Lição 9 – Santidade é a marca do crente
Prezado(a) professor(a), para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio da semana. O conteúdo é de autoria do pastor Natalino das Neves, comentarista do trimestre.
INTRODUÇÃO
A santidade é exigida tanto no Antigo como no Novo Testamento. O NT, todavia, dá um salto qualitativo em relação ao AT. No Antigo Testamento, o povo era considerado santo por meio de rituais realizados por intermediários na estrutura do Tabernáculo, da prática de justiça e a sua identifi cação com Yahweh, o Deus de Israel. No NT, o povo é considerado santo por ter acesso direto a Deus por meio do sacrifício perfeito de Cristo, oferecendo um culto racional, com a mente renovada segundo à vontade de Deus.
I-A Santidade como Marca do Crente no Antigo Testamento
Um dos primeiros textos do Antigo Testamento que vem à mente para falar sobre santidade é “Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2). A frase faz parte de uma série de orientações que Deus dá a Moisés e está inserida no conjunto de capítulos do livro de Levítico, que é conhecido como o Código da Santidade (Lv 17-26), relacionado com passagens paralelas em Êxodo 21.13,14, Levítico 11.43,45 e Números 15.37-41. O livro de Levítico é dividido em duas partes principais: 1) os quinze primeiros capítulos tratam, de modo geral, de princípios e procedimentos sacrificiais que dizem respeito à remoção do pecado e à restauração da comunhão das pessoas com Deus; 2) os onze últimos capítulos enfatizam a ética, a moral e a santidade (HARRISON, 1983, p. 12). O contexto do livro traz como fundo a comparação com os povos que habitavam anteriormente na mesma região geográfica em que estavam o povo hebreu e os seus vizinhos. A forma como o texto foi construído demonstra o cuidado para destinar a um povo específico e em determinado momento histórico. Assim sendo, fica evidenciado que o texto trata da aliança do povo israelita com Yahweh e tem como base o projeto de vida que este Deus tem para com o povo hebreu, que passa a representá-lo diante dos outros povos. Por isso, as proibições e exortações para que esse povo não se misturasse com as práticas daqueles povos. Os hebreus deveriam ter uma vida em separado com relação ao estilo de vida, ou seja, praticar a santidade, que se torna a identidade peculiar, a marca, do povo conhecido como o povo de Yahweh (NEVES, 2019, pp. 95-96).
No Antigo Testamento, alguns lugares e objetos são considerados e tratados como sagrados. O lugar onde Moises pisa quando recebe a revelação de Deus por meio da sarça que queimava e não se consumia é considerado como Terra Santa (Êx 3.5). O local do acampamento do povo é lugar santo (Dt 23,15). Sião é Monte Santo (Sl 48,2). O Tabernáculo (Êx 25-30) e depois o Templo de Jerusalém são considerados habitação santa de Deus (Is 63.15). O tempo é santo, como o dia de sábado (Êx 16.23) ou das assembleias (Lv 23.3,4). A Arca da Aliança é santa, inclusive não poderia ser tocada sob pena de morte (2 Sm 6.2). Os sacerdotes tinham a função de intermediar e interceder pelo povo e são considerados santos (Lv 21.6). O dízimo também é considerado santo ao Senhor (Lv 27.32). O povo hebreu é chamado por Yahweh para formar uma nação santa (Êx 19.6). A própria Escritura dos hebreus é reconhecida como santa. Ela é aclamada como a Palavra do Senhor por 242 vezes no Antigo Testamento.
A idolatria, considerada como prostituição espiritual no Antigo Testamento, é veementemente proibida tanto no código da aliança (Êx 20.22,23.19) como no código deuteronômico (Dt 12–26) e no código da santidade (Lv 17–26). A recomendação contra a idolatria, que é considerada uma das piores afrontas à santidade de Deus, está presente em todas as divisões do Antigo Testamento (Lei, Profetas e Escritos). Yahweh tem a prioridade sobre todas as coisas, e nada poderia ser colocado antes dEle. Ele é o único Deus, Criador de todas as coisas, e somente Ele deve ser adorado.
