Lição 14 – Fé para Crer no Fim da História e a Condenação Eterna
Prezado(a) professor(a), para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio da semana. O conteúdo é de autoria do pastor Eduardo Leandro Alves, comentarista do trimestre.
INTRODUÇÃO
Chegamos a última aula do trimestre e falaremos a respeito do fim da história. O Apocalipse não é somente o último livro da Bíblia; ele traz também o último capítulo da história. Em todas as nossas abordagens, deixamos claro que a fé em Cristo desempenha um papel fundamental na crença no fim da história, na condenação dos ímpios e na salvação para os fiéis. Conforme discutido anteriormente, entendemos que a Bíblia apresenta uma visão clara e apologética sobre esses temas.
A eternidade é um conceito profundo e misterioso que transcende a compreensão humana. Trata-se da dimensão temporal além dos limites da existência terrena, uma realidade que se estende infinitamente. Na teologia cristã, a fé na eternidade desempenha um papel fundamental, fornecendo uma visão de esperança e significado para a vida presente. A fé em Cristo envolve confiar e acreditar na sua obra redentora e no plano de Deus para a humanidade. É através dessa fé que os crentes encontram esperança no fim da história, pois acreditam nas promessas divinas de um novo céu e uma nova terra, onde não haverá mais dor, sofrimento e maldade. Essa fé dá-lhes a certeza de que o plano de Deus será cumprido e de que Ele trará justiça e restauração completas. Ao mesmo tempo, a fé em Cristo também envolve a crença na realidade da condenação aos que rejeitam a graça divina e afastam-se de Deus. Essa condenação é vista como uma resposta justa à escolha humana de rejeitar a oferta de salvação em Cristo. A Bíblia descreve a condenação eterna como um lugar de tormento e separação de Deus, onde não há paz nem alívio. Por outro lado, a fé em Cristo também oferece a promessa de salvação aos que confiam nEle e aceitam a sua graça. Por meio da obra de Cristo na cruz, o perdão dos pecados e a reconciliação com Deus são oferecidos a todos que se arrependem e depositam a sua fé nEle. Essa salvação é um presente gratuito, baseado na graça de Deus, sendo alcançada somente pela fé em Cristo. Portanto, a fé em Cristo é o elemento central para crer no fim da história, na condenação dos ímpios e na salvação para os fiéis. Essa fé capacita-nos a olhar além das circunstâncias atuais e a confiar nas promessas divinas. Ela também nos leva a reconhecer a realidade do juízo vindouro e a importância de aceitar a graça salvadora de Deus por intermédio de Cristo. Ao mesmo tempo, a fé em Cristo também nos traz a esperança e a segurança de uma vida eterna em comunhão com Deus, o Senhor.
A Ideia do Fim
O apóstolo João é uma figura proeminente no Novo Testamento, sendo conhecido pela sua profunda espiritualidade e proximidade com Jesus Cristo. Além do seu papel como discípulo amado, João também recebeu uma visão extraordinária do futuro, registrada no livro bíblico de Apocalipse. A visão do futuro dada a João no livro de Apocalipse é uma revelação divina que abrange eventos escatológicos, incluindo o fim dos tempos, o juízo final e a vinda gloriosa de Jesus Cristo. Essa visão é apresentada através de imagens simbólicas e proféticas e tem sido objeto de estudo e interpretação ao longo dos séculos. João não faz somente uma revelação do futuro em Apocalipse, mas também apresenta a Jesus Cristo, aquEle que derrotou Satanás e que abençoará os crentes com uma vida de paz e alegria ao seu lado. Ele descreve em detalhes os eventos que testemunhou na visão, como a adoração celestial, os sete selos, as trombetas, as taças da ira, a batalha final contra as forças do mal e a criação de um novo céu e uma nova terra. A visão do futuro apresentada por João oferece uma visão ampla e profunda do plano redentor de Deus e do triunfo final de Cristo sobre o mal. Além de revelar os eventos futuros, o Apocalipse também traz mensagens e exortações às igrejas da época de João e para os crentes de todas as gerações. João enfatiza a necessidade de permanecer fiel a Cristo, mesmo diante de perseguições e tribulações. Ele encoraja os crentes a resistir à tentação e a manter-se firmes na sua fé, confiando na promessa da vitória final de Cristo. A visão do futuro dada a João no Apocalipse não apenas revela o plano de Deus para o fim dos tempos, mas também transmite esperança e conforto para os crentes. João mostra que, apesar dos desafios e perigos presentes no mundo, Deus está no controle e trará justiça e restauração completa no fim. Ele apresenta uma imagem vívida da nova criação, onde não haverá mais dor, nem sofrimento e nem morte e onde os crentes desfrutarão da presença eterna de Deus. A visão do futuro de João lembra-nos da importância de ter uma perspectiva eterna e de viver em antecipação ao cumprimento final das promessas de Deus. Ela desafia-nos a manter nossa fé e fidelidade a Cristo, mesmo em meio às adversidades, confiando que Deus está trabalhando em todas as coisas para o bem dos que o amam. Os eventos escatológicos são-nos apresentados, visando oferecer esperança e conforto para os crentes, lembrando-nos da soberania de Deus e da vitória final de Cristo sobre o mal. Você consegue, pelos olhos da fé, ter a visão de Jesus crucificado, oferecendo graça, perdão e misericórdia? Pois, então, não o rejeite; aceite-o e não tenha receio do fim. As coisas “que hão de acontecer” são eventos futuros, relacionados à volta de Cristo. Elas ocupam a maior parte do Apocalipse, indo do capítulo 4 ao 22. Sabemos, porém, que é preciso fé para crer no Deus que criou todas as coisas no início e que tem o controle do fim da história.
