Lição 3 – Jesus, o Discípulo e a Lei
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – JESUS CUMPRIU TODA A LEI
II – A LETRA DA LEI, A VERDADE DO ESPÍRITO
III – A JUSTIÇA DO REINO DE DEUS
CONCLUSÃO
A presente lição apresenta três objetivos para os professores:
1. Mostrar que Jesus cumpriu toda a Lei;
2. Comparar a letra da Lei com a Verdade do Espírito;
3. Conceituar a Justiça do Reino de Deus.
Na lição atual, estudaremos a relação de Jesus com a Lei, trazendo a nós um compromisso profundo com a justiça de Deus.
Para aprofundar sobre a relação de Jesus com a Lei e qual o propósito da Lei para nós, considere o seguinte texto:
Qual é o propósito da Lei para os discípulos de Cristo?
Quando o cristão se depara com esse texto: “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4), prontamente entende que se Jesus já cumpriu toda a Lei, então não há necessidade alguma de se voltar para o Antigo Testamento, podendo rejeitá-lo por completo. É preciso muito cuidado nesse sentido, pois muitos estão rejeitando o Antigo Testamento para ficar apenas com o Novo, esquecendo-se de que ambos se completam.
Jesus esclareceu que o Antigo Testamento testificava sobre sua pessoa e obra (Jo 5.39; Lc 24.27). Ainda há que se dizer que é nas Escrituras Antigas que constam ensinos sobre a criação do mundo, a origem do pecado, a promessa da vinda do Salvador, dentre outros assuntos importantes, de modo que sua utilidade para os novos salvos em Cristo é relevante, disso aponta muito bem o doutor Martyn Lloyd-Jones:1
De conformidade com Cristo, tudo quanto há no Antigo Testamento é a Palavra de Deus. E não somente isso, mas também tudo quanto há na lei e nos profetas haverá de permanecer em vigor até que tudo seja plenamente cumprido. Cada “i” e cada “til” ali existente têm a sua significação própria. E tudo será plenamente cumprindo até aos detalhes mais ínfimos que se possam imaginar. Essa é a lei de Deus, o Seu decreto.
Tudo o que os profetas falaram foi por inspiração divina, não são meramente frases poéticas. O que se procurava alcançar, em suas declarações, era despertar o povo para viver a vontade do Senhor, sabendo que brevemente o esperado Messias iria chegar para o cumprimento de tudo. Podemos dizer que no Antigo Testamento se tem a promessa, no Novo, o total comprimento das revelações divinas que foram dadas ao longo do tempo (Gl 4.4). Assim, não há como se falar em Novo Testamento sem o Velho Testamento. De modo muito bem apropriado, Agostinho acertou quando disse que: “O Novo Testamento se acha latente no Antigo Testamento, e o Antigo Testamento acha-se patente no Novo Testamento”.
À luz de Mateus 5.17,18, como já explicado, Jesus mostrou que o Antigo Testamento era a Palavra de Deus, por isso procurou cumpri-la. Semelhantemente, devemos proceder como nosso divino Mestre, jamais pondo em dúvida a autoridade da Antiga Escritura, pois durante sua vida, Jesus sempre fez menção a muitas passagens veterotestamentárias durante seus ensinos e deixou claro que elas não podem falhar: “Se ele chamou deuses àqueles a quem foi dirigida a palavra de Deus, e a Escritura não pode falhar” (Jo 10.35, ARA).
Por meio dos ensinos de Paulo em relação à Lei, entendemos que ela jamais perde sua validade, porque é santa (Rm 7.22), desse modo ela está estabelecida e cumprida (Rm 3.31; 13.8-10; Gl 5.14). Lembrando que é por meio do poder do Espírito Santo dentro de nossas vidas que a fé vai operando por meio do amor divino, não mais pautada em uma confiança de uma justiça própria, mas, sim, na justiça de Cristo e no desenvolvimento da ação pneumática que produz a real transformação (Rm 3.18).
Texto extraído da obra:
GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.
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1 LLOYD-Jones, David Martyn. Estudos no Sermão do Monte. São José dos Campos, SP: Fiel, 2017, p. 252.