A Santidade Continua Sendo Exigida no Novo Testamento
Vimos que, no Antigo Testamento, a santidade estava diretamente relacionada à Lei de Moisés, ao Tabernáculo e à prática da justiça. No Novo Testamento, a função da Lei no plano de salvação da humanidade vai ficando mais clara, principalmente nos escritos do apóstolo Paulo. O apóstolo, doutor da Lei, deixa claro que esta era insuficiente para salvar. Bom, então, qual era a função da Lei afinal de contas? Paulo deixa mais evidente a função da Lei quando escreve a Carta aos Gálatas (Gl 3.23-25). A Lei serviu como aio para chegar-se a Cristo. A palavra grega aio significa “uma pessoa que conduz uma criança”, tutores responsáveis por proteger os filhos dos seus senhores, educá-los, bem como corrigi-los. O aio, portanto, tinha uma função transitória e não definitiva, pois, quando o filho chegava à sua maturidade, não tinha mais função a desenvolver.
Dessa forma, a função da Lei era dar consciência tanto a judeus como gentios da sua culpabilidade e conduzi-los a Cristo. Assim, a Lei por si só era insuficiente para salvação, mas tinha a sua função: conscientizar o ser humano da sua miserabilidade e apontar para aquEle que realmente salva, Cristo. Abre-se, portanto, o caminho para apresentar a grande revelação da justiça de Deus para a humanidade, as Boas Novas da salvação para uma humanidade em pecado e que não têm como pagar a sua dívida. Paulo está preparando o leitor para receber a doutrina da justificação pela fé (NEVES, 2015, p. 46).
A morte de Jesus é acompanhada de sinais (Mt 27.51-56), o que demonstra que ela não foi em vão, mas tinha atingido o principal objetivo (o véu da separação do Templo rasga-se em dois, terremoto, as rochas fendem-se, e muitos mortos ressuscitam). Vamos, então, ater-nos aqui no primeiro sinal para demonstrar a grande barreira que foi quebrada com a morte de Jesus. O véu do Templo é o símbolo de inacessibilidade do ser humano comum a Deus, necessitando de intermediário para entrar no lugar “Santo dos Santos”. Como já visto, o acesso era permitido somente ao sumo sacerdote uma vez ao ano. A morte de Jesus rasgou o véu da separação, dando o livre acesso do ser humano a Deus. Essa doutrina seria uma grande afronta à elite religiosa judaica.
Os judeus acusaram Jesus de desrespeitar a Lei e a tradição judaica. Mateus, contudo, demonstra que, na realidade, por meio da sua própria vida e obra, Jesus estava cumprindo a Lei, os profetas e os salmos. Assim, o cumprimento da Lei por meio do sacrifício vicário de Jesus inutilizou qualquer forma de sacrifício para justificação, pois o sacrifício de Cristo foi perfeito e único. A obra de Cristo satisfaz a necessidade da justiça de Deus pelo pecado da humanidade, pois anulou a sentença de morte. Assim, conquistou o direito da justiça perfeita, que é atribuída a todo o que crê e aceita o sacrifício vicário de Jesus. A justiça de Cristo, conquistada por meio da sua morte, é imputada gratuitamente ao pecador que crê. O fato de a justiça de Cristo ser a base da justificação acentua amplamente a graça de Deus. A graça tem como centro a cruz de Cristo para onde tudo se converge, e os justificados são perfeitamente reconciliados e santificados (santificação inicial).
Jesus apresentou um sacrifício perfeito e suficiente no Santo dos Santos, diante do Pai, por meio do seu próprio sangue, garantindo a remissão de todo pecado. Assim, quem está em Cristo não precisa de intermediários como no Antigo Testamento, pois tem o privilégio de entrar na presença de Deus por meio do sacrifício de Cristo (Ef 2.18,19; Hb 10.19-22).
A Santidade da Igreja de Cristo como Identificação de Propriedade Peculiar de Deus
Jesus cumpriu a sua missão e retornou ao Pai. Ele, porém, não retirou a Igreja do mundo (Jo 17), mas deixou-a para representar-lhe, anunciando o seu evangelho. A Igreja, mesmo estando no mundo, não pode deixar-se vencer pelo mal (Jo 17.15). O cristão guiado pelo Espírito Santo torna-se embaixador de Cristo, conforme Paulo afirma à igreja de Corinto (2 Co 5.20).
