Lição 11 – A Realidade Bíblica do inferno
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – O PENSAMENTO HUMANO A RESPEITO DO INFERNO
II – COMO A PALAVRA INFERNO APARECE NA BÍBLIA
III – A DOUTRINA BÍBLICA DO INFERNO
CONCLUSÃO
Esta lição tem três objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
1. Mostrar o pensamento humano a respeito do Inferno;
2. Saber como a palavra Inferno aparece na Bíblia;
3. Compreender a doutrina bíblica do Inferno.
O Inferno é um tema presente no Novo Testamento, em especial nas palavras de Cristo, que o descreveu como uma realidade, visto como lugar e estado de castigo em que os perdidos estão eternamente separados de Deus (Mt 18.8-9; 25.46; Lc 16.19-31; 2 Pe 2.4; Ap 20.14). Ainda que haja concepções erradas, negativas e pessimistas sobre o Inferno, ele existe. Não cabe na mente de pessoas modernas que um Deus bom, justo e fiel possa mandar alguém para viver eternamente no Inferno, um lugar de trevas e tormento eterno.
Deus não projetou o Inferno para o homem que foi feito à sua imagem e semelhança (Gn 1.26,27), porém, ao rebelar-se contra Deus, vivendo neste mundo de modo próprio, opcional, escolhendo a porta larga e o caminho espaçoso, sua parada final é no Inferno para a perdição eterna (Mt 7.13). Crer no Céu ou no Inferno é algo que só pode ser aceito por aquele que tem fé, que crê no que a Bíblia diz, e que realmente seja espiritual, pois sua existência não pode ser provada de modo empírico. De maneira que, por mais que haja tradições judaicas sobre o assunto, as concepções de muitas religiões e a negação de sua existência como um lugar real por parte de homens modernos, nós cremos no que a Bíblia diz sobre o Inferno.
II – Como a Palavra Inferno Aparece na Bíblia
1. A definição bíblica do Inferno
A definição que a Bíblia faz sobre a palavra Inferno é vista tanto no Antigo como no Novo Testamento, sendo que no Antigo é definido como Sheol, ao passo que no Novo Testamento é Hades. Sheol refere-se ao mundo dos mortos, é compreendido como um lugar sombrio para onde todos os mortos vão. As pessoas que não eram redimidas, quando da sua morte, sua parte imaterial ficaria no Sheol, estando ali até o momento da ressurreição final do seu corpo no final do Milênio. É bom compreender que, por vezes, o termo Sheol é usado no Antigo Testamento para se referir à sepultura (Nm 16.30,33), mas, em outros momentos, se nota que fala do lugar onde estão os espíritos daqueles que morreram, tanto dos justos (Gn 37.35) como dos ímpios (Pv 9.18). Na verdade, o Sheol é o lugar de trevas, onde estão os mortos que não foram redimidos.
Podemos dizer claramente que Lucas 16.19-31 nos ensina quatro lições importantes: 1) Que depois da morte todos estão em um estado de consciência; 2) O Inferno é real e visto como lugar de tormento; 3) Não existe segunda chance depois que uma pessoa morre; 4) Não existe possibilidade de os mortos se comunicarem com os vivos.
Quando se lê na íntegra a passagem em apreço, em momento algum ela faz afirmação de que o dito seio de Abraão estava no Hades, mas logo que se chega ao versículo 23, percebe-se que estava totalmente longe dele. É bom lembrar que “seio de Abraão” é um recurso ou figura de linguagem para ser aplicada em relação ao Paraíso ou presença de Deus. Jesus deixou claro ao ladrão da cruz que ele iria com Ele para o Paraíso, e não para o Hades (Lc 23.43).
Outra palavra hebraica para Inferno é גֵהיִנּוֹם) Gehinnom). Seu significado estava ligado a um termo hebraico que fazia ligação com o Vale de Hinom, um local associado a práticas religiosas antigas e, em algumas interpretações, a sacrifícios de crianças. Por causa disso, Gehinnom passou a significar em certos textos um lugar de punição após a morte.
