Lição 7 – O Evangelho de Marcos
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. A VISÃO DO AUTOR
2. O PÚBLICO-ALVO
3. CARACTERÍSTICAS DO LIVRO
4. ENSINOS DE JESUS EM MARCOS
OBJETIVOS
SALIENTAR as características do Evangelho de Marcos;
SABER a visão do autor e o seu público-alvo;
CONHECER os principais ensinamentos sobre Jesus no livro.
Querido (a) professor (a), vamos apresentar o Evangelho de Marcos para os Juvenis a partir da estrutura e do estilo do livro. Apresentar, em linhas gerais, o que trata o Evangelho, pode ser uma boa opção para concluir a sua aula.
“JESUS E MARCOS: A HISTÓRIA DE JESUS
Fonte: Pedro
Primeiro, onde Marcos aprendeu tudo que inclui em seu Evangelho? Bem, provavelmente Marcos foi testemunha ocular de, pelo menos, alguma parte da vida de Jesus. Contudo, o Evangelho de Marcos também é associado ao apóstolo Pedro. Papias, líder da igreja do fim do século I e início do II, conheceu os discípulos e disse que Marcos escreveu tudo que o apóstolo Pedro contou a este sobre os ditos e obras d Jesus, ideia que o Novo Testamento defende. João Marcos (Marcos é os eu nome grego e João, seu nome judeu) associou-se a Pedro quando este foi solto da prisão e foi para a casa da mãe de marcos (At 12.12). E Pedro, em sua primeira epístola, menciona que Marcos está com ele (1 Pe 5.13). De acordo com a tradição, Marcos escreveu o relato de Pedro perto do fim do ministério deste em Roma. E é esse relato que temos como o Evangelho de Marcos.
Não sabemos exatamente quando Marcos escreveu o Evangelho. Presume-se que Pedro acabara de morrer ou estava perto de morrer. É provável que Marcos sentisse que o tempo passava, e a mensagem do evangelho tinha de ser preservada e publicada.
Estrutura
A estrutura do Evangelho de Marcos é bem direta. Essa narrativa inicia-se de forma mais direta que todos os Evangelhos. O Evangelho de João começa com um prólogo sobre o princípio da criação e o papel da Palavra. Lucas e Mateus começam seus Evangelhos com a genealogia de Jesus e histórias sobre o seu nascimento. Marcos, não. Marcos pula direto para o ministério de João Batista. E por volta do capítulo 1 versículo 16, Jesus já está chamando seus primeiros discípulos.
Os capítulos 1—8 fornecem o registro do ministério de Jesus na Galileia, onde Ele se estabeleceu como Mestre e operador de milagres. A guinada, como no Evangelho de Mateus, ocorre no meio do capítulo 8, quando Pedro confessa que Jesus é o Messias. Após essa confissão, Jesus concentra-se mais atentamente em seus seguidores mais próximos. Ele adverte-os de sua morte e ressurreição, e ensina-os sobre o custo de segui-lo. Esse ensino continua ao longo do capítulo 10, enquanto eles viajam em direção a Jerusalém. No capítulo 11, eles chegam a Jerusalém e são saudados com brados de “Hosana”. O capítulo 14 apresenta a última Ceia e também a traição, a prisão e a acusação contra Jesus diante do Sinédrio. O capítulo 15 descreve sua aparição diante de Pilatos, sua condenação, a zombaria que fazem com Ele e também sua crucificação, morte e sepultamento. A seguir, o capítulo 16 fornece um breve relato da ressurreição de Jesus.
Estilo
Marcos oferece-nos um relato vigoroso e vivo da vida de Jesus. Esse é o mais curto dos quatro Evangelhos. Ele tem dezesseis capítulos, e sua leitura leva cerca de uma hora. A prosa é rara.
O Evangelho de Marcos, mais do que qualquer outro Evangelho, enfatiza a ação mais do que o ensinamento, o que nos deixa com a impressão de uma história marcante. A palavra predileta de Marcos é euthus, que quer dizer “de uma vez” ou “imediatamente”. Marcos, por exemplo, escreve no capítulo 1: “E, deixando logo as suas redes…” (1.18); “E logo os chamou..'” (1.20); “Entraram […] e, logo… (1.21); “Justo naquele momento…” (1.23 – NVI). Vez após outra, ele faz um corte diferente de câmera. O Evangelho de Marcos, como um filme com a velocidade acelerada, mantém o interesse do leitor.
O Evangelho de Marcos, comparado com os outros, não contém muito ensinamento. Considere as parábolas de Jesus: Lucas apresenta 25 delas, e Mateus, 20, enquanto Marcos apresenta apenas sete. O Evangelho de Marcos apresenta duas parábolas no capítulo 2 sobre roupa nova e vinho novo, e cada uma ocupa um versículo (2.21 e 22). Ele apresenta três parábolas no capítulo 4 sobre o Reino: a parábola do Semeador (4.2-20), a da semente que cresce (4.26-29) e a da semente de mostarda (4.30-32). E em Jerusalém, ele apresenta a parábola dos locatários maus (12.1-11) e a do porteiro (13.34-37). Isso é tudo. Não há nada sobre o bom samaritano, o filho pródigo, o homem rico e Lázaro, os talentos, as dez virgens, a casa construída sobre a rocha nem a ovelha perdida.
Contudo, o relato que Marcos apresenta dos eventos é vívido, às vezes, mais vívido do que o material fornecido nos outros Evangelhos. Podemos ler algumas passagens do seu Evangelho a fim de criar um sentimento por seu escrito antes de considerarmos o conteúdo.
Vejamos o capítulo 5:
2 E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo, 3 o qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender. 4 Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões, em migalhas, e ninguém o podia amansar. 5 E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes e pelos sepulcros e ferindo-se com pedras. 6 E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o (5.2-6).
Se compararmos o relato de Marcos com a versão da mesma história de Mateus ou Lucas, as diferenças logo ficam evidentes — Marcos fornece muito mais detalhes (veja Mt 8.28,29; Lc 8.27,28). Você quase sente o vigor e o ímpeto de Pedro ao recontar essa história para Marcos.”
(DEVER, Mark. A Mensagem do Novo Testamento: Uma exposição Teológica e Homilética. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp. 58-60).
Deus abençoe a sua aula e seus alunos.