Lição 7 – A Responsabilidade da igreja com os missionários
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – A IGREJA E O SISTEMA DE APOIO AOS MISSIONÁRIOS
II – O CUIDADO INTEGRAL DOS MISSIONÁRIOS
III – MANEIRAS PRÁTICAS DE SE COMPROMETER COM OS MISSIONÁRIOS
CONCLUSÃO
Esta lição tem três objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
1. Explicar o sistema de apoio da Igreja aos missionários;
2. Relatar o cuidado integral dos missionários;
3. Elencar maneiras práticas de se comprometer com os missionários.
II – O CUIDADO INTEGRAL DOS MISSIONÁRIOS
1. O cuidado integral
A visão missionária das igrejas de um modo geral, com raras exceções, limita-se tão somente ao sustento financeiro dos missionários. Entretanto, cabe à igreja uma responsabilidade maior, mais abrangente, zelando por aqueles que estão trabalhando no campo missionário. O missionário precisa ser cuidado integralmente pela igreja, não somente na área financeira, mas também na área espiritual, emocional, física, mental e social.
É necessário um acompanhamento pastoral enquanto o missionário está no campo, com amor e respeito, para que ele possa superar as dificuldades internas e externas que surgem.
A igreja deve ter um planejamento de visitas aos missionários, manter contato permanente com os missionários, incentivar os membros a manterem contato com os missionários e a sua família, principalmente nas datas de aniversário, dias festivos e organizar grupos de intercessão em favor da família missionária.
É de bom alvitre que líderes da igreja visitem os missionários proporcionando aconselhamento pastoral aos missionários e a sua família, compartilhando das suas lutas, dores, frustrações e alegrias, orando com eles.
O estresse faz parte da vida. De acordo com o Ministério da Saúde, trata-se de uma atitude biológica necessária para a adaptação a novas situações. É uma reação natural do organismo a um estímulo e gera alterações emocionais e físicas — há liberação de uma complexa mistura de hormônios e substâncias químicas como adrenalina, cortisol e norepinefrina (também chamada de noradrenalina).
Situações contínuas, recorrentes e/ou agudas de estresse, contudo, podem levar ao esgotamento físico e emocional, reduzindo (ou até eliminando) a capacidade laborativa de uma pessoa. Quando esses fatores estressores estão ligados a situações de trabalho desgastantes, pode ocorrer a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional, distúrbio psíquico registrado no grupo 24 do Cid-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde).
A seguir, transcrevemos as palavras da Dra. Lorraine Oliveira, médica cardiologista, no seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) realizado para o POS – Postgraduate Studies on Missiology (Missões) do Seminário Teológico Servo de Cristo.
Já foram feitos estudos com diversas classes de profissionais, principalmente aquelas cujas atividades exigem envolvimento interpessoal direto e intenso: professores, enfermeiros, agentes penitenciários, religiosos, etc. No entanto, ainda é pequeno o número de estudos com missionários, um grupo cujo trabalho reúne inúmeras dificuldades, agravadas pelo fato de os obreiros transculturais viverem em locais isolados (na maior parte dos casos), sem o apoio necessário. O missionário frequentemente muda de terra e de cultura, deixando para trás amizades e estruturas sociais já estabelecidas. Além disso, muitas vezes vive em ambiente hostil, como áreas de conflito nas quais há até risco de vida. O presente estudo identifica fatores preponderantes que levam esse grupo ao estresse, bem como sugere algumas formas de reduzir o estresse entre os missionários. (https://ultimato.com.br/sites/caminhosdamissao/2020/10/15/ causas-de-estresse-entre-missionarios/).
No seu TCC, a Dra. Lorraine fornece conselhos “Como evitar o estresse na vida dos missionários”:
A percepção de sintomas do estresse é o marco do limite emocional e físico do corpo. Identificá-los é fundamental para iniciar o processo de tentar aliviar a tensão. A psicóloga Marilda Lipp afirma: “O corpo fala”. Devemos, então, compreender a sua linguagem em vez de nos desesperarmos. Alguns desses sinais (falas) são: falha de memória para coisas pequenas e corriqueiras, acordar cansado após um bom período de sono, tensão muscular excessiva, hiperacidez gástrica sem causa aparente, irritabilidade excessiva, ansiedade, vontade de sumir, sensação de incompetência e distúrbios do sono. (LIPP, 2013, p. 14)
Quanto à responsabilidade de evitar o estresse na vida do missionário, a referida médica é de parecer que deve ser dividida entre o próprio obreiro transcultural e a instituição enviadora, no caso, da igreja. Entretanto,
cada missionário deve ser o principal responsável por sua saúde. O apóstolo Paulo já aconselhava Timóteo, seu cooperador no trabalho missionário: “Fique atento a seu modo de viver e a seus ensinamentos. Permaneça fiel ao que é certo, e assim salvarás a si mesmo e àqueles que o ouvem” (1 Tm 4.16, NVT). Cabe ao indivíduo cultivar uma boa saúde mental por meio de boa alimentação, atividades físicas, disciplinas espirituais, tempo de descanso, além de perceber suas necessidades individuais e buscar auxílio quando necessário.
Lorraine cita Kelly O’Donnell, autora do livro Cuidado Integral do Missionário, a qual afirma que,
no nível mais alto do cuidado missionário, está o cuidado do Mestre. O relacionamento com Jesus, cultivado por disciplinas espirituais, proporciona, como diz a autora: “Correr com resistência e entrar no seu descanso” (baseado nos textos de Hebreus 12.1-2 e 4.9-11).
Texto extraído da obra, “ATÉ OS CONFINS DA TERRA”, livro de apoio ao 3º trimestre, publicado pela CPAD.