Lição 01 – Quando as heresias ameaçam a unidade da igreja
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – AS AMEAÇAS DOS LOBOS VORAZES
II – O QUE É APOLOGÉTICA
III – O QUE SÃO HERESIAS
CONCLUSÃO
Esta primeira lição tem quatro objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
I) Identificar as ameaças hereges que assolam a Igreja de Cristo nos últimos dias;
II) Apresentar o conceito de Apologética Cristã;
III) Definir o que são as heresias.
Os primeiros cristãos enfrentaram os movimentos que ameaçavam os fundamentos do cristianismo. Essa ameaça vinha dos grupos religiosos sectários e dos críticos intelectuais judeus e pagãos, tanto no campo doutrinário como também contra os cristãos. O apóstolo Paulo prega e defende o evangelho: “alguns proclamam Cristo por inveja e rivalidade, mas outros o fazem de boa vontade. Estes o fazem por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho” (Fp 1.15,16). Os primeiros discursos apologéticos apostólicos foram apresentados pelo apóstolo Paulo em Listra, durante a sua primeira viagem missionária (At 14.15-20) e, no Areópago, em Atenas, por ocasião de sua segunda viagem (At 17.22-31).
Quanto ao ataque aos cristãos, o apóstolo Pedro tratou sobre o assunto. Ele nos ensina a defender o evangelho com essas palavras: “pelo contrário, santifiquem a Cristo, como Senhor, no seu coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que vocês têm” (1 Pe 3.15). O termo “responder”, na expressão “preparados para responder”, no texto grego, é apologia. Uma tradução mais precisa seria “preparados para [uma] defesa”, como aparece na Versão Espanhola: “para presentar defensa” (Reina-Valera’60); e, nas versões inglesas: to make a defense, “para fazer uma defesa” (ESVA 2016); to give a defense, “para dar uma defesa” (HCSB, NKJV), to make your defense, “para fazer sua defesa” (NRSVUE). Convém ressaltar que a primeira epístola de Pedro trata do sofrimento do cristão em razão da sua fé em Jesus. Ela foi dirigida a judeus e não judeus convertidos à fé cristã dispersos nas diversas províncias do Império Romano: Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia (1 Pe 1.1), para ensiná-los a viverem num mundo de perseguição e encorajá-los a se manterem firmes em Jesus (4.12-16). Esse texto sagrado não tem prazo de validade, continua valendo como guia espiritual para os nossos dias.
A Apologética Cristã apresenta a resposta a todo sistema anticristão. O centro desse debate é Deus, seu Filho Jesus Cristo e a Bíblia. Essa resposta, segundo o apóstolo Pedro, deve ser “com mansidão e temor” (1 Pe 3.15 ARC), mesmo àqueles que nos criticam e blasfemam contra a nossa maneira de viver: “com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam mal de vocês, fiquem envergonhados esses que difamam a boa conduta que vocês têm em Cristo” (v. 16).
A Apologética Cristã é a defesa da fé cristã diante dos ataques dos ateus e críticos, da pretensa ciência, pois a verdadeira ciência não contradiz a Bíblia, o mesmo, diga-se da história, da filosofia, da ética, das outras religiões e teologias. Uma avaliação histórica pode revelar quatro funções da Apologética: defender a fé cristã dos grupos heterodoxos e heresias, refutar os erros que se opõem aos ensinos bíblicos, persuadir os contradizentes para que eles se convertam ao evangelho e vindicar a aceitabilidade do cristianismo pelas autoridades do mundo. Trata-se de uma defesa com argumentos e fundamentação bíblica, respondendo às objeções contra a fé cristã.
Os dados históricos revelam a importância e o papel da Apologética Cristã na vida da igreja, tanto na construção do pensamento teológico cristão como nas questões atuais da sociedade. Quando Jesus disse: “Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e com toda a sua força” (Mc 12.30) e acrescentou o termo “entendimento”, que não aparece em Deuteronômio 6.4-6, de cujo texto Ele retirou essa declaração, estava ensinando que devemos amar a Deus com o coração e a mente, uma fé lógica e racional. Dizia Agostinho de Hipona: “creio para entender”, baseando-se na parte final de Isaías 7.9, em que a Septuaginta usa a expressão: “se não o crerdes não compreendereis” (porém, o Texto Massorético afirma: “se não o crerdes, certamente, não ficareis firmes”). Isso foi, mais tarde, defendido por Anselmo de Cantuária. A Apologética mostra que o cristianismo é racional, os dados da revelação podem ser explicados de maneira metódica e sistemática, portanto, são aceitáveis.
Texto extraído da obra Em Defesa da Fé Cristã, editada pela CPAD.