversas denominações. Séculos mais tarde, com o movimento pentecostal, o Senhor Deus soprou o vento do Espírito Santo para promover o avivamento no meio do seu povo.
Neste comentário, nossa atenção estará em parte voltada ao texto de Ageu 2.1-9, que registra um período de grande frieza espiritual no meio do povo de Israel. O próprio Deus cobrou do seu povo a reconstrução do Templo, que fora destruído como consequência da desobediência aos seus mandamentos. O Senhor deu um grande incentivo ao povo quando este se pôs a trabalhar com afinco para a reconstrução do santuário. E Deus deu uma promessa gloriosa de avivamento para o seu povo: “Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos. A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” (Ag 2.8,9).
Texto extraído da obra Aviva a Tua Obra, editada pela CPAD.