lição 12 – A igreja tem uma natureza organizacional
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – TITO E AS IGREJAS NA ILHA DE CRETA
II – A INSTITUCIONALIDADE BÍBLICA DA IGREJA
III – A QUESTÃO ATUAL
CONCLUSÃO
Esta lição tem três objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
I) Analisar a atuação pastoral de Tito na Ilha de Creta;
II) Reconhecer a institucionalidade bíblica da Igreja;
III) Dialogar com a realidade atual a partir do texto bíblico.
A QUESTÃO ATUAL
Havia no século 19 e no início do século 20 uma reação da população americana contra o formalismo e a liturgia das igrejas protestantes. Isso resultou em duas frentes religiosas distintivas. Por um lado, o surgimento dos movimentos heterodoxos; o unitarismo foi revitalizado, surgem o mormonismo, o Novo Pensamento, a Ciência Cristã, a Escola da União do Cristianismo, a Teosofia, o Espiritismo Moderno e as testemunhas de Jeová.145 Por outro lado, aparece o Movimento de Santidade, Holiness, que seguiu uma posição oposta, trazendo um grande avivamento que serviu como o berço do pentecostalismo moderno, do qual vieram os pioneiros como Charles Fox Pahram e William Joseph Seymour entre outros. Charles Fox Pahram, aos vinte anos de idade, assumiu o pastorado de uma igreja, em Eudora, Kansas, mas, em 1895, ele entregou a licença de pregador local, deixando o denominacionismo para sempre. De modo que se tornou itinerante independente até o fim da vida.146
O movimento pentecostal moderno surgiu num contexto antidenominacionalista nos Estados Unidos e isso teve alguns reflexos no Brasil, principalmente entre os pioneiros, mas o impacto não foi tão radical como a liderança dos precursores do movimento da Rua Azusa, em Los Angeles (1906-1910).
A data inicial do moderno Movimento Pentecostal é primeiro de janeiro de 1901, em Topeka, Kansas, EUA, numa Escola Bíblica liderada por Pahram. Mas, as comunidades pentecostais dos primeiros vinte e cinco anos desse século eram vistas pela sua liderança como movimentos e não como denominação. Interessante que Pahram faleceu em 1926 e Seymour em 1922, mas nenhum deles esteve presente na primeira Assembleia Geral que criou as Assembleias de Deus em abril de 1914, nos Estados Unidos da América. Até essa data, havia entre os pioneiros aqueles que entenderam que era chegada a hora de rever o sentimento antidenominacionalista de Parham e de outros líderes que havia entre os pentecostais da santidade, isso para evitar um crescimento desordenado. Nesse contexto, então, foi criado o Concílio das Assembleias de Deus nos Estados Unidos, a partir do qual essas comunidades pentecostais passaram a ser chamadas “Assembleias de Deus”.
No Brasil, não foi diferente. O movimento iniciado pelos missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren era conhecido como “Missão de Fé Apostólica”, o mesmo nome dos movimentos de Pahram e Seymour e outros na época. Quando Gunnar Vingren registrou a igreja em 4 de janeiro de 1918, adotou o nome “Assembleia de Deus”.147 Diante do avanço da obra no Brasil, era necessário estruturar o movimento pentecostal e criar um órgão máximo para manter a identidade e a unidade doutrinária das Assembleias de Deus no país e, dessa forma, trazer solução para as questões de ordem doméstica, interna e externa. Foi com base nesses ideais que os pioneiros brasileiros e suecos criaram a Convenção Geral das Assembleias de Deus em 1930.
Não é difícil entender que organização e organismo não são elementos excludentes em si mesmos, mas o contrário, se complementam, pois a organização ajuda no arranjo entre muitos organismos individuais num sistema geral. A igreja é o povo de Deus do novo concerto, é uma comunidade internacional, uma congregação supranacional de estrangeiros e peregrinos (1 Pe 2.11). Seria humanamente impossível ela cumprir a sua agenda missionária, evangelização, ensino da Palavra e serviço social em nosso país e no mundo sem uma estrutura organizacional.
Texto extraído da obra Em Defesa da Fé Cristã, editada pela CPAD.