Para ser santo e propriedade peculiar de Deus, o cristão deve deixar de pecar? Não, isso é impossível, pois, “se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós” e “se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1 Jo 1.8,10). Apesar de a santificação ir mortificando nossa natureza pecaminosa, ela não morre completamente, continua dentro de nós lutando para sobressair-se. O cristão continua pecando, mas ele não sente mais prazer na prática do pecado. Mas, quando peca, ele, arrependido, confessa o seu erro a Deus para obter o perdão (1 Jo 1.9). Há pessoas que, por equívocos de interpretação, acham que a santidade é algo impossível. No entanto, apesar das falhas, o cristão pode ter uma vida separada e de testemunho para influenciar o meio em que vive, tendo a santidade como marca na sua vida.
Os bons costumes devem ser preservados; todavia, o essencial é a manifestação do fruto do Espírito na vida do cristão. Pessoas invejosas, dominadas por pensamentos impuros, que promovem discórdias e dissensões, entre outros comportamentos impróprios aos cristãos, podem demonstrar aparência de santidade. A recomendação para os cristãos é
“revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24).
A Igreja, por meio dos discípulos, recebeu de Jesus uma vocação, devendo manter-se fiel a ela. Para isso, a Igreja deve ser capaz de estabelecer conexões e influenciar a cultura e o mundo em que está inserida sem deixar-se influenciar, em uma atitude dialógica. Como representante de Deus diante da humanidade, ela possui uma identidade definida e contrastante com a sociedade pós-moderna. Ela é um organismo vivo, que, ao longo dos séculos, tem penetrado as mais diversas culturas e vem-se mantendo como mediadora para o Reino de Deus no porvir. O contraste entre a missão da Igreja e a sociedade pós-moderna não pode ser empecilho para o diálogo.
A principal marca que deve identificar a Igreja neste tempo pós-moderno continua sendo a santidade. Ela está, sim, no mundo, mas deve ter um comportamento que inspira ser replicado e referenciado no trabalho, no comércio, na política, nos negócios, entre outras áreas. A Igreja tem conquistado espaços em nossa sociedade, mas será que tem feito a diferença, tem sido santa (separada) na sua forma de agir?
O conceito de santidade está presente em todo o Cânon bíblico, esse tema é central não somente na teologia, mas também na ética cristã. Pelo que já foi visto até agora, é possível constatar que a santidade é um atributo essencial de Deus, assim como a justiça e o amor. No contexto do Antigo Testamento, a santidade de Deus tem um destaque especial relacionada com a sua justiça e misericórdia, enquanto no Novo Testamento o destaque é dado para o amor e a graça de Deus, que caminham de mãos dadas com a santidade.
No Pentateuco, está a famosa recomendação ao povo de Israel: “Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2). Esse texto, todavia, é citado na tradição cristã com a mesma reverência: “mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.15,16). O profeta Isaías nomina o Senhor como o “Santo de Israel” (Is 17.7; 41.14; 47.4). De forma semelhante, o apóstolo Paulo refere-se às igrejas cristãs como “povo santo” (Rm 1.7; 1 Co 1.1,2; Fp 1.1; Fm 1.5).
O Novo Testamento enfatiza a necessidade de viver em santidade e coloca-a como condição imprescindível para a experiência pessoal com Deus na vida presente e futura (1 Ts 4.3; Hb 12.14). No tempo da graça, a Igreja tem uma responsabilidade maior, pois recebeu a revelação maior de Deus por meio de Cristo, bem como pôde vivenciar o cumprimento do que estava previsto no Antigo Testamento, a saber, a redenção por meio do sacrifício perfeito de Cristo como Sumo Sacerdote perfeito. Seja você um representante de Deus nesta sociedade pós-moderna por meio de uma vida de santidade.
III- O Culto Racional no Novo Testamento
O grande diferencial entre o crente do AT e o crente do NT é a forma de adoração e da busca de santidade, conforme o apóstolo Paulo recomenda em Romamos 12.1,2.
