Lição 1 – O que é Liderança Cristã
INTRODUÇÃO
A compreensão correta sobre um determinado tema resultará em práticas corretas, assim como uma compreensão parcial contribuirá com uma prática parcial, ou, ainda, uma compreensão equivocada levará as pessoas a cometerem erros na prática. Portanto, antes de avançar no sentido de estudar sobre liderança numa perspectiva bíblica e conhecer alguns dos principais líderes do relato bíblico, é imprescindível dedicar um espaço para que as bases sejam lançadas, e isso depende de uma boa e correta compreensão do tema aqui proposto, isto é, liderança.
Em um primeiro momento, é importante destacar que, numa perspectiva histórica, liderança tem sido um tema empolgante e responsável por promover longos e importantes debates. Este capítulo dedica-se em analisar o tema sobre a liderança sob três aspectos: I) O significado de liderança; II) O papel de um líder; III) As qualidades que caracterizam uma verdadeira liderança.
A Bíblia registra episódios que confirmam a soberania de Deus na condução do seu povo por intermédio de pessoas que, sob a sua autoridade, exerceram liderança, e esses relatos apresentam-se como referenciais seguros para responder as questões que visam nortear este capítulo, sendo elas: I) O que é liderança; II) O que faz um líder; III) O que não é liderança.
I – O QUE É LIDERANÇA
Com base na preocupante constatação da escassez de liderança na atualidade, J. Robert Clinton afirma que o tema liderança tem-se destacado como “preocupação de primeira grandeza”, e isso porque, segundo as suas palavras, “há um vácuo de liderança”.
Por um lado, o exposto acima indica o quadro desanimador na atualidade no que concerne ao tema da liderança; no entanto, por outro lado, deflagra uma grande oportunidade que a Igreja de Cristo tem de revisitar o assunto, reavaliar o seu significado e restabelecer as suas práticas dentro de uma perspectiva bíblica e atual. Há, portanto, a necessidade de uma definição que se fundamente sobre os pilares do equilíbrio entre os padrões bíblicos de uma liderança aprovada por Deus e as necessidades impostas pelo tempo vigente.
O que realmente é ser um líder?
Antes de qualquer coisa, o líder precisa saber sobre a sua própria identidade, isto é, precisa saber quem ele é, qual o seu lugar, qual a sua função e quais os limites da sua atuação. Dito de outra forma, o líder precisa saber o que é ser um líder.
Na prática, o líder é responsável por conduzir pessoas em uma determinada direção, o que implica dizer que ele é quem vai à frente com a missão de apontar o caminho, de ensinar como trilhar por este caminho e de incentivar os seus liderados a alcançarem os objetivos preestabelecidos. Embora sejam importantes, a capacidade intelectual, o carisma e a desenvoltura na comunicação não são suficientes para que o líder seja exitoso na sua missão, pois o exemplo pessoal é imprescindível nesse processo, ou seja, todas as qualidades que um líder possa ter dependem de ser acompanhadas de uma vida que inspire as pessoas a quem lidera.
Fica mais do que evidente que a figura do líder assume elevada importância, pois, conforme se nota, em certa medida, o sucesso de um determinado empreendimento depende da qualidade daquele que o lidera e da sua conduta no seu trabalho.
Uma vez que o líder é responsável por conduzir pessoas e pela indicação da direção a ser seguida, o que geralmente se espera de uma liderança?
Em primeiro lugar, o líder deve ter uma visão e ser capaz de transmiti-la com clareza aos seus liderados. Ele precisa saber para onde está caminhando e indicar sempre o caminho certo de maneira que as pessoas sintam-se seguras e incentivadas a ir nessa direção. Poucas tragédias são maiores do que a de um determinado grupo de pessoas que é liderado por alguém sem clareza do alvo a ser perseguido ou que desconhece o destino a ser alcançado. Portanto, visão e clareza da sua comunicação é o que se espera de um líder.
Em segundo lugar, o líder deve identificar-se com a necessidade e trabalhar pelo bem dos seus liderados, que, por sua vez, se sentirão protegidos, respeitados e motivados. Um líder genuíno sempre estará empenhado no sentido de remover os obstáculos e facilitar o caminho daqueles que estão sob a sua liderança. Portanto, espera-se de um líder: I) Visão e boa comunicação dela; II) Trabalho em favor dos liderados.
Conclui-se, portanto, que liderar é influenciar. Ser líder é ser seguido por pessoas.
O que é liderança cristã?
O tema da liderança é abrangente e amplo, o que permite análises nas mais variadas formas e vertentes. Uma reflexão capaz de oferecer contribuições significativas e duradouras depende de uma delimitação do assunto, ou, ainda, de uma ênfase específica sobre ele. Partindo desse princípio e considerando o objetivo desta obra, a verificação aqui será feita sobre a liderança cristã.