Compreendemos que, pelas definições da Bíblia, o Inferno, em ambos os termos, é visto como um lugar de punição para aqueles que rejeitaram a Deus e a sua Palavra, que viveram nas piores práticas pecaminosas. As punições para aqueles que se entregaram ao pecado e rejeitaram a Deus são descritas nas páginas do Novo Testamento. Em Mateus 25.41, os que se aliaram ao grupo de Satanás com seus anjos rebeldes serão sentenciados para longe de Deus. Todos quantos não foram encontrados no Livro da Vida serão lançados no lago de fogo (Ap 20.15). A passagem de Lucas 16.23 mostra como é a vida no Inferno daqueles que rejeitaram a Deus. O profeta Isaías fala do tormento dos pecadores e do tremor que se apoderará dos ímpios sobre o fogo devorador (Is 33.34).
2. Uma definição teológica sobre o Inferno
Teologicamente, o Inferno é descrito como sendo um lugar de punição eterna. Todos aqueles que optaram por viver neste mundo de modo rebelde, fazendo descaso da Palavra de Deus e da obra de Cristo, terão como seu destino final o Inferno, pois tudo o que foi oferecido da parte do Pai Celestial foi rejeitado, e, por isso, sofrerão o castigo eterno e a ira de Deus. Por causa de seus pecados e rejeição do plano da salvação em Cristo, o homem viverá no Inferno separado de Deus eternamente (Ap 21.8).
No Inferno, agora o homem pecador estará separado de Deus eternamente, não podendo jamais desfrutar do seu amor, de sua graça e de sua presença maravilhosa, pois teve todo tempo para isso, mas não fez caso do que lhe foi facultado por Deus. Ainda podemos dizer que, no aspecto teológico, o Inferno é definido como consequência das escolhas erradas que os homens fizeram, como bem pontuado por Jesus, escolheram andar pelo caminho espaçoso e a porta larga, cujo fim é a perdição (Mt 7.13). A punição divina não é porque Deus quer ou deseja, mas resulta da escolha errada do homem.
3. Onde a Bíblia ensina sobre o Inferno
Há passagens bíblicas abundantes quanto ao assunto envolvendo o Inferno. No Novo Testamento, em Mateus 25.41,46, o assunto é sobre julgamento e Inferno. Já em 2 Tessalonicenses 1.9, Paulo está mostrando que sofrerão penalidades todos aqueles que rejeitaram a Deus, de modo que tais penalidades serão vistas nas palavras Sheol, Hades, Gehenna, Tártaro. Já fizemos a explicação das três primeiras palavras, porém, em se tratando de Tártaro, que aparece em 2 Pedro 2.4 — o abismo mais profundo do Inferno —, pode ser entendido de duas maneiras: 1) nome da região subterrânea, sombria e escura, considerada pelos antigos gregos como a habitação dos ímpios mortos, onde sofrem punição pelas suas más obras; 2) corresponde ao “Geena” dos judeus, lançar ao Tártaro, manter cativo no Tártaro.
Assim, em toda a Bíblia, o ensino sobre o destino final dos santos e dos ímpios está claramente explícito. Para os santos é o Paraíso, ao passo que para os ímpios pecadores que não se arrependeram é o Inferno. É bem verdade que esse assunto não é bem tratado no Antigo Testamento, mas está claro no Novo. Porém, lendo as seguintes passagens bíblicas, como Isaías 66.24, Salmos 9.17 e Provérbios 15.24, todas elas esclarecem sobre um lugar de punição para os ímpios que sempre rejeitaram a Deus.
As passagens que mencionaremos a seguir falam do Inferno como lugar de separação total e plena de Deus, como também de castigo eterno para todos quantos não aceitaram a Cristo como único Senhor e Salvador, mas que permaneceram na prática do pecado: Mateus 25.41,46; Marcos 9.43; Lucas 16.23; 2 Tessalonicenses 1.9; Apocalipse 14.11. Para evidenciar a dimensão desse castigo e do grande sofrimento que terão os que forem para esse lugar de perdição, as imagens revelam o ranger de dentes, fogo que queima sem cessar, inextinguível, fornalha acesa, trevas, fogo eterno, lago de fogo (Mt 3.12; Mc 9.43,48; Mt 13.42,50; 8.12; 22.13; 25.30; 25.41; Ap 19.20; 20.10,14,15).
Texto extraído da obra “A Carreira que Nos Está Proposta”, editada pela CPAD.