O culto racional mencionado por Paulo em Romanos 12.1 não é o culto oferecido semanalmente nos templos. Paulo vai além da cultura do AT, em que os sacrifícios eram realizados de forma mecânica e localmente; o culto que ele menciona é a consagração diária, sem intervalos. Na realidade, no Templo, o crente abastece a sua fé com a Palavra e a comunhão com Deus e com a igreja. O desafio, portanto, está em oferecer o culto racional no dia a dia, no qual devemos mostrar nossa santidade.
No Antigo Testamento, o povo tinha um rigoroso ritual para oferecer sacrifícios de animais, que não eram eficazes para remover pecados, apenas para apontar para Cristo (Hb 10.3,4). Os cristãos foram justificados pelo sacrifício único e perfeito de Cristo, mas não elimina a necessidade de consagração a Deus. A consagração deve ser autêntica e voluntária, e não simplesmente algo mecânico e repetitivo. Paulo esclarece como entrar em comunhão com o Senhor, uma vez que os antigos rituais não eram mais necessários. O culto agora deveria ser realmente espiritual em que o adorador entrega a sua própria vida, seguindo o exemplo de Jesus. O corpo do crente passa a ser o lugar de encontro e de comunhão, lugar privilegiado na adoração, o templo do Espírito Santo (1 Co 3.16; 6.19).
No Antigo Testamento, a santidade era uma preocupação dos sacerdotes. O povo era responsável por levar o sacrifício a ser oferecido, mas era o sacerdote que o oferecia. Ele que deveria tomar as precauções previstas na Lei Mosaica, tanto para quem oferecia como para o sacrifício em si (Êx 28.1-4; Lv 4.3; 21; 23.12; Hb 8.7,8). Devido à sua limitação, o sacrifício deveria ser repetido várias vezes (Hb 10.3). No Novo Testamento, o cristão é orientado a oferecer o corpo como sacrifício vivo, mas ele acrescenta que deve ser um corpo santo. Na Nova Aliança, o crente não precisa mais de intermediário, pois cada um possui um sacerdócio santo para oferecer o sacrifício espiritual e agradável a Deus (1 Pe 2.5). O crente passa a adorar ao Senhor de forma integral (espírito, alma e corpo) e exclusiva (separada) para Ele.
Deus está interessado pelo interior das pessoas, onde está o verdadeiro eu, mas é inegável que o interior se reflete no exterior. Este é um bom momento para refletirmos sobre a mordomia do corpo, para que possamos consagrá-lo a Deus de forma agradável. Dentre vários cuidados, pode ser citado a alimentação e exercícios físicos (Pv 23.2; Gl 5.22,23). Alguns crentes levam uma vida desregrada e, quando as consequências deflagram no corpo, correm para Deus, como se Ele tivesse a obrigação de curar. Devemos, no entanto, oferecer o melhor de nosso corpo para ao serviço. Isso é agradável ao Senhor.
Ryle (2009, p. 67) afirma que a santidade está diretamente relacionada com ter a mesma mente de Deus, e isso ocorre à medida que tomamos conhecimento da sua mente por meio da sua Palavra. Assim, o cristão terá “uma decidida inclinação mental para Deus; o desejo no íntimo de cumprir a sua vontade; um maior temor de desagradar o Senhor do que de desagradar o mundo e um amor a todos os caminhos de Deus”. Um dos campos de maior combate em busca da santificação é a mente. Por isso, a importância de mantermos a mente renovada em Cristo.
A cultura tem um poder expressivo na formação da cosmovisão e no comportamento das pessoas. O sistema dominante do mundo, que, segundo a Bíblia, “jaz no maligno” (1 Jo 5.19), tem os seus meios para manter a sua ideologia e controle sobre o comportamento das pessoas. A educação, a mídia, a televisão, os jornais, entre outros meios de comunicação tornam-se ferramentas eficazes para moldar o pensamento dominante segundo os interesses do poder dominante. Por isso, o crente deve estar atento, conhecendo a Bíblia e mantendo uma vida de comunhão com Deus para ser influenciado pelas coisas que são de cima (Jo 3), e não pelas forças que dominam o mundo secular, sem Deus. Os jovens, pela sua rede de relacionamentos, estão mais expostos a essa influência. Dessa forma, precisam ser fortes para influenciar e não serem influenciados.
