Lição 06 – A promessa de cura divina
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – A PROMESSA BÍBLICA DA CURA DIVINA
II – ORIGEM E CONSEQUÊNCIAS DAS DOENÇAS NO MUNDO
III – JESUS CRISTO CURA SIM
CONCLUSÃO
Os salvos podem adoecer
A chamada “Teologia da Prosperidade” prega que o cristão fiel não pode adoecer, pois a doença é do Diabo. Essa é uma afirmação sem qualquer fundamento bíblico, e, de acordo com essa teologia, o cristão tem direito à saúde e à riqueza; diante disso, doença e pobreza são maldições da Lei. Eles ensinam que “todo cristão deve esperar viver uma vida plena, isenta de doenças” e viver de 70 a 80 anos, sem dor ou sofrimento. Quem ficar doente é porque não reivindica os seus direitos ou não tem fé. E não há exceções. Pregam eles que Isaías 53.4,5 é algo absoluto. Fomos sarados e não existe mais doença para o crente. E, se o crente não for curado pela oração da fé, é por dois motivos: ou porque está em pecado, ou porque não tem fé!
Jesus, ao morrer na cruz, assegura-nos a salvação de nossa alma, de nosso espírito, bem como nos dá o direito às bênçãos decorrentes da expiação, incluindo a cura das enfermidades. O poder para curar em nome de Jesus (cf. Mc 16.18c) só pode operar pelo fato de Cristo ter morrido, dando-nos a vitória sobre os poderes do mal. A salvação, no entanto, envolve imediatamente o espírito e a alma. Quanto ao corpo, não há um efeito imediato, pleno, quanto à libertação dos males decorrentes do pecado. Isso porque, enquanto o espírito e a alma (o homem interior — cf. 2 Co 4.16) são salvos no momento da confissão a Cristo, o corpo ainda aguarda a redenção plena, conforme diz a Bíblia, sobre o gemido da criação (Rm 8.23).
A Bíblia diz: “No mundo, tereis aflições” (Jo 16.33). O apóstolo Paulo viveu doente (ver 1 Co 4.11; Gl 4.13), passou fome, sede, nudez, agressões, etc. Os seus companheiros adoeceram (Fp 2.30). Timóteo tinha uma doença crônica (1 Tm 5.23). Trófimo ficou doente (2 Tm 4.20). Essas pessoas não tinham fé? Estavam em pecado? Jó, o patriarca, homem de Deus, era homem de fé e não vivia em pecado; pelo contrário, Deus apresenta-o como sendo “homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal” (Jó 1.1). Por permissão de Deus, no entanto, foi acometido de uma tão grande enfermidade que causou espanto aos que o conheciam e a ele próprio. Quando citamos esse exemplo, os adeptos do “movimento de fé”, que pregam a Teologia da Prosperidade, minimizam o valor do livro de Jó, e alguns chegam a dizer que “o livro de Jó é o mais mentiroso da Bíblia”. Já ouvi um discípulo de Kenneth Hagin e de Benny Hinn dizer exatamente isso.
Uma das bases da Teologia da Prosperidade é a chamada “confissão positiva”, segundo a qual “há poder em suas palavras”. O que você quiser, seja a cura de enfermidades, a aquisição de um carro novo, basta “visualizar” o que deseja, ter fé e declarar que aquilo tem que acontecer. Se alguém está doente, basta dizer: “está curado” e pronto. A cura tem que acontecer. Isso não tem base bíblica. Nenhum dos apóstolos de Jesus usou essa “fórmula da fé”, e nenhum deles fez uso desse recurso psicológico para curar alguém.
Jesus curou enfermos e citou Isaías 53.4,5 (cf. Mt 8.16,17). No tanque de Betesda, havia muitos doentes, mas Jesus só curou um (cf. Jo 5.3,8,9). Deus cura sim, mas não cura todas as pessoas, e, se assim fosse, não haveria nenhum crente doente. Deve-se considerar os desígnios e a soberania divina. Conhecemos homens e mulheres de Deus, gigantes na fé, que adoeceram e passaram para o Senhor. Dessa forma, o crente, por mais sincero que seja, ou mais santo que possa ser, está sujeito às consequências do pecado, que passou a todos os homens. Dentre essas, as enfermidades ou doenças são as mais comuns.
Texto extraído da obra As Promessas de Deus, editada pela CPAD.