Em um primeiro momento, destaca-se que a natureza cristã de uma determinada liderança não a exime do seu caráter influenciador; pelo contrário, o líder cristão também tem a responsabilidade de influenciar os seus liderados. O diferencial da liderança cristã repousa sobre os padrões pelos quais ela deve ser pautada, pois o líder cristão deve ter as Sagradas Escrituras como referência norteadora das suas decisões, das suas práticas e dos seus comportamentos.
Sem o propósito de um aprofundamento na compreensão do texto, note que Paulo diz que a expectativa em relação a um líder espiritual é que “[…] cada um se ache fiel” (1 Co 4.2). Biblicamente, a fidelidade imposta ao líder cristão possui muitas faces, só que nenhuma supera aquela que reafirma o seu compromisso de assemelhar-se a Cristo, o Senhor. Nesse aspecto, o pastor Silas Queiroz defende que uma das marcas de um líder cristão maduro consiste exatamente na sua capacidade de amar mesmo quando é odiado, de tratar bem mesmo quando maltratado, à semelhança de Cristo.3
O apóstolo Paulo escreveu sobre uma era vindoura e classificou-a como “tempos trabalhosos” e, dentre as características elencadas, está a seguinte: “porque haverá homens amantes de si mesmos […]” (2 Tm 3.2). Incontestavelmente, os dias atuais deflagram esses “tempos trabalhosos” previstos pelo apóstolo; e, diante disso, como ser um líder cristão fiel em meio a uma geração egoísta?
Objetivamente, o líder cristão que desejar seguir o modelo de Cristo e achar-se fiel no exercício da sua missão deverá ser alguém que nutre uma vida de comunhão com o Mestre. Aliás, antes de ser chamado para o serviço de liderar, o líder é chamado a caminhar com o Senhor, que o escolheu, conforme se percebe no registro bíblico em que se nota que, antes de serem designados a “pescar homens”, Pedro e André foram chamados a seguir o Senhor Jesus (Mt 4.19). Antes de envolver-se com o trabalho do Reino, o líder cristão deve envolver-se com o Rei do Reino.
A. B. Bruce apresenta o processo do relacionamento dos apóstolos dividindo-o em três etapas até que estivessem prontos para cumprir a missão para a qual cada um deles foi designado, pois, “na primeira etapa eles simplesmente criam nele como sendo o Cristo, e sendo os seus companheiros mais próximos, particularmente em eventuais ocasiões festivas”, em seguida, ele aponta para a “segunda etapa”, em que “a comunhão com Cristo assumiu a forma de uma presença ininterrupta da sua pessoa, em tempo integral”, e, finalmente, “os doze entraram no estágio final, e mais elevado do discipulado quando foram escolhidos por seu Mestre dentre toda a multidão de seguidores, e formaram um grupo seleto, a ser treinado para a grande obra do apostolado”.4
Destaca-se que o serviço é o último estágio do processo em que o líder cristão é submetido. Lamentavelmente, não são poucos os líderes que, no desejo de cumprir a sua liderança, se perderam como cristãos. Somente com uma vida de inteira entrega e de comunhão com o Senhor é que essa tragédia pode ser evitada. A liderança cristã, portanto, atua no sentido de influenciar pessoas sob os princípios da Palavra de Deus, assim como o líder cristão é chamado a andar com Cristo com vistas a refletir o seu caráter enquanto exerce a sua missão de liderar pessoas.
Liderança como serviço
Em diversas abordagens que o apóstolo Paulo fez sobre o ministério cristão e, consequentemente, sobre a liderança cristã, ele preocupou-se em deixar claro que esse ofício deve ser exercido sob a premissa do serviço. No seu Comentário Bíblico, Matthew Henry explica os termos “ministros de Cristo” e “despenseiros dos mistérios de Deus”, utilizados por Paulo em 1 Coríntios 4.1, e ele assim o faz nos seguintes termos:
Em nossa opinião, tanto sobre os ministros quanto sobre todas as outras coisas, devemos ser cuidadosos para evitarmos extremos. Os próprios apóstolos não deviam ser: 1. Supervalorizados, pois eles eram ministros, e não mestres, administradores, e não senhores. Eles eram servos de Cristo e não mais, embora fossem servos de alto nível, que tinham o cuidado de sua casa, que deviam alimentar o resto, apontar e dirigir seu trabalho.5
O conceito de Paulo sobre o exercício da liderança cristã firma-se não somente no serviço, mas também na capacidade que o líder cristão deve ter de trabalhar diligente e fidedignamente onde as pessoas não veem, como se vê nas figuras do soldado, do lavrador e do atleta (2 Tm 2.3-6). Note que cada uma dessas funções aponta para a uma atuação que quase sempre ocorre em lugares ocultos, mesmo que haja o reconhecimento de muitos em alguns momentos, mas quase sempre isso ocorre em secreto. Nesse caso, o líder cristão é alguém que deve ser capaz de trabalhar onde só Deus é capaz de enxergar e recompensar. Sendo assim, liderança cristã é serviço.