Só o Espírito Santo por meio da Palavra é capaz de renovar nossa mente, só que esse processo não acontece de forma passiva. O Espírito Santo auxilia-nos, porém, temos que querer e buscar ter uma mente renovada permanentemente. Depois da conversão, a mente deve ocupar-se das coisas de Deus (Fp 4.8) e receber o poder de discernir as coisas espirituais (1 Co 2.14-16). Jesus disse que, onde estiver o tesouro do ser humano, aí estará também o seu coração e a sua mente (Mt 6.21-24). Enquanto as pessoas sem Deus vivem segundo o padrão estabelecido pelo mundo, os crentes devem viver uma vida de forma que tudo o que fizerem seja para a glória de Deus (1 Co 10.31). O que se espera de uma pessoa que teve um encontro com Cristo é que ela viva de maneira digna para não ser oprimido pela sua própria consciência, ou seja, ser irrepreensível. Essa recomendação não é para o crente excluir-se do mundo, rejeitar os amigos, isolar-se dos relacionamentos, mas, sim, mudar a conduta, demonstrando o impacto do evangelho na sua vida.
Apesar da natureza corrompida e viver num mundo que “jaz no maligno”, o crente precisa ter uma vida consagrada a Deus. A maneira como vemos o mundo interfere na maneira como agimos (Pv 23.7); por isso, devemos seguir a vida no espírito “de poder, amor e equilíbrio” (2 Tm 1.7), sendo fiel a Deus, independentemente das circunstâncias (Fp 4.11-13).
Existe a boa vontade universal de Deus, ou seja, a vontade de Deus que se aplica a todas as pessoas de forma geral. Por outro lado, existe a vontade de Deus que é específica para uma pessoa. Pessoas que se dedicam ao campo missionário é algo que agrada a Deus, só que nem todas as pessoas têm o chamado específico para trabalhar num campo missionário; todavia, todas as pessoas podem participar contribuindo ou orando por um trabalho missionário. Por outro lado, às vezes, o crente pode estar fazendo algo que agrada a Deus, mas não é a boa vontade dEle porque Ele tem outro propósito para o seu servo naquele momento (At 16.7).
A Bíblia exorta-nos a aprender como discernir o que é agradável a Deus (Ef 5.10). Existe, todavia, um procedimento que se tornou comum em algumas igrejas evangélicas que pode confundir as pessoas na hora de identificar o que agrada a Deus: porta aberta (tudo dá certo) ou porta fechada (barreiras na hora de realizar algo). O fato de, ao buscar determinado objetivo, as coisas acontecerem conforme se esperava, bem como o contrário, não se constitui parâmetro para definir se é ou não a vontade de Deus. As coisas podem acontecer da maneira como o indivíduo esperava e não ser da vontade de Deus. Por outro lado, as coisas podem acontecer de forma totalmente diferente do que se espera e ser a vontade dEle.
Ter uma vida consagrada é estar na vontade agradável a Deus, pois, mesmo que as coisas não aconteçam do jeito que se espera, o cristão terá força e persistência para continuar fazendo o que agrada a Ele. O cristão que consagra a sua vida estará em harmonia com o Senhor, conectado com o Espírito Santo e saberá discernir o que é agradável a Deus (Ef 5.10).
A Bíblia revela a justiça de Deus e qual é a perfeita vontade dEle para a humanidade. No quesito da vontade moral, não resta dúvida, a definição é clara. A título de exemplo, temos a explicitação da vontade moral de Deus aos Tessalonicenses: “que vos abstenhais da prostituição” (1 Ts 4.1-3). Esse é um parâmetro que todo cristão deve ter para a sua vida. Não importa o que a sociedade e as pessoas com quem se relacionam digam, essa é perfeita vontade de Deus. Aos colossenses, a prescrição é frutificar em toda boa obra, crescer no conhecimento de Deus, perseverar nas dificuldades, ter alegria do Espírito e dar graças em tudo (Cl 1.10-12). Cristão, mesmo que a vontade do Senhor para você seja algo “inaceitável” por não ser do seu próprio interesse, confie em Deus, pois tudo contribui para o bem daqueles que amam a Ele (Rm 8.28).
Que Deus abençoe sua aula!
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