Lição 10 – A restauração nacional e espiritual de Israel
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – SOBRE O SIGNIFICADO DO VALE DE OSSOS SECOS
II – SOBRE A DISPERSÃO DOS JUDEUS ENTRE NAÇÕES
III – SOBRE O MILAGRE DO SÉCULO XX
CONCLUSÃO
Esta lição tem três objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
1. Apresentar o significado da visão do vale de ossos secos;
2. Explicar a dispersão dos judeus entre as nações;
3. Constatar o milagre do século XX.
A chamada à restauração no presente contexto é o renascimento de Israel na terra de seus antepassados, no Oriente Médio, envolvendo a restauração completa, nacional e espiritual. A visão que Ezequiel teve do vale de ossos secos descreve numa linguagem metafórica como Israel voltará a ser uma nação soberana reconhecida na comunidade internacional.
Essa profecia é continuação da promessa do retorno dos judeus para a terra dos seus antepassados, em Éretz Israel do capítulo 36. É vista por muitos como a mais ou uma das mais importantes do livro de Ezequiel. Como disse Steven Tuell: “a visão do vale de ossos secos é, indiscutivelmente, a passagem mais famosa e influente neste livro”.[1] Daniel Block afirma: “Com possível exceção da visão inicial, nenhuma profecia no livro de Ezequiel é tão bem conhecida como 37.1-14”.[2] E John W. Wevers declara: “Esta dramática e bem conhecida passagem em Ezequiel é a descrição de uma experiência extática no mesmo cenário em que ocorre a visão inaugural”. [3] A patrística, principalmente os pais gregos, usava essa passagem como base para a doutrina da ressurreição dos mortos.
Essa passagem se reveste de importância especial para os judeus. Foi encontrado esse extrato da profecia em Massada. Quando os arqueólogos descobriram a fortaleza de Massada, em Israel, entre 1963 e 1965, acharam entre as ruínas os restos de um pergaminho “que estavam melhor conservados, e que se podiam ler com facilidade; continham extratos do capítulo 37: a visão dos ossos”.[4] Massada foi o último bastião dos zelotes que resistiu aos romanos depois da destruição de Jerusalém no ano 70, sendo capturada dois anos depois. Essa visão de 37.1-14 é parte de uma série de revelações que Ezequiel teve durante a noite anterior, quando recebeu o mensageiro com a notícia da destruição de Jerusalém (33.21, 22). Como disse Charles Lee Feinberg, “era para espalhar a tristeza do povo sobre a triste notícia. O principal objetivo da visão era reagir ao desespero e ao pessimismo que haviam tomado conta da nação desesperançada”.[5] É o que mostra o versículo 11.
Os oráculos do capítulo 37 podem ser divididos em duas partes principais. A primeira é a visão do vale de ossos secos, uma promessa divina da restauração de Israel como nos tempos antigos, nacional e espiritual, nos versículos 1-14. A segunda parte, a partir do versículo 15, trata do mesmo assunto, mas o enfoque é a reunificação dos dois reinos, Judá e Israel, as dez tribos do norte, como nos dias de Davi e Salomão. Mas, por razão de espaço, o presente estudo se limitará à primeira parte.
NOTAS
1 TUELL, Steven. Ezequiel – Understanding the Bible Commentary Series. Grand Rapids, Michigan, USA: Baker Books, 2009, p. 250.
2 BLOCK, Daniel. Ezequiel – capítulos 25 a 48. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, p. 343.
3 WEVERS, John W. Ezekiel – The New Century Bible Commentary. Grand Rapids, MI, USA: WM. Eerdmans Publishing Company, 1982, p. 194.
4 YADIN, Yigael. Masada – La Fortaleza de Herodes y el último bastión de los Zelotes. Barcelona, España: Ediciones Destino, 1969, p. 187.
5 FEINBERG, Charles Lee. The Prophecy of Ezequiel – The Glory of the Lord. Eugene, OR: Wipf and Stock Publishers, 2003, p. 212.
Texto extraído da obra A Justiça Divina, editada pela CPAD.