Lição 13 – A Verdadeira Identidade do Cristão
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – A CONDENAÇÃO DOS FALSOS SEGUIDORES DE JESUS
II – EM QUEM ESTAMOS ALICERÇADOS?
III – JESUS: A NOSSA VERDADEIRA IDENTIDADE
CONCLUSÃO
A Lição 13 tem três objetivos que os professores devem esmerar-se em atingi-los:
1. Explicar como se dará a condenação dos falsos seguidores de Jesus;
2. Conscientizar sobre em quem estamos alicerçados;
3. Compreender que Jesus é a nossa verdadeira identidade.
A VERDADEIRA IDENTIDADE DO CRISTÃO
João diz que todos quantos receberam a Cristo como salvador tornaram-se filhos de Deus, isso porque não nasceram da carne e nem do sangue, nem da vontade do homem, mas de Deus (1Jo 1.11-13). Nós nos tornamos filhos de Deus por meio do novo nascimento (Jo 3.3,5), doravante, passamos a portar em nosso ser a verdadeira identidade de filhos de Deus, pois o propósito do Pai pela morte de seu Filho Jesus Cristo é nos tornar semelhantes a Ele (Rm 8.29). O Pai quer que tenhamos seus traços.
Interessante analisar que no aspecto humano, no campo biológico, há a transmissão de características humanas, o que é denominado de herança dos traços. Na obra H. C. Lindgren e D. Byrne1, há uma explicação muito importante quanto à questão dos antecedentes genéticos:
A tendência dos seres humanos de se parecerem com membros de sua família, no que se refere à estrutura do corpo e à aparência, é também atribuível, naturalmente, a processos genéticos. Cada indivíduo normalmente recebe, de cada um dos pais, metade de seus 46 cromossomos. Os cromossomos são estruturas compostas de moléculas complexas, em dupla espiral, de ácido desoxirribonucleico (ADN)
Portar a verdadeira identidade é ser idêntico, parecido com Cristo, o Filho de Deus, é viver e andar como Ele andou exercendo o papel de sal e luz neste mundo, é ser sincero no andar e no falar, é ter uma casa, ou melhor, uma vida firmada naquilo que é certo e verdadeiro, de modo que ela permanecerá firme contra todo tipo de tempestade.
Para portar a identidade de filho de Deus não basta simplesmente conhecer manuais de como ser religioso, ou fazer meditações, de nós mesmo jamais produziremos o padrão de vida que Deus deseja, afinal, nossa justiça é como um trapo imundo (Is 64.6) e a purificação verdadeira só vem mediante a fé em Jesus (1Jo 3.3).
Quando fizemos a leitura dos versículos anteriores, fazendo menção aos falsos profetas, ainda que se disfarçassem de ovelhas, não demoraria para que a verdadeira identidade deles fosse revelada, porém, logo que chegamos em Mateus 7.21-23, Jesus passa a dirigir-se para cada um de nós e mostra que o que realmente tem valor para Deus é um viver em total retidão e santidade, sem essa verdade ninguém jamais verá a Deus (Hb 12.14).
Assim como Deus é Santo, Ele exige de nós santidade (Lv 19.2; 1Pe 1.16), não é apenas o dizer ou o fazer que tem tanto interesse perante Ele, mas sim o viver em santidade, daí se compreende o porquê da exigência divina, o viver e andar em uma nova fé conforme Deus deseja revelar nossa nova identidade (Ef 5.1).
Jesus: a nossa verdadeira identidade
Jesus, nosso maior pregador
Duas coisas caracterizavam o ministério de Jesus, o ensino e a pregação (Lc 4.23), Ele fazia isso nas sinagogas. O culto que era desenvolvido nas sinagogas era marcado pelo louvor, oração, leitura e exposição da Lei feita por um rabino ou outra pessoa qualificada. O interessante é saber a razão de Jesus ter sido aceito para ensinar nessas sinagogas, visto que Ele não vinha de uma tradição judaica da época, tendo seguido grandes escolas. Na verdade, o que se conjectura é que devido aos grandes milagres operados e pelos ensinos que preferia, era visto por muitos como um bom mestre, o que levou à sua aceitação.
O verbo ensinar do grego é didásko, conversar com outros a fim de instruí-los, pronunciar discursos didáticos, ser um professor, desempenhar o ofício de professor, conduzir-se como um professor, ensinar alguém, dar instrução, instilar doutrina em alguém, algo ensinado ou prescrito, explicar ou expor algo. Interessante observar que os dois verbos estão no tempo presente voz ativa modo particípio, que é corresponde na maioria das vezes ao particípio português, formado pela adição das terminações “ado” ou “ido”, dependendo da forma básica do verbo. O particípio pode ser usado como verbo ou substantivo, por isso, é frequentemente chamado de “substantivo verbal”.
O propósito do ensino é transmitir conhecimento, porém, é mais do que isso, trata-se da capacidade que uma pessoa tem de tirar da teoria e levar outra pessoa a colocar em prática aquilo que lhe foi transmitido, explicando de modo pormenorizado como deve viver e obedecer à fé que lhe foi pregada.
Mas é dito de Jesus também que Ele pregava, do grego é o verbo kerússo, ser um arauto, oficiar como um arauto, proclamar como um arauto. Sempre com sugestão de formalismo, gravidade e uma autoridade que deve ser escutada e obedecida; publicar, proclamar abertamente algo que foi feito. Usado na proclamação pública do Evangelho e assuntos que pertencem a ele, realizados por João Batista, por Jesus, pelos apóstolos, e outros mestres cristãos.
Na palavra pregação está o sentido de cumprimento do dever de um arauto, aquele que proclama, que anuncia; anúncio, pregoeiro, o mensageiro, envolve também o verbo proclamar, clamar, dentro do contexto neotestamentário a pregação nada mais é do que anunciar o Evangelho, nela também Jesus visava uma contínua instrução.
A pregação tem como objetivo instruir os cristãos, desejando ardentemente que cada um cresça na fé e na Palavra. Através da mensagem pregada o pregador, na unção do Espírito, consegue penetrar na mente e no coração do ouvinte, razão pela qual Paulo incumbiu Timóteo dessa grande responsabilidade (2Tm 4.2). A pregação não pode ser descartada por um pastor, pois ela é uma ordem de Cristo (Mc 16.15).
Podemos dizer que Jesus é o nosso maior ensinador e pregador, modelo que deve ser seguido por todos os pregadores da atualidade. Em Mateus 4.23, Seu ministério era desenvolvido de três maneiras: ensinando, pregando e curando. Quando ensinava mostrava que estava interessado no aprendizado de todos, pela pregação evidenciava seu cumprimento no dever e na missão para a qual veio a este mundo, salvar os pecadores, e, quando curava, buscava a integridade física das pessoas, no demais, esses milagres confirmavam ou autenticavam Seu ensino e pregação, mostrando que realmente era O enviado de Deus.
Jesus sabia do valor da pregação, pois falou que a geração do tempo de Jonas se arrependeu pelo poder dela (Mt 12.41), Ele não pregava por fama, nem buscando posição ou reconhecimento por parte das pessoas, mas fazia isso procurando cumprir com o Seu dever, sabendo que somente pela pregação verdadeira e sincera é que as pessoas poderiam se arrepender e voltar para Deus.
Texto extraído da obra Os Valores do Reino de Deus, editada pela CPAD.
1 LINDREN, Henry Clay. DONN BYRNE, Psicologia; processos comportamentais, Rio de Janeiro: LTC- Livros Técnicos e Científicos Editora S. A, 1982