Como o professor da ED pode ajudar um adolescente que vive um conflito familiar?
Estamos vivendo, conforme a Bíblia, o final do tempo que antecede a Segunda Vinda de Jesus. Criar filhos, encaminhando-os até à idade adulta, íntegros, crentes tementes a Deus, úteis à sociedade, exige coragem, sabedoria, paciência, disciplina e estar na dependência exclusiva de Deus. Enfrentamos inúmeros desafios em cada faixa de idade. A Bíblia nos diz que cada criança é uma bênção, uma herança e um galardão que vem do Senhor (Sl 127.3-5). A base espiritual dos filhos deve vir da família.
É em família que a criança e o adolescente desenvolvem a sua identidade. Em muitos casos, crianças e adolescentes não têm a oportunidade de ter um lar cristão, começam a frequentar por conta própria a Escola Dominical, ouvem a Palavra, são alcançados pelo carinho e amor encontrados na sua classe, através do seu professor e colegas, são salvos e levam o Evangelho de Cristo aos seus familiares.
A experiência de desfrutar as bênçãos de uma vida cristã feliz e plena com os seus familiares, compartilhando num mesmo espírito as mesmas satisfações, atividades, motivações, esperanças e aspirações, tem sido algo maravilhoso que muitas famílias vêm experimentando. Mesmo assim, alguns conflitos são vivenciados em família, mas eles podem ser interpretados e resolvidos como oportunidade de crescimento. É a vontade de Deus que assim seja.
Temos encontrado, no entanto, muitas famílias onde a esposa aceitou a Cristo, vive em pleno desenvolvimento espiritual, mas possui um esposo que ainda não decidiu servir ao Senhor. Este fato ocorre em inúmeros lares, causando problemas na dinâmica familiar, de relacionamento interpessoal, nos interesses e nas atividades da família, em diferentes níveis de comprometimento, quase sempre gerando conflitos.
O grau de pressão sofrida, às vezes, é muito alto e poderá levar a esposa a estar em constante oração, buscando ficar mais perto de Deus, enquanto aguarda vitória. Outras esposas ficam fracas, desanimadas e tristes pelo conflito que as pressões acabam gerando. Acontece o mesmo quando o esposo é crente e a esposa não, ou quando um filho se converte ao Senhor Jesus e os pais não aceitam ou, ainda, quando um filho adolescente se torna rebelde e segue às más companhias, trazendo preocupações e dissabores aos pais. Inúmeros conflitos diferentes podem se instalar nas famílias, dificultando a harmonia de uma vida cristã saudável aos nossos adolescentes.
Tanto para os pais quanto para os filhos, a vida em família mudou muito. Embora cada caso possua as suas particularidades, a Bíblia tem boas indicações da forma como lidar com elas. Atualmente, grande parte das famílias têm pai e mãe trabalhando fora de casa, fazendo um esforço enorme, tentando conciliar da melhor maneira possível as inúmeras tarefas com a vida familiar.
Quanto aos filhos, há grande preocupação dos pais em criá-los. Eles devem crescer em tudo, como Jesus: “E crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em Graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2.52).
Há também famílias que, apesar de todo esforço para proporcionar o melhor para os seus filhos, conseguem o básico para uma vida bem simples. Todos vivem as influências do mundo globalizado. O grande desafio é ajudá-los a crescer assim, sem tirar o pé da Rocha, que é Cristo.
Os conflitos familiares podem surgir por inúmeros motivos, em todas as classes sociais: excesso de trabalho, cansaço, esgotamento físico, mental e emocional, estresse, falta de diálogo etc. Há problemas na busca do equilíbrio. O adolescente tem as suas necessidades, vive momento de reestruturação da sua personalidade, passa por crises de identidade, autoridade, sexualidade e grandes mudanças: físicas, mentais e emocionais, revendo e sedimentando valores, e sentindo-se só muitas vezes, não podendo compartilhar as suas angústias com ninguém, ficando mais vulnerável a conflitos e causando ou ampliando os conflitos vivenciados em família. É neste cenário que vivem muitos dos nossos adolescentes.
E a Igreja, especificamente a classe de adolescentes da Escola Dominical, recebe estes alunos. A integração deles à classe, a atenção dispensada pelo professor e sua empatia são capazes de motivar o aluno, promover a confiança e criar oportunidades para que os seus conflitos sejam trabalhados à luz da Palavra de Deus.
O professor deve estar atento, preparando com cuidado a lição, de tal forma que o ensino tenha aplicação prática na vida diária do adolescente, alcançando seus possíveis conflitos, aspirações e necessidades.
O adolescente, através do seu professor, poderá crescer espiritualmente, emocionalmente, reinterpretando o seu papel no mundo, sendo compreendido e valorizado pelo que ele tem de bom e sinalizado para o que pode melhorar, encontrando estratégias para lidar com os conflitos familiares através dos conselhos bíblicos, assumindo um compromisso comigo mesmo de fazer a vontade de Deus e de agir de forma diferente, equilibrada, buscando a harmonia.
Normalmente, o adolescente gosta de ser valorizado e de enfrentar desafios, por mais conflitos que ele tenha em família. A sua classe da ED é um espaço neutro, onde ele poderá firmar novos propósitos, conforme fez Daniel: “Daniel assentou em seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar” (Dn 1.8). A contaminação com amigos mundanos traz comportamentos de rebeldia e a necessidade de auto afirmação, tornando difícil o relacionamento familiar.
Este é um pequeno trecho do artigo Como o professor da ED pode ajudar um adolescente que vive um conflito familiar? publicado na revista Ensinador Cristão nº 85. Leia este artigo na íntegra, adquirindo o exemplar da revista Ensinador Cristão no site da CPAD ou fazendo uma assinatura através do site CPAD Digital.
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