O que um líder faz?
Uma vez que já se sabe o que é ser um líder, é necessário avaliar, de maneira prática, quais são as principais funções, ou, se preferir, as atribuições do líder cristão. Este ponto dedica-se em identificar três funções que o líder cristão tem, sendo elas: I) esclarecer; II) guiar; e III) abençoar.
O líder esclarece
John C. Maxwell ensina que o líder deve amenizar o sofrimento dos seus liderados e que uma das formas pelas quais isso deve ocorrer é levando “a pessoa a ver as coisas de forma mais clara”, pois, nas palavras dele, “não há melhor maneira de mudar um problema do que ajudar alguém a enxergar uma solução”.6 Isso reafirma o compromisso que o verdadeiro líder tem com o bem-estar dos seus liderados, haja vista que, conforme visto acima, uma das suas principais funções é a de lançar luz no caminho das pessoas, favorecendo-as nos seus desafios e nas suas decisões.
Observe o exemplo de Paulo, que, na condição de líder espiritual, auxiliou a Timóteo em diferentes áreas da sua vida, inclusive vocacional, conforme se lê: “Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti pela imposição das minhas mãos” (2 Tm 1.6). À semelhança do apóstolo, todo líder cristão carrega sobre si a responsabilidade de cooperar com os seus liderados, projetando luz para o caminho. O líder cristão, portanto, tem a missão de esclarecer o que está obscuro aos seus liderados.
O líder guia
O ser humano tem em si mesmo a necessidade de ser liderado por alguém que lhe sirva de referencial e de fonte inspiradora. Essa necessidade é bem retratada nas palavras do salmista ao utilizar a figura da ovelha que dá testemunho do seu pastor (Sl 23). É evidente que esse salmo refere-se a Deus como o Supremo-Pastor, porém não deixa de representar a necessidade que o ser humano tem de ser guiado e conduzido.
A dinâmica entre líderes e liderados é uma escolha divina, como afirma Stephen Adei: “Embora Deus seja o nosso líder supremo, nós ainda temos a responsabilidade de liderar e conduzir, a nós mesmos e aos outros”.7 Dito de forma direta e objetiva, o líder cristão deve ser um guia, cuja tarefa é a de conduzir os seus liderados rumo à maturidade cristã, e é nesse ponto que o caráter influenciador de uma liderança fica ainda mais acentuado, e a consolidação do seu caráter e da sua integridade é imprescindível neste processo.
O líder cristão é submetido a um processo de aprofundamento das suas raízes, e isso pelos meios estabelecidos pelo próprio Deus, que objetiva treiná-lo até que alcance as condições necessárias no seu caráter e possa influenciar pessoas, conduzindo-as ao propósito de Deus; afinal de contas, liderar é conduzir ou mesmo guiar pessoas em segurança rumo a uma direção bem definida.
O líder abençoa
Desde o início dos registros bíblicos, é possível perceber o interesse de Deus em abençoar o ser humano, pois, mesmo quando pecaram,
Adão e Eva foram alvos da insistência de Deus na sua busca por redimi-los e reconectá-los a Ele (Gn 3.8-15). A ação divina em toda a Bíblia é sempre no sentido de abençoar os povos, e, indubitavelmente, as palavras de Deus a Abraão confirmam isso, pois assim ele disse: “[…] e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3).
O ponto alto do interesse de Deus em abençoar os povos é alcançado na Pessoa de Jesus Cristo, o seu Filho, conforme as suas próprias palavras: “E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim” (Jo 12.32). Nenhum dos planos de Deus pode ser frustrado (Jó 42.2), pois Ele faz tudo o que deseja fazer; logo, então, Apocalipse 7.9 e 10 consta o anúncio de que todas as nações serão alcançadas pelo interesse divino em abençoá-las.
Desse modo, uma vez que o líder cristão tem o dever de estar envolvido com o interesse de Deus, parte importante do seu trabalho é o de abençoar os seus liderados, servindo, assim, como uma espécie de instrumento por meio do qual o Senhor dispensa as suas dádivas sobre o seu povo.
O líder cristão deve desejar e buscar uma comunhão real e sincera com Deus, por meio da qual a bênção de Deus irá alcançá-lo, e somente assim a sua função em abençoar pessoas poderá ser cumprida cabalmente, pois ele só pode oferecer aquilo que possui. Todo verdadeiro líder cristão, portanto, é um agente abençoador.
O que não é liderança?
