Lição 6 – A Sutileza das Ideologias contrárias à família
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – FAMÍLIA, PROJETO DE DEUS
II – FUNDAMENTOS DA FAMÍLIA CRISTÃ
III – A SUTILEZA DA NOVA CONFIGURAÇÃO FAMILIAR
IV – PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA UMA FAMÍLIA SÓLIDA
CONCLUSÃO
A presente lição apresenta três objetivos para os professores:
1. Abordar a família como um projeto especial de Deus;
2. Elencar os fundamentos da família cristã;
3. Esclarecer as sutilezas da nova configuração familiar;
4. Apontar os princípios bíblicos para uma família sólida.
Na lição do próximo domingo, estudaremos sobre o os ataques que a família, célula mater da sociedade e projeto divino, vem sofrendo nas últimas décadas. Neste subsídio, destacaremos algumas das possíveis causas que nos fizeram chegar ao estado atual em que a sociedade se encontra. O desejo do Inimigo de nossas almas é destruir tudo o que Deus fez e ele sabe que, ao destruir a família, seu intento vai se realizando. Que o Senhor tenha misericórdia de seus filhos e filhas.
O pastor José Gonçalves, comentarista das Lições Bíblicas Adultos, esclarece-nos:
“Na sociedade contemporânea, em que se cultuam os direitos individuais e a igualdade entre os sexos, os pressupostos listados acima são suprimidos. No atual contexto, a família é vista apenas como uma instituição social que serve para restringir a liberdade individual e a equivalência entre os sexos. Assim, Lisa Cahill destaca que:
Sabendo que a família e as estruturas de parentesco são multiformes nas diferentes culturas, somos tentados a dizer que a família é apenas uma instituição social — e alguns exageram essa afirmação ao dizer que essa construção é inimiga da liberdade individual ou da expansão afetiva, ou da igualdade de sexos. Resta, porém, que nenhuma sociedade conhecida deixa a sexualidade humana anárquica, e que a multiplicidade das estruturas familiares apresenta o ponto comum de que existem em toda parte regras de casamento e sistemas de parentesco.1
Assim, na cultura pós-moderna, o conceito de família é fragmentado, se não, diluído. A partir da revolução sexual, em que a forma de expressar a sexualidade ganha novos contornos, isto é, não acontece apenas na esfera do casamento, o ideal de família vai sendo desconstruído. Nesse contexto, tanto o movimento feminista como o movimento homossexual, filhos legítimos da revolução sexual dos anos 1960, passaram a impor novos padrões para a expressão da sexualidade.
Aquilo que começou de forma embrionária nos anos 1960 ganha corpo e forma nos anos 2000. Isso pode ser visto, por exemplo, na ideologia de gênero, teoria que defende que o gênero, a orientação e a identidade sexual são resultados de uma construção social, e, portanto, não biológicos. A filósofa norte-americana Judith Butler, referência mundial no estudo da teoria de gênero, se tornou a principal voz da teoria queer.
Butler acredita que — não há macho e nem fêmea, nem homem nem mulher. Isso porque, de acordo com a sua teoria, gênero e sexo não têm relação alguma entre si. Gênero é algo que não está ligado ao sexo, mas a uma construção social. Dessa forma, alguém pode ter um corpo masculino, mas se sentir feminino ou possuir um corpo feminino e se sentir masculino. Em outras palavras, alguém que nasceu homem, mas se sente mulher é porque, simplesmente, nasceu no corpo errado.
Essa teoria de Butler ganhou ampla aceitação social. Ela é vista em livros, filmes e, de uma forma massificada, nas redes sociais. Evidentemente que é uma teoria extremamente nociva para o conceito de família conforme o paradigma bíblico. Isso porque, simplesmente, não apenas subverte os papéis familiares, mas os desconstrói. Enquanto Jesus disse claramente que Deus criou macho e fêmea, homem e mulher (Mt 19—16), isto é, definiu o gênero pela sua sexualidade, essa teoria diz exatamente o contrário. Ela, portanto, subverte a ordem da criação que Deus estabeleceu no Gênesis (Gn 2.24).
Isso, evidentemente, impõe aos pais cristãos uma grande responsabilidade na educação de seus filhos. Sabedores de que possuem uma grande responsabilidade na construção da identidade dos filhos, os pais devem com todo o zelo assumir seus respectivos papéis na educação dos filhos. São eles os modelos a quem a criança deve imitar. Portanto, a educação da criança deve ser algo levado a sério. Jamais um menino deve ser criado como uma menina ou vice-versa. Infelizmente, muitos pais são omissos na educação dos filhos ou lenientes na forma como a conduzem. Isso terá reflexos na formação da personalidade da criança. Portanto, convém que a educação cristã seja firmada em princípios que reflitam os valores cristãos, e não nas teorias divorciadas da Palavra de Deus.”
(GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo: As sutilezas de Satanás nesses dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp. 76-78.)
1 CAHILL, Lisa S. Dicionário Crítico de Teologia. São Paulo: Loyola, 2014