Lição 2 – Vem o Fim
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – SOBRE A PROFECIA
II – SOBRE O FIM
III – SOBRE O INIMIGO
CONCLUSÃO
Esta segunda lição tem quatro objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
1. Apresentar de modo geral a profecia do capítulo 7 de Ezequiel;
2. Enfatizar o sentido, as expressões repetidas sobre o fim e repetição da sentença;
3. Identificar o inimigo que servirá como instrumento de juízo.
Como podemos identificar os motivos que levam a Deus derramar seus juízos sobre o seu povo? Quais as aplicações desses juízos ao povo de Israel e ao mundo? Que lições esse modo de agir de Deus pode nos ensinar hoje?
Para refletir sobre essas e outras questões, leve em conta o seguinte fragmento textual:
Como atalaia da casa de Israel, Ezequiel soa o alarme do iminente perigo e anuncia o oráculo num estilo poético e dramático de que a destruição se aproxima. A profecia sobre o fim no capítulo 7 foi composta no gênero literário poético. É original de Ezequiel, escrita na língua hebraica; não se trata de um trabalho de um poeta posterior. O objetivo do estilo poético é causar impacto nos leitores originais. A poesia se sobressai não apenas pela sua beleza, mas também pela facilidade de memorização de sua mensagem. Algumas versões da Bíblia, como a Nova Almeida Atualizada (NAA), destacam os trechos poéticos dos livros proféticos para facilitar a visualização.
O juízo divino descrito nesse discurso profético é endereçado à “terra de Israel”, ou seja, particularmente aos seus habitantes, mas tem implicações universais. Os contemporâneos de Ezequiel na Babilônia e até mesmo em Jerusalém recusaram as mensagens dos profetas, principalmente as de Ezequiel e Jeremias, por não acreditarem que Javé permitisse aos ímpios conquistar a cidade e destruir o templo.
7.1,2
1 A palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
2 — Filho do homem, assim diz o Senhor Deus a respeito da terra de Israel: “Chegou o fim! O fim chegou sobre os quatro cantos da terra.
O anúncio do juízo divino não começa no capítulo 7, mas vem desde o capítulo 5. Ezequiel começa com a cidade de Jerusalém no capítulo 5 e muda-se para o centro de Judá, nas montanhas de Israel, no capítulo 6, e se estende para toda a terra de Israel (7.2), Jerusalém (5.5, 8) e em seguida alcança os montes e vales de Israel (6.3, 4), concluindo com o julgamento universal (v. 2b)
Ezequiel anuncia que está chegando a hora do acerto de contas de Judá e Jerusalém com o Deus Javé. O tempo estava próximo, considerando a data do seu chamado para o ministério profético que Ezequiel diz ser o “quinto ano do cativeiro do rei Joaquim” (1.2). Joaquim foi levado para a Babilônia quando foi deposto do trono de Jerusalém e substituído por Zedequias (2Cr 36.9, 10). Era o ano 598 a.C.; aproximadamente, cinco anos depois, esses oráculos divinos foram entregues ao profeta, o que ocorreu cerca de sete anos antes do cumprimento dessa profecia (2Rs 25.1-4)
Ezequiel introduz a mensagem usando a forma tradicional dos profetas do Antigo Testamento: A palavra do Senhor veio a mim, e, em seguida, a usual fórmula de autoridade espiritual: assim diz o Senhor Deus. 1 O discurso tem endereço certo; primeiro, a respeito da terra de Israel, para dizer que “Chegou o fim!” ou, literalmente, “o fim vem”. A palavra “fim” no hebraico é qēts, que significa “fim, destruição, ruína, morte, condenação”, ou, com o artigo definido haqēts, “o fim”. Trata-se de um substantivo usado em contexto de julgamento (Gn 6.13; Am 5.18- 20; 8.2). Ele aparece cinco vezes nos versículos 2, 3 e 6 e isso evidencia a intensidade do julgamento.
Cerca de cento e cinquenta anos antes, o profeta Amós usou a mesma construção hebraica ba‘ haqēts, “vem o fim”, ao anunciar o fim do Reino do Norte: “Chegou o fim sobre o meu povo Israel” (Am 8.2). Essa mensagem de Amós se cumpriu na queda de Samaria em 722 a.C. (2Rs 17.23), o que leva os expositores do Antigo Testamento a interpretarem um paralelo com a palavra profética anunciada por Ezequiel sobre a queda de Jerusalém ocorrida em 587/586 a.C. Ezequiel mostra que Jerusalém está no mesmo caminho. Em outras palavras, o discurso do Profeta aponta que a destruição é um fato; ela é real e está próxima. A profecia deixa claro que o juízo não é apenas para Israel nem somente para uma única época, mas tem alcance universal: sobre os quatro cantos da terra. Essa expressão aparece na Bíblia para se referir a toda a terra (Is 11.12; Ap 7.1). O discurso profético foi escrito em forma poética, e isso serve para chamar a atenção de todo aquele que lê essa Palavra.
Texto extraído da obra A Justiça Divina, editada pela CPAD.