Lição 3 – Ciúme, o mal que prejudica a família
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – A FALHA NO TRATAMENTO DOS FILHOS
II – O CIÚME COMO CAUSA DE CONFLITOS
III – OS MALES DO CIÚME
CONCLUSÃO
Esta lição tem três objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
1. Refletir sobre as consequências do favoritismo e do ciúme na família de Jacó;
2. Identificar os males que o ciúme provoca nos relacionamentos;
3. Compreender que o homem precisa orientar seu coração pela Palavra de Deus e não por suas emoções carnais.
Por incrível que pareça, a história se repete na experiência humana. Os mesmos sentimentos ruins que acometeram Abraão e Isaque também se acometeram na história de Jacó, filho de Isaque e Rebeca. Normalmente, preferimos falar ou escrever sobre os aspectos positivos das grandes conquistas e das vitórias pessoais desses personagens, mas evitamos abordar os seus desacertos e problemas vividos. Os sentimentos de inveja e ciúme no meio da família de Jacó produziram rebeliões, porfias, mentiras, violência e divisão.
Neste capítulo, a história dos filhos de Jacó não só é comovente, mas destaca o modo errado e equivocado de tratamento do velho Jacó com os seus filhos. Mais uma vez, a demonstração de favoritismo a José, o filho amado e mimado de Jacó e Raquel, tornou o rapaz alvo da inveja dos seus irmãos. Jacó não só demonstrava atenção especial para com José como fez dele o filho em quem mais confiava. José, imaturo e até certo ponto inocente, soube aproveitar os benefícios que o pai lhe proporcionava e delatava as más ações de seus irmãos no serviço do pastoreio de ovelhas e cabras. Seus irmãos, ao serem cobrados pelo pai das más ações praticadas fora de casa, sabiam que José era quem os delatava e, por isso, eles o hostilizavam. Essa situação não só promoveu o conflito familiar, como também desenvolveu um sentimento de rejeição contra José da parte de seus irmãos.
Porém, existe algo interessante na história. Quando José começou a receber revelações de Deus em sonhos que o colocavam sempre em posição de superioridade em relação aos seus irmãos, como no caso do sonho dos molhos de trigo (Gn 37.7,8), os irmãos o rejeitaram e o aborreceram, e não conseguiam falar com ele pacificamente (Gn 37.4). Chama a atenção nessa narrativa mosaica o fato de que o texto diz: “porém, seu pai, guardava este negócio em seu coração” (Gn 37.11). O que Jacó guardava no coração acerca desse assunto? Sem dúvida, ele sabia que Deus tinha um plano especial com José, mas o velho pai não soube administrar essa situação.
[…] 3. O favoritismo de Jacó por José provocou ciúmes dos demais filhos
Jacó não só protegia José porque era filho de sua velhice, mas enquanto os demais filhos se vestiam com vestidos e túnicas de linho áspero, o velho pai mandou confeccionar uma túnica especial com várias cores e a deu a José (Gn 37.3). Jacó não teve honradez ao presentear seu José com “uma túnica de várias cores” numa demonstração da preferência do pai por José. Essa atitude de Jacó provocou ciúmes nos demais filhos, os quais entenderam que o pai não lhes dava o devido valor. Ora, José era o décimo primeiro filho de Jacó, e quando os mais velhos se sentiram preteridos do amor do pai, se encheram de ciúme e inveja. Eles viam que esse traje especial significava o favoritismo da parte do pai por José e, por isso, “aborreceram-no” (v. 4).
Outro elemento forte que alimentava o ciúme e a inveja dos irmãos de José eram os sonhos de José, que o colocavam sempre em superioridade aos seus irmãos. Um dos sonhos era o dos molhos de trigo, no outro sonho José diz aos irmãos: “o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim” (Gn 37.9). Até mesmo o velho Jacó entendeu que o filho exagerava e demonstrava atitude arrogante perante a família (Gn 37.10). Quando José contou seus sonhos aos irmãos e ao seu pai, a reação foi de total rejeição, porque entenderam que José agia com arrogância e presunção, por isso, o rejeitaram. Biblicamente, entendemos que aqueles sonhos tinham um caráter profético, mas os irmãos de José entenderam como uma atitude orgulhosa da parte do rapaz. Eles não podiam prever nem imaginar que aqueles sonhos se cumpririam alguns anos depois. Mesmo tendo passado por humilhações e sendo tratado como escravo, Deus cuidou da vida de José de tal modo que lhe concedeu inteligência e espiritualidade suficientes para conquistar o coração do Faraó e vir a tornar-se o governador do Egito (Gn 41.38-40).
Texto extraído da obra RELACIONAMENTOS FAMILIARES, editada pela CPAD.