Lição 13 – Resistindo às Sutilezas de Satanás
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – O COMPROMETIMENTO COM UMA VIDA CENTRADA EM CRISTO
II – COMPROMETIMENTO COM AS ESCRITURAS
III – COMPROMETIDOS COM UMA VIDA CHEIA DO ESPÍRITO
IV – COMPROMETIMENTO COM A IGREJA LOCAL
CONCLUSÃO
A presente lição apresenta três objetivos para os professores:
1. Apresentar o comprometimento com uma vida centrada em Cristo;
2. Conscientizar a respeito do comprometimento com as Escrituras;
3. Mostrar o comprometimento com uma vida cheia do Espírito Santo;
4. Incentivar o comprometimento com a igreja local.
Na lição do próximo domingo, finalizaremos o trimestre de estudos sobre os ataques que a Igreja de Cristo vem sofrendo nestes dias que antecedem a Volta de Cristo. Cremos que foram momentos de rico aprendizado e despertamento para os crentes em Jesus.
Nesta última lição, falaremos da resistência da Igreja contra os ataques sutis de Satanás.
Que este trimestre tenha desdobramentos que alcancem a toda a igreja, desde os mais jovens, até os mais anciãos.
O pastor José Gonçalves, comentarista das Lições Bíblicas Adultos, chama a nossa atenção para o comprometimento do crente para resistir tais sutilezas:
“Vimos, ao longo deste livro, de forma clara e objetiva, como uma batalha entre modelos culturais tem se intensificado. De um lado, o modelo judaico-cristão, que há séculos vinha moldando a cultura ocidental. Do outro lado, temos um novo paradigma cultural, batizado com o nome de pós-modernidade ou desconstrução. Esse novo modelo, de forma agressiva, tem procurado suplantar os valores ocidentais, que majoritariamente são heranças da tradição cristã. Não é exagero, portanto, dizermos que estamos vivendo não apenas uma guerra cultural, mas também espiritual. Isso porque não estamos vendo uma batalha que desconstrói apenas costumes, mas, sobretudo, verdades e valores que custaram caro para a fé cristã. Assim, vemos dentro desse novo modelo cultural a defesa do aborto, do sexo livre, do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a negação da existência de gêneros masculino e feminino. Outro assunto que precisa ser dito é que esse novo modelo cultural tem influenciado não apenas a cultura secular, mas também a cristã. Não é raro vermos pregadores e ensinadores defendendo as mesmas bandeiras levantadas pelo desconstrucionismo. Tudo isso deve servir de alerta para a igreja que prima pela defesa da fé genuinamente evangélica. Não há neutralidade nesse campo de batalha. Quem não influencia será influenciado. A igreja, portanto, deve levantar sua voz e proclamar as verdades eternas do Reino de Deus.
Isso pode ser feito de quatro maneiras, mas neste subsídio destacaremos apenas um: O comprometimento com as Escrituras.
A escritora Karen Armstrong (2007, p. 162) destaca que a Reforma foi “uma tentativa deliberada de retornar às origens da fé” e que “fez da Sola Scriptura um dos seus princípios mais importantes”.1 A Reforma, portanto, devolveu a Bíblia ao povo! Isso significa dizer que somente as Escrituras e, consequentemente, seu correto manuseio são capazes de trazer o verdadeiro conhecimento de Deus. Alguns pressupostos devem ser levados em conta a fim de que se tenha êxito nesse processo:
1) A Bíblia deve ser lida a partir da compreensão de sua natureza
Como a Bíblia é vista em sua natureza definirá como se concebe a sua autoridade. Por isso, é preciso pontuar que em questões religiosas os teólogos reconhecem que há pelo menos três tipos de autoridade — a razão, a igreja e a Bíblia.
a) A Bíblia como um livro divino
O escritor A. W. Tozer (2003, p. 294) destacou a natureza divina da Bíblia quando escreveu: “A Palavra de Deus não está datada. Nada está datado no livro de Deus. Quando leio a minha Bíblia, encontro datas, mas não fatos datados. Quero dizer que encontro o sentido e o sentimento de que tudo aquilo me pertence”.2 Como um livro divino, a Bíblia é a inspirada e infalível Palavra de Deus.
Alguns parâmetros devem ser observados quando tratamos da natureza divina da Bíblia. Isso porque há distanciamentos entre o homem e Deus que devem ser levados em conta quando se quer interpretar corretamente a Bíblia. Os intérpretes enumeram pelo menos três deles: natural, espiritual e moral.3 Nesse aspecto, somos criaturas e Deus é o criador; e não devemos esquecer que a Queda colocou o homem numa condição moral e espiritual que não permite que ele, por si mesmo, entenda as coisas de Deus. Assim, é necessária a iluminação do Espírito Santo para nos fazer compreender a mente de Deus revelada nas Escrituras.
b) A Bíblia como um livro humano
Como um livro humano, a Bíblia também tem certos parâmetros que devem ser levados em conta para a sua correta compreensão. Os intérpretes observam que há pelo menos cinco deles: temporal, contextual, cultural, linguístico e autoral. Estamos a centenas de anos separados dos autores bíblicos, que, por sua vez, viviam em outro contexto e em outra cultura, usando outra língua. Dessa forma, observamos que nós estamos distantes do contexto no qual viveram e escreveram os autores bíblicos. Sem uma correta compreensão desses fatos, será impossível descobrir o significado do texto sagrado.
2) A Bíblia deve ser lida a partir da aplicação de uma metodologia adequada
A Bíblia deve ser corretamente interpretada para ser corretamente compreendida. Isso requer exame. Aqui o mestre precisa conhecer o texto bíblico e saber trabalhar com ele. O pastor e escritor Estevam Ângelo de Sousa, pioneiro da evangelização no Nordeste brasileiro, costuma dizer que muitos assumem a seguinte postura diante de um texto bíblico: ler o texto, sair do texto e não voltar mais ao texto. Para o escritor E. Muller (2015, p. 281, 282), o correto seria: observar o texto, interpretar o texto e aplicar o texto.4 Trabalhar, portanto, com o texto bíblico requer uma metodologia.5”
(GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo: As sutilezas de Satanás nesses dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp. 92-93.)
1 ARMSTRONG, Karen. Bíblia – uma biografia. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2007.
2 TOZER, A.W. Verdadeiras Profecias para uma Alma em Busca de Deus. Curitiba: Editora dos Clássicos, 2003.
3 NICODEMUS, Augustus. A Bíblia e seus Intérpretes. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
4 KUNZ, Claiton A. O Método Histórico-Gramatical. In: Revista Batista Pioneira. Curitiba, 2015.
5 Em 05/04/2021, o Conselho de Doutrina e a Comissão de Apologética, órgãos da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil) publicou um manifesto em defesa de uma hermenêutica genuinamente pentecostal.