Lição 9 – O Evangelho de João
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. DESTINATÁRIOS E LINGUAGEM DO LIVRO
2. OUTRAS DISTINÇÕES
3. A IDENTIDADE DE CRISTO
4. A VERDADE
OBJETIVOS
SABER a que público é destinado o Evangelho de João;
CONHECER a linguagem utilizada pelo autor;
IDENTIFICAR as características de Jesus mais enfatizadas no livro.
Querido (a) professor (a), vamos apresentar uma introdução do Evangelho de João para os Juvenis. Conhecer o contexto em que o Evangelho foi escrito, em linhas gerais, pode ser uma boa opção para estimular a curiosidade dos alunos em sua aula.
Neste subsídio, oferecemos uma visão de como Cristo foi apresentado neste Evangelho.
“João tem sido chamado de ‘O Evangelho universal’, Ele é distintamente diferente dos sinóticos. Embora Mateus, Marcos e Lucas tenham finalidade de alcançar públicos diferentes, cada um dos três descreve o ministério público de Jesus mais ou menos de forma cronológica. Cada um deles tende a descrever os eventos com um mínimo de comentários. E cada um tende a se concentrar na Galileia, onde ocorreu a maior parte do ministério público de Cristo. A identidade de Jesus — seja como o Messias Rejeitado de Mateus, o Homem de Ação de Deus de Marcos, ou o Ser Humano Ideal de Lucas — brilha através de cada um dos sinóticos. Contudo, embora a identidade paralela de Cristo como o Filho de Deus e Salvador seja afirmada e totalmente demonstrada através dos milagres e ensinos de Jesus que foram registrados, nenhum dos três sinóticos “teologizam” os relatos.
Quando começamos a ler o Evangelho de João, percebemos imediatamente que este relato é diferente. As primeiras palavras de João nos atraem para dentro dos mistérios centrais da fé, quando João nos desafia a olharmos tanto para trás quanto além do início — e a encontrarmos ali um Jesus que existe não como o suposto filho de um carpinteiro de Nazaré, mas como Deus, em forma distinta de Deus, embora esteja com Deus e seja igual a Deus.
Ao continuarmos a ler encontramos grandes diferenças estruturais entre João e os sinóticos. Eles registram o curso da história terrena de Cristo; João seleciona sete milagres e os utiliza como o contexto para registrar os discursos profundamente teológicos do Salvador. Os três sinóticos se concentram nos eventos que se passam na Galileia; João concentra nossa atenção na Judeia. De forma mais significativa, por diversas vezes João coloca o ensino de Jesus em categorias universais: luz versus trevas, vida versus morte, verdade versus falsidade, amor versus ódio, fé versus incredulidade.
Estes contrastes têm levado alguns a argumentar que o quarto Evangelho foi apenas atribuído ao Apóstolo João, sem ter sido escrito por ele. Contudo, cada argumento lançado contra a autoria de João tem sido totalmente respondido pelos estudiosos, e a opinião tradicional demonstra ser a melhor. Qual é esta opinião? Sabemos que o Apóstolo João viveu muito mais do que os outros membros do círculo íntimo de Jesus. Com o passar das décadas, João viu a necessidade de um relato do Evangelho que atendesse a necessidade da igreja cristã que se desenvolvia — um relato que respondesse os desafios do entendimento de Jesus, fixados tanto por fontes judaicas como seculares/filosóficas. Assim, em algum momento entre 90 e 100 d.C., embora alguns argumentem a favor de uma data por volta do ano 80 d. C., João escreveu suas próprias memórias mais vívidas dos atos e ensinos de Jesus, que mostravam que Cristo era tanto Deus como Homem, separando-o, de forma contundente, de toda distorção contemporânea.
E assim, no Evangelho de João temos um retrato inigualável de nosso Senhor. Ele é tão preciso quanto os retratos dos outros Evangelhos, apesar de suas diferenças em estrutura e propósito. E ele nos lembra que, em Jesus Cristo, Deus não só se revelou aos judeus como seu Messias, aos romanos como seu Home de Ação ideal, e aos gregos como verdadeiro modelo de humanidade. Em jesus Cristo, Deus se revelou em seu Filho, como absolutamente a única resposta para as necessidades mais profundas e universais de uma humanidade perdida. Em Jesus, a luz brilha e revela as trevas nas quais uma vez andamos. Através de Jesus, recebemos vida plena e dinâmica que quebra para sempre o poder da morte sobre nosso presente e sobre nosso futuro. Por Jesus, somos finalmente capazes de medir a verdade e a falsidade. Com Jesus, o amor de Deus faz desaparecer a animosidade que uma vez sentimos em relação a Deus e aos nossos semelhantes. E tudo depende de uma única questão: fé versus incredulidade.
A mensagem clara e maravilhosa do mais teológico dos Evangelhos é que Deus nos convida a crermos em seu Filho. Quando cremos, a luz, a vida, a verdade e o amor — todos os maiores dons de Deus — tornam-se nossos.”
(RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 13ª imp. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp. 192-193).
Deus abençoe a sua aula e seus alunos.