A Ideia Cristã da Condenação Eterna
Neste último capítulo, queremos enfatizar que se trata de uma decisão pessoal. A condenação eterna será uma recompensa aos que deliberadamente rejeitaram o Pai e o Filho em vida. A justiça divina está firmada no fato de que as pessoas não recebem o que elas merecem, mas o que escolheram. Sabemos que Adão e Eva pecaram e que o pecado passou a todos os homens, só que as pessoas podem crer, arrepender-se e aceitar a Cristo como Salvador caso desejem (Is 55.7; Mt 25.41,46; Mc 9.47,48; Rm 14.10,12; 2 Co 5.10). Não nos esqueçamos de que a graça divina dá condições ao pecador para que se arrependa dos seus pecados quando ouve a mensagem de salvação (graça preveniente). Ninguém nasce predestinado para ser salvo ou receber a condenação eterna; a decisão é de cada um. Sabemos que o ímpio pode rejeitar a graça de Deus. Entretanto, o Senhor quer que todos se salvem (1 Tm 2.4), por isso põe à disposição do pecador todos os meios para que este alcance a salvação (Lc 18.23; 19.41,42; Ef 4.30; 1 Ts 5.19). A condenação eterna é apresentada como a consequência aos que rejeitam a oferta de salvação e afastam-se de Deus. A Bíblia afirma que todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Rm 3.23) e que o salário do pecado é a morte (Rm 6.23). A morte mencionada aqui não se refere apenas à morte física, mas também à separação eterna de Deus. A graça divina é oferecida a todos por intermédio de Jesus Cristo, que veio ao mundo para salvar os pecadores. Os que aceitam essa graça, reconhecendo o seu pecado, arrependendo-se e confiando em Jesus como o seu Salvador pessoal recebem o perdão dos seus pecados e a vida eterna. Já os que a rejeitam e persistem no caminho de desobediência e incredulidade estão sujeitos à condenação.
O Fim Virá
E com ele, a condenação eterna para os ímpios de todos os tempos. Todos os que morreram sem Cristo desde o princípio. Existem fundamentos bíblicos da fé no fim da história e na condenação eterna: A visão evangélica baseia-se nas Escrituras Sagradas como autoridade máxima para entender o plano de Deus para a humanidade. A Bíblia ensina claramente que a história humana terá um fim, onde haverá um julgamento final e a condenação eterna dos que rejeitaram a salvação oferecida por Deus. Passagens como Mateus 25.31-46, Apocalipse 20.11-15 e 2 Tessalonicenses 1.9 apresentam a realidade do Juízo Final e a existência de um destino eterno separado de Deus para os que não aceitaram a oferta de salvação em Jesus Cristo. A visão evangélica enfatiza a confiança nessas verdades bíblicas como base para a fé no fim da história e na condenação eterna. Destacamos a importância de compartilhar o evangelho e advertir as pessoas sobre a realidade da condenação eterna. A crença no fim da história e na condenação eterna constitui uma das principais motivações para que os cristãos compartilhem a mensagem da salvação em Jesus Cristo com amor e compaixão, a fim de que outros possam ser salvos e escapar do juízo vindouro. Essa visão reconhece a responsabilidade dos cristãos de levar o evangelho a todos os povos, conforme instruído por Jesus em Mateus 28.19-20, e considera a mensagem do Juízo Final como um chamado urgente para as pessoas arrependerem-se e confiarem em Cristo para a salvação. Precisamos compreender que a esperança e o temor funcionam como motivações para a fé. Deve haver um equilíbrio em relação à esperança da vida eterna com Deus aos que creem em Jesus, com o temor da condenação eterna aos que rejeitam a oferta de salvação. A fé na realidade do fim da história e na condenação eterna leva os cristãos a viver uma vida de dedicação a Deus, buscando viver de acordo com os seus mandamentos e esforçando-se para compartilhar o evangelho com os que ainda não o conhecem. Essa visão promove um senso de responsabilidade e urgência na vida cristã, ao mesmo tempo que oferece a esperança da salvação e da vida eterna com Deus.
CONCLUSÃO
A fé na eternidade baseia-se nas promessas de Deus reveladas nas Escrituras. A Bíblia afirma que Deus é eterno, sem começo nem fim, e que Ele criou o tempo e o Universo na sua sabedoria. O salmista expressa essa verdade maravilhosa em Salmos 90.2: “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu és Deus” (ARA). Essa afirmação lembra-nos de que Deus está além do tempo e é o guardião da eternidade. A vida eterna como expectativa cristã está fundamentada nas promessas de Deus reveladas nas Escrituras. A Bíblia assegura-nos de que, ao colocarmos nossa fé em Jesus, recebemos o dom da vida eterna. Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11.25, NVI). Essa promessa certamente nos enche de esperança e lembra-nos de que a morte física não é o fim, mas o início de uma nova e gloriosa realidade. O fim virá e com ele a condenação eterna para os ímpios de todos os tempos. Todos os que morreram sem Cristo desde o princípio do mundo até o fim do Milênio vão ressuscitar para serem julgados. Os livros com o registro dos seus atos serão abertos, e eles serão julgados conforme as suas palavras e atitudes. Todos os pecados, até mesmo os mais secretos, virão à tona, mas os salvos não passarão por esse julgamento, por tomarem parte na primeira ressurreição, e estarão para sempre com o Senhor. Embora haja diferentes interpretações e ênfases dentro do cristianismo em relação aos detalhes específicos do fim dos tempos, o cerne da mensagem é a esperança da consumação do plano de Deus, a vitória final sobre o mal e a eterna comunhão com Deus.
Professor(a), para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: ALVES, Eduardo Leandro. A Prova da Vossa Fé: Vencendo a Incredulidade para Uma vida Bem-Sucedida. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.