Até aqui, o foco esteve sobre o que é liderança e sobre algumas das principais funções que um líder deve cumprir. Neste ponto, a ênfase recai sobre uma análise negativa sobre o tema proposto, a saber, o que não é uma liderança, e, com isso, aquilo que efetivamente se espera de um líder ficará ainda mais acentuado.
Destaca-se ainda que a importância dessa abordagem também se confirma pela contribuição em alertar o líder cristão sobre alguns perigos que o cercam, mui especialmente na tendência que há no ser humano em julgar-se além do que realmente é; ou seja, essa reflexão propõe-se a definir limites e evitar excessos que poderão desagradar a Deus e comprometer o bom andamento da sua liderança.
É imprescindível sublinhar que estar na posição de líder não necessariamente implica uma liderança confirmada por Deus e nem é a garantia de ela ser bem-sucedida. Liderança — principalmente a cristã — não tem nada a ver com posição.
Liderar não é ser superior aos liderados
Desde que desobedeceu a Deus, o homem tem-se inclinado a buscar os primeiros lugares e as primeiras posições como desdobramento da danosa e falsa promessa que a serpente fez à Eva de que, caso comesse o fruto que o Criador havia proibido, ela e o seu marido passariam a ser “como Deus” (Gn 3.5). Acerca da origem e da causa dos muitos conflitos existentes entre os homens, leia o que está escrito na carta de Tiago 4.1,2.
A dificuldade em identificar e aceitar o próprio limite de atuação é uma das trágicas consequências que o pecado trouxe à humanidade, e a insatisfação é uma das suas principais consequências, inclusive entre os que atuam na liderança cristã. A insatisfação é um sentimento provocado, principalmente, por expectativas frustradas, e isso impõe ao líder a necessidade de definir bem quais, de fato, devem ser as suas expectativas, objetivando proteger-se desse mal.
Uma maneira eficaz para evitar as frustrações no exercício da liderança cristã é ter a clareza de que ser líder não consiste em ocupar uma posição superior aos liderados. Pelo contrário, conforme se nota no texto de 2 Pedro 5.1,2, o apóstolo ensina que ser líder não é: I) Ter autonomia para fazer o que desejar; II) Usar da sua posição para autopromoção; III) Ter autorização para exigir que outros lhe sirvam; IV) Ser superior aos demais; e V) Trabalhar com a expectativa de reconhecimento e recompensa humana.
Liderar não é dar ordens
Um líder consciente de que liderar não é estar em posição de superioridade aos seus liderados não exercerá uma liderança marcada pela imposição, mesmo porque o verdadeiro líder não lidera dando ordens, mas, ao contrário disso, influencia pessoas pelo bom relacionamento e pela sua conduta, que passa a ser exemplo para os demais.
Jesus não foi um líder que impôs a sua vontade aos seus liderados, porém não deixou de influenciá-los, tanto pelo peso da sua autoridade divina, como também pelo privilégio e prazer de estar na sua companhia. Isso fica muito claro no episódio em que os apóstolos foram desafiados pelo Mestre a decidir se ficariam ou se acompanhariam a multidão que, em resposta negativa à mensagem pregada por Jesus, decidiu deixá-lo, e Pedro respondeu no mesmo instante: “[…] Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6.68). A verdade que Jesus representa, o prazer da sua companhia e a certeza de momentos de crescimento levaram o apóstolo Pedro a expressar o quanto os apóstolos foram influenciados pelo Mestre e decidiram ficar não por obrigação, mas por prazer, como fruto da influência de Jesus, e não da sua ordem.
Liderar é influenciar, não mandar.
na execução de funções — é um problema; no entanto, um líder que nada faz e que transfere para outros fazerem o que é para ele fazer é tão trágico quanto. Portanto, é preciso alta sensibilidade e profundo comprometimento no líder que deseja estabelecer o equilíbrio entre delegar funções e cumprir responsabilidades exclusivas.
Os diáconos foram instituídos em um momento desafiador da História da Igreja, pois, em decorrência do seu crescimento, os apóstolos começaram a falhar em partes como a atenção às viúvas, o que resultou em murmuração da parte dos gregos (At 6.1). Diante desse quadro, os apóstolos foram desafiados a oferecer uma solução e, de maneira equilibrada, brilhante e admirável, eles propuseram que as tarefas que não pertenciam à essência do ministério apostólico fossem delegadas a homens com as qualidades preestabelecidas, tendo em vista que eles não deixassem de cumprir a responsabilidade essencial do apostolado, isto é, a oração e o ministério da palavra (6.2-4). Esse é um excelente exemplo de equilíbrio entre delegar funções sem deixar de cumprir responsabilidades, algo tão necessário a um líder cristão.
O líder não transfere responsabilidades, assim como não faz tudo